Caminho para o paraíso parte VII

Um conto erótico de Conto é vida
Categoria: Homossexual
Contém 2320 palavras
Data: 30/08/2013 19:00:01

Capitulo VII: Fantasmas

NICOLAS

- Ele não reage! - minha mãe gritou com a médica ao meu lado.

Por que reagir? Indaguei a mim mesmo. Meu corpo estava anestesiado por uma dor que eu nem conseguia sentir mais. Uma dor que eu nunca havia sentindo antes.

Via minha mãe me sacudir e a médica tentando impedi-la, mas não sentia. Não sentia nada. Nem mesmo vontade de viver.

Acordei chorando aquela noite. As lembranças estavam mais vivas do que nunca em minha mente. Lembranças de um passado horrível.

Olhei em volta e estava sozinho no quarto com a deficiente iluminação vinda da lua.

A solidão só aumentou a minha tristeza. Comecei a sentir frio, mas não um frio comum. Sentia frio no fundo de minha alma. Medo daquilo se repetir.

- O que foi? - ouvir a sua voz doce invadir meus ouvidos me fazendo tremer de alegria.

Yuri entrou no quarto e veio logo me abraçar. Um abraço amoroso e reconfortante.

- Tive um pesadelo - respondi com a voz embargada - Onde você estava?

- Fui beber água - ele respondeu a minha pergunta insegura - Mas não se preocupe. Eu estou aqui com você.

E repousou suavemente seus lábios nos meus me fazendo perder o fôlego. Meus braços percorreram suas costas o puxando para mais perto de mim. Seus dedos se embrenhavam em meus cabelos ruivos me fazendo suspirar de prazer. Eu o amava demais. O desejava casa vez mais.

Ele se afastou de mim e deitou na cama ao meu lado. Virei de costas para ele sentindo nosso corpo se encaixar como se fossem feitos um para o outro

- Não precisa ir se não quiser - minha mãe me disse pela milésima vez desde que ela e meu pai tinham decidido viajar - Eu e seu pai vamos entender.

- Eu quero ir - respondi novamente - Eu preciso ir.

- Tem certeza disso? - ela indagou.

- Tenho. Além disso, Yuri vai estar lá comigo me dando apoio.

Minha mãe acariciou meu rosto procurando por qualquer sinal de insegurança ou de medo.

- Você contou pra ele? - ela indagou gentilmente.

- Não tive coragem - admiti.

Minha mãe me abraçou carinhosamente.

Quando meu pai ficou sabendo que Yuri iria conosco, ele começou a gritar e a brigar comigo e com minha mãe. Ainda não queria que eu e Yuri fossemos amigos. De certa forma, eu achava errado não contar para meu pai a verdade sobre eu e Yuri, mas sabia exatamente qual seria sua reação.

Iriamos visitar meus avós em Santa Catarina no final do ano. Eu sentia muita saudade deles. Fazia quase três anos que não os via e nove anos que não via minha cidade natal. Se por um lado eu estava animado por revê-los, por outro sentia medo do que poderia acontecer nessa viagem.

- Que saudade! - minha avó veio abraçar todos nó no aeroporto revezando com meu avô – Você está linda minha filha. E você também Ivan! Nicolas! você está enorme! Deve estar cheio de namoradinhas! - quando ela disse isso olhei para Yuri que parecia não se importar com o fato dela não saber - E Yuri, você também cresceu bastante! Como estão seus pais?

- Estão muito bem, e a senhora? - era linda a forma com que ele demonstrava ser educado.

- Muito bem meu filho - ela respondeu apertando sua bochecha como se fosse seu netinho pequeno.

- Deixe-os respirar, Glória - meu avô a repreendeu.

Ela o ignorou e nos guiou até a minivan de meu avô. O caminho inteiro ela falou de como Blumenau tinha mudado desde que fomos embora. Falou de nossos parentes mais distantes e dos mais próximos. Nos contou algumas fofocas sobre nossos antigos vizinhos.

Eu estava prestando atenção no caminho para a casa de minha e paramos em um sinal de transito. Olhando pela janela eu o vi. Estava saindo de casa de braços dados com uma senhora que aparentava ter setenta anos de idade. Seu rosto estava mais quadrado e com algumas espinhas. Sua pele morena parecia mais escura que da ultima vez que eu o vi. Seu cabelo estava cortado bem rente como eu me lembrava. Estava bem mais alto e magro do que eu me lembrava. Mas algo não mudará nesses anos. Seus olhos ainda eram negros e profundos como duas pedras de ónix.

Seus olhos encontraram os meus por um tempo longo demais. Seus olhos passaram de curiosos para espantados em questões de segundos. Sabia que tinha me reconhecido ali mesmo com tantas mudanças em minha aparência da mesma forma que eu o reconheci. Pelos olhos.

- Quem é? - Yuri perguntou ao pé do meu ouvido fazendo esforço para esconder seu ciúme.

- Ninguém - respondi com a voz falhando.

O sinal abriu e meu avô arrancou com a minivan deixando o pivô te todos os meu medos para trás.

Finalmente chegamos a casa dos meus avós onde Tia Isabel - irmã de minha mãe - aguardava com seus dois filhos gêmeos: Isac e Luan. Eu ainda não os conhecia, pois a ultima vez que eu vi Tia Isabel, foi no dia que eu e meus pais abandonamos Blumenau. Isac e Luan tinham cinco anos de idade e não tinham herdado o cabelo ruivo da família assim como minha mãe, minha tia, meu avô e eu. Tinham o cabelo castanho como o do pai. Eram crianças bem agitadas e comunicativas assim como eu era na idade deles.

- Vocês vão dormir aqui - minha avó nos levou para o antigo quarto do meu tio Fábio que morava no exterior desde os vinte anos. Ele parecia bastante com a minha avó com seus cabelos castanhos e ondulados. Eu mal o conhecia, pois ele quase nunca saia do Canadá para visitar o Brasil.

- Vou arrumar uma cama improvisada pra você Yuri - minha avó disse - Espero que não se importe...

- Ele pode dormir na cama comigo - disse indicando a cama de casal de Tio Fábio - Ela é bem grande e cabe nós dois.

Senti que minha avó foi pega de surpresa por isso.

- Não sei se é uma boa ideia Nicolas - tentou argumentar - Vocês são dois rapazes e...

Naquele momento eu entendi tudo. Minha avó sabia sobre nós e queria evitar que fizéssemos algo na cama de tio Fábio.

- Mamãe contou pra senhora, não foi?

Ela se sentou na beira da cama e suspirou.

- Você é meu neto e eu sempre vou te amar Nicolas - começou com seu discurso moralista - Mas não quer dizer que eu vá sorrir e aplaudir tudo como sua mãe. Eu respeito os dois e as escolhas de vocês, mas não quer dizer que eu concorde.

- Eu entendo vó - respondi triste sabendo do preconceito dela.

- Então... Vou providenciar a cama para Yuri dormir a noite - disse deixando bem claro que não iria nos deixar dormir juntos.

Claro que ela sabia que ele dormiria comigo, mas queria ter em sua consciência que pelo menos tinha tentado evitar.

Desancamos do voo durante uma hora na cama assistindo a televisão. Yuri estava com a cabeça apoiada em meu peito enquanto eu acariciava sua cabeça. Estava tão em paz comigo ali. Estávamos namorando a quatro meses. Quatro meses desde que eu o vi em seu quarto completamente arrasado. Nunca vou me esquecer dos pequenos cortes em seu corpo causados por ele mesmo. Pensar que ele mutilou seu lindo corpo pela dor de me perder me fez admitir meu amor por ele. Amor que eu negava a mim mesmo existir. Pensava que era errado, mas como poderia ser? Nosso amor era a coisa mais certa do mundo.

Poderia ter ficado ali durante horas, mas alguém bateu na porta do quarto. Yuri levantou assustado e só naquele momento percebi que ele tinha dormido.

- Sou eu Nicolas - minha mãe se anunciou.

Levantei da cama e abri a porta a deixando entrar. Seu olhar era de preocupação e choque. Algo havia acontecido.

- O que foi mãe? - perguntei ficando preocupado também.

- Enzo esta aqui e quer falar com você - disse rápido demais.

- O que? - meu coração veio a mil naquela hora. Não imaginei que ele viria trais de mim.

- Quem é Enzo? - Yuri se levantou da cama e veio até nós sem entender o motivo de tanta comoção.

- O que ele quer? - indaguei.

- Eu não sei - ela estava prestes a chorar. Eu sabia que estava tudo voltando a sua mente.

- Dá pra alguém me dizer o que está acontecendo? - Yuri estava muito frustrado por não saber o que estava acontecendo.

Caminhei até a sala acompanhado de minha mãe e Yuri. Todos pareciam preocupados com o que poderia acontecer. De todos ali na sala, somente meu pai, minha mãe e eu sabíamos o que realmente tinha acontecido.

- Ele está lá fora - meu pai me disse ao perceber que eu procurava por Enzo - Sozinho - acrescentou ao perceber que Yuri me acompanharia.

Yuri olhou para meu pai que para sua surpresa não lhe fulminava com o olhar como de costume e não disse nada.

Olhei para a porta de madeira da sala e respirei fundo. Todo o meu corpo tremia de medo. O que será que Enzo queria comigo?

-Tem certeza? - minha mãe disse repousando a mão em meu ombro.

- Tenho - minha voz soou tremula o que não me fez soar confiante como eu queria.

Abri a porta da frente e o encontrei na varanda sentado em uma das cadeiras de ferro. Seu olhar ao me ver era um misto de felicidade e medo.

- Quanto tempo, não é? - disse ao perceber que eu não diria nada.

Sua vós me surpreendeu. Era bem grave como a de um adulto. Tão diferente da forma como eu me lembrava. De alguma forma esperava ouvir a vós de criança que eu conhecia.

- Muito tempo mesmo - consegui responder depois do choque - Como você está?

- Bem - respondeu dando um sorriso amarelo - Sai do hospital há quatro anos e moro com minha avó desde então.

Enzo tinha surtado depois de tudo o que aconteceu conosco. De certa forma, eu tinha encarado o que houve de uma forma melhor. Nos primeiros dias eu não reagia a nada e depois não falava e fiquei assustado. Enzo parou de reconhecer todos e passou a ver coisas que ninguém mais via. Sua avó foi forçada a interna-lo em um hospital psiquiátrico.

- Soube que se mudou pro Rio - continuou tentando puxar assunto.

- É, me mudei - respondi sem graça - Estou morando em um apartamento em São Cristóvão.

Ele me abraçou de forma inesperada quase me derrubando no chão. Podia sentir sua tristeza e sua culpa. Enzo chorava com a cabeça escondida em meu ombro encharcando minha camisa com suas lagrimas.

- Me desculpa? - pediu com a voz abafada – Me desculpa por favor!

- Não foi culpa sua - disse começando a chorar também - Nunca foi sua culpa!

- Eu senti tanta a sua falta - ele chorava cada vez mais começando a soluçar - Senti muito a sua falta! Não queria que você fosse embora, mas você foi!

- Eu não queria ir, mas precisei - mas como eu chorava - Não queria te abandonar.

YURI

Nicolas nunca entrava por aquela porta, o que me deixava nervoso. Todos na sala pareciam compartilhar de minha ansiedade. Olhares fixos na porta da frente em silêncio. Isac e Luan perceberam o clima de tensão da sala e sacudiam a mãe perguntando o que estava acontecendo.

Compartilhava da mesma curiosidade dos dois. Também não sabia o que estava acontecendo naquele lugar. Tudo o que Dona Ana me disse depois que Nicolas saiu de casa foi que Enzo era um antigo amigo de Nicolas e mais nada.

Os trinta minutos que Nicolas passou do lado de fora com Enzo pareceram durar anos. Quando ele finalmente entrou em casa, estava com os olhos vermelhos de tanto chorar. Correu para o quarto e só aceitou conversar com a mãe. Perguntei a Dona Ana o que havia acontecido, mas Nicolas tinha pedido para ela não me contar nada.

Pouco antes do jantar Nicolas saiu do quarto. O olhar vago e as palavras escassas chamaram a atenção de todos, mas ninguém questionou o motivo de tudo aquilo.

Fomos dormir tarde aquela noite. Tomei banho, vesti meu short azul e deitei sem camisa ao lado de um Nicolas ausente.

- O que foi? - perguntei quando ele não correspondeu meu beijo.

- Não foi nada - me respondeu de má vontade.

Tentei beija-lo novamente, mas ele se virou ficando de costas para mim.

- O que aconteceu hoje Nicolas? - perguntei a ele de forma ameaçadora.

- Sô me deixa dormir - me pediu voltando a chorar.

Não podia vê-lo sofrer desse jeito e não fazer nada. Doía em cada uma das células do meu corpo. Cada fibra do meu ser sangrava com seu desespero.

- Tem alguma coisa a ver com o que aconteceu com você antes de ir pro Rio, não tem?

Nicolas sentou na cama e se virou pra mim. Seu olhar de pânico era igual ao que ele tinha quando eu o conheci.

- Você quer realmente saber o que houve? – quase gritou pra mim - Quer saber o que me deixou triste quando criança? O motivo de todos os meus traumas?

- É claro que eu quero Nicolas! - respondi no mesmo tom - Eu te amo e quero te ajudar.

Ele respirou fundo reunindo coragem para falar.

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Peço mil desculpas por não ter publicado nesses últimos dias, mas tive uma boa desculpa. Meu notebook caiu no chão e não ligou mais. Levei no técnico e ele me cobrou quase o preço de um novo para consertar. Vou esperar meu cartão de crédito virar para poder comprar outro. Escrevi esse capitulo no meu celular. Me desculpem pelos erros de português que esse capítulo, mas o teclado é pequeno e meus dedos grandes ai fica um pouco difícil de digitar.

E depois das desculpas vem os agradecimentos:

Obrigado a todos que tem acompanhado meu conto. Vocês são muito importantes para mim. Deveriam ver eu escrevendo o capitulo VI. chorava igual a um bebê rsrsrs. Mas enfim, Espero que tenham gostado desse novo capitulo e aguardem o próximo. Mesmo que eu tenha que fazer um esforço enorme e escrever pelo celular.

E uma pergunta:

Vocês preferem o Nicolas ou o Yuri? respondam nos comentários e até o próximo.


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Comentários

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Prefiro o Yuri, vc é um sacana parou na melhor parte ai ai ai viu...

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simplesmente perfeito...e eu prefiro o Yuri (acho ele mt fofo)..mas gosto do Nicolas tbm

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Não acredito que você teve a coragem de parar na melhor parte? Malvado! Se você não continuar rapidamente irei surtar de curiosidade. Parabéns! Seu conto é extremamente fantástico. Obrigado pela texto delicioso de se ler. Nota dez.

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Que bom q vc voltou,pensei que ia nos abandonar....Seu conto tá Bárbaro,Eu gosto dos dois,o Nicolas é legal,Mas Prefiro o Yuri,ele é fofo,apaixonado...E mas agora q o Nícolas tratou ele com certa frieza,q eu prefiro o Yuri msm....Continua logo!

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Não precisa ter pressa pra postar, a correria que atrapalhar muitos escritores da CDC. Sem palavras, sua história esta maravilhosa. Prefiro o Nicolas.

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Acho o Nicolas inseguro, triste já o Yuri acho ele fofo e amoroso. Gosto dos dois, mais ainda assim prefiro o Yuri.

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