Os segredos da Lua Cheia - Capítulo 7 (FINAL)

Um conto erótico de Silver Sunlight
Categoria: Homossexual
Contém 1615 palavras
Data: 26/02/2013 14:14:47

Capítulo 07 – O oráculo do submundo

Glimmerlock. Templo dos devaneios. De um lado Nyx e do outro Hécate. Têmis estava vestida como as demais deusas: um vestido branco simples adornado com fios de ouro. Sua balança sagrada estava em sua mão, bem como sua espada justiceira.

_ Hora de começar a cerimônia! – Disse Têmis.

Dirigi-me ao altar no centro do templo. Ajoelhei-me nele, enquanto Têmis ajeitava os cálices abaixo da posição dos meus pulsos, que estava com meus braços estendidos. Sua espada tocou em cada um dos meus pulsos e, instantaneamente, duas cisões foram abertas.

O sangue escorria pelo meu pulso e caía diretamente dentro dos cálices. Eu sentia alguma dor, mas sabia que era necessário. Eu precisava suportar aquele tormento, pois seria a única forma de salvar o meu futuro. As feridas ardiam e eu estava me sentindo enfraquecido.

Os cálices estavam prestes a transbordar, quando sinto duas mãos agarrarem meus pulsos. Um calor intenso passou a percorrer meu corpo. Apenas pude ver dois olhos castanhos claros em minha frente antes de sentir uma dor aguda na cabeça.

_ AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

_ Mallack?! Mallack! Amor, fala comigo! – John dizia desesperado.

_ John?! Onde estou?! O que aconteceu comigo? – Eu estava muito desorientado.

_ Amor, seus pulsos abriram do nada na floresta e começou a sangrar muito. Seus primos e eu tentamos conter o sangramento, mas ele não estancava. Por isso eu te trouxe o mais rápido que pude para este hospital. Você se sente melhor? – Contou-me amorosamente, enquanto brincava com algumas mechas desalinhadas do meu cabelo.

_ Nossa! Que noite! Acho que vou precisar de férias para me recuperar. – Falei com um sorrisinho tímido no rosto.

_ Acho que o médico pode providenciar umas duas semanas de descanso, mas o que você vai fazer com relação a minha humilde pessoa? – Perguntou roçando seu nariz no meu.

_ Como assim o que vou fazer com você? – Confessei.

_ Nós não estamos namorando oficialmente e… Sua família foi reduzida. Acho que teremos que resolver logo como as coisas ficaram entre nós. – Afirmou decidido.

_ Oh! Sim, claro. Enquanto eu estava tentando resolver os “meus problemas”, só conseguia pensar em você. Se você estava bem. Se ficaria bem. No momento mais difícil da busca, a única coisa que me motivava era você. Não queria te deixar sozinho, mas também não queria que nada de ruim acontecesse com você. – Confidenciei alisando seu rosto e ele beijou minha mão como resposta.

Alguém bate na porta do quarto e eu permito a entrada. Uma mulher alta, cabelos negros, pele morena, olhos castanhos claros adentrou. Ela tinha um crachá escrito Lígia. Pelas roupas que usava, supus que era Doutora Lígia, a médica que me atendeu.

_ Como está o nosso doentinho? – Perguntou sorridente.

_ Acho que vou superar esse clima de hospital! – Falei rindo da careta que ela fez.

Ficamos conversando por cerca de uma hora. Aqueles olhos não me eram estranhos. A conversa não era estranha. Parecia que ela estava me contando coisas em código. Demorou um pouco, mas a minha ficha finalmente pareceu ter caído. O verdadeiro nome dela não era Lígia e sim Hígia, a deidade da boa saúde. John estava com uma cara estranha. Parecia ter percebido algo de suspeito na conversa, mas só tocou no assunto quando a “doutora” decidiu ir embora e nos deixando a sós.

_ Puxa! Que médica esquisita! Você entendeu o que ela disse? – Perguntou com uma linda carinha de confuso.

_ Amor, se eu te contar uma coisa você me promete que não vai pirar? – Sorri ao notar a cara de espanto que ele fez.

_ Tudo bem. Prometo não pirar. – Disse fazendo o sinal dos escoteiros mirins.

_ Ela não é uma mulher comum. Aquela era Hígia, a deusa da boa saúde!

_ O que?! Eu estava do lado de uma deusa e não sabia?! – Gritou quase surtando na minha frente.

_ John, dá pra parar de faniquito e me escutar? Ela foi a deusa que eu vi antes de acordar. Bem. Não a vi inteiramente, mas lembro-me dos olhos e eram idênticos aos dela. – Disse na tentativa de acalma-lo.

_ Existe chance de não ser a deusa? – Perguntou com uma expressão totalmente confusa.

_ Sim.

Após ele se acalmar um pouco, coisa que demorou bastante, eu contei tudo o que aconteceu enquanto eu estava inconsciente. Na verdade, quase tudo. Digamos que eu pulei a parte do senhor do submundo me dando “uma bolinada”. Nenhum ser humano ia gostar de saber de uma coisa dessas!

Passei mais dois dias no hospital e finalmente tive alta. John e Anastacia foram me buscar e eu fiquei na casa da Annie, apelido carinhoso que coloquei naquela nanica da Anastacia. Fiquei morando com ela por uns três meses. Já havia voltado ao serviço, aos estudos e estava resolvendo alguma papelada pendente sobre a misteriosa morte da minha avó. Inclusive, a polícia decidiu deixar o caso como insolúvel.

A vida voltava para os eixos de sempre. John e eu estávamos “enrolando” desde minha saída do hospital. Dá pra acreditar que até hoje ele não me pediu em namoro? Estou desconfiando que isso ainda fosse demorar.

Mais três meses se passaram e eu ainda visitava o túmulo da minha avó e dos meus pais. Naquele domingo, algo muito inesperado prometia mudar o final dessa história de uma forma muito positiva.

_ Você os ama muito não? – Ouvi uma voz feminina atrás de mim.

_ Sim. Eles me fazem muita falta. Como me encontrou? – Questionei sem me virar para ver quem era.

_ Eu ainda sou a senhora do submundo, lembra-se? – Respondeu Perséfone ao ajoelhar-se diante da lápide ao meu lado.

_ Não me esqueço e nem posso, não é madrinha? – Falei com um sorriso amarelo no rosto.

_ Deixe de exageros! Tenho umas notícias para você.

_ E quais são?

_ Sua dívida foi paga e as deusas prometeram jamais perturba-lo por isso. Finalmente a sede de vingança daquelas feiticeiras foi aplacada. – Contava com muito desinteresse, visto que eu já sabia dessas informações.

_ Infelizmente, mademoiselle, o preço foi alto demais. Quantas vidas foram perdidas? Eu não quero mais me envolver nos negócios dos deuses! Isso já foi longe demais. – Afirmei com toda a convicção de que estava fazendo o certo.

_ E foi pensando nisso que vim lhe trazer uma novidade! – Disse-me com um sorriso.

_ E que novidade é essa? Pelo jeito, deve ser algo espetacular.

_ Como você não poderia ficar sem um guardião e guia espiritual e eu fui a primeira deusa a lhe presentear com um dom, fui escolhida como sua deidade guia. Aceita? – Perguntou-me com o ar inocente da deusa da fertilidade e das sementes.

_ Claro que aceito! Você foi uma das que mais me ajudou. Muito obrigado! – Disse enquanto a abraçava.

Aquele dia não aparentava reservar mais nada. Bem, pelo menos não para mim. O John me devia um pedido de namoro e eu decidi “fazer pressão”. Cheguei cedo em casa e arrumei uma tenda no quintal dos fundos. Forrei tudo muito bem, posicionei inúmeras almofadas, algumas tochas, derramei pétalas de rosas que formavam um caminho da varanda à tenda, morangos com chocolate e chantilly, champanha e sob a luz da lua cheia.

Perto da hora dele chegar, tomei um banho aromático, coloquei um pijama de tecido bem macio e transparente, escrevi um bilhete, apaguei todas as luzes e fui para os fundos. Armadilha pronta. Só faltava a minha presa.

Em questão de dez minutos ouço o John estacionando o carro. Ouvi seus gritos dentro da casa. Não demorou muito para que ele aparecesse no jardim. Seus olhos se iluminaram quando viram tudo o que eu tinha feito. Confesso que Perséfone me deu essa ideia, mas quem se importa? O que me interessa é o pedido que ele tinha a me fazer!

_ Nossa! Estou impressionado! Tudo isso só porque eu pedi pra conversar com você? – Disse enquanto me abraçava.

_ Deixe de bobeiras! Será que não posso te fazer um agrado pelo menos uma vez? – Rebati

_ Claro que pode! Aliás, preciso fazer algo que já deveria ter feita há mais de seis meses. – Falou enquanto tirava uma caixinha de dentro do bolso do blazer.

_ Pois bem! Diga logo. – Por fora calmo, mas por dentro um poço de nervosismo!

_ Mallack, já faz muito tempo que venho observando a sua conduta, sua personalidade, a pessoa que você em várias instâncias e depois de muito refletir, somado a tudo que passamos nestes últimos seis meses, acho que está mais do que na hora de te perguntar: Aceita namorar comigo? – Perguntou abrindo a caixinha.

_ É claro que sim! Ou você acha mesmo que eu armei essa presepada toda pra te dizer um não? – Brinquei enquanto ele colocava o anel no meu dedo e eu fazia o mesmo com ele.

Sentei bem próximo a ele e ficamos abraçados, conversando e observando a lua. Aquele brilho cintilante estava começando a despertar um desejo muito forte em mim. O corpo dele também começou a corresponder aos meus toques. Era incrível como cada toque que ele me dava parecia uma descarga elétrica percorrendo meu corpo.

_ Tem certeza de que quer fazer isso no quintal da sua casa? – Perguntou com um enorme sorriso safado iluminando seu rosto.

_ Por que não? A casa é minha mesmo e eu não perderia a chance de me divertir um pouco ao ar livre, principalmente com essa lua linda no céu. – Respondi.

Independente do que tenha acontecido depois, uma coisa nunca vou me esquecer: às vezes nós podemos escolher o que fazer com a nossa vida, mas os maiores aprendizados estarão presentes nos momentos nos quais tivermos que fazer o certo. Nem sempre querer é poder.


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Comentários

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T.T acabou??? *------------* QUE CONTO LINDO MEU DEUS EU AMEI! PARECE ATE QUE VOCE ADIVINHOU TUDO QUE SEMPRE GOSTEI. Me desculpa de novo por nao ter lido antes... :/ Que deuses hein uii quero um Hades pra mim kkkkk porfavornaomematerainhapersefoneecuidadocomasromãsdaproximavez! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Como sempre nota 10

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chatiadoo...ja acabou?

baby faz mais...seus contos são maravilhosos..

perfeito dez

s2

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Maravilhoso,pena que acabou.Já quero um novo conto seu urgente.

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