Eu tentei me conter, mas não consegui... ^^ Meu presente de Natal pra vcs é o final da segunda fase da saga "O rouxinol escarlate"... Espero que tenham gostado... Aos que ainda querem um pouco mais de vingança, um recado: ainda falta uma fase... Muitas surpresas estão por vir... ;) Animem-se... A terceira fase "CORAÇÃO DE AMETISTA" estreará no dia 7 de janeiro, se tudo ocorrer bem...
BOA LEITURA!!
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Fui ao fórum para uma audiência. A juíza leu todos os depoimentos e decidiu em meu favor. Consegui uma ordem de restrição e o estafermo do Marcelo não pode se aproximar de mim. Graças a Deus! Menos um problema.
Voltei para a casa e os meninos haviam ido embora.
(Andressa) – Olha o que temos aqui: um rouxinol!
(Dominicky) – O que foi Andressa? Decidiu se tornar comediante?
(Andressa) – Bobo! Lógico que não, mas você faz sucesso. O Paulo não parou de perguntar por você. Ele e a Paula se dão muito bem. E tem algo que você não sabe. Ele é gay!
(Dominicky) – Pode ir parando por aí mesmo, mocinha! Eu não quero me envolver com ninguém! Teu irmão já me fez mal o suficiente!
(Andressa) – Nem me lembre. Como foi com o juiz?
(Dominicky) – Era uma juíza e ela decidiu em meu favor. Seu irmão nunca mais vai se aproximar de mim sem se complicar com a justiça.
(Andressa) – Graças a Deus!
(Dominicky) – E a festa? A quantas andam os preparativos?
(Andressa) – Simplesmente tudo pronto. O Paulo é muito organizado e eficiente.
(Dominicky) – Obrigado por me fazer sentir como um inútil. Já escolhi uma canção para você, Karen e eu cantarmos!
(Andressa) – Que bom! Fico tão contente em te ver cantando de novo. Você nunca deveria ter saído da banda.
(Dominicky) – Isso foi um aprendizado.
Finalmente o dia da festa chegou. Estávamos nos arrumando. Não deveríamos chegar tarde. Isso funciona muito bem na hipótese, porque na prática a história é bem diferente. Todas estavam prontas e eu continuava atrasado.
(Andressa) – Dá pra você andar mais rápido?! Sua filha é a aniversariante não você!
(Dominicky) – Pare de me encher! Já estou terminando!
Andressa desceu para esperar-me na sala. Todas já estavam impacientes. Mas a impaciência delas deu lugar à surpresa ao me verem. Usava uma camiseta cor areia e um short branco. Cores neutras me deixam com uma aparência virginal assombrosa. Eu amo me sentir virgem de novo!
(Dominicky) – O que foi?! Não vão repetir aqueles insultos asquerosos outra vez?!
(Marina) – Deveríamos, mas você está ótimo.
(Andressa) – Parece uma daquelas virgens da mitologia grega! Acho que alguém está disposto a arrumar um namorado na festa!
(Dominicky) – Nem venha com brincadeiras, por favor! Vamos que estamos atrasados!
Lembrei-me de um detalhe. Subi correndo as escadas para pegar meu cordão, aquele que era presente do meu pai. Cordão no meu pescoço, estava na hora de partir para a festa.
Ao chegarmos à praia, tudo estava arrumado e Ricardo nos esperava, juntamente com seu primo. Andressa e eu os cumprimentamos e partimos para o palco. Precisávamos ajustar o som. Notei que Paulo me observava muito.
(Andressa) – Sinto cheiro de amor no ar!
(Karen) – Então somos duas! Dom, agarra esse boy enquanto pode! Que moreno é esse, Jesus!
(Dominicky) – Não comecem! Não quero brigar com vocês!
A festa começou e a banda iniciou o som. “Smile” foi a canção que escolhi. E é a partir daqui que minha história se modifica. Nada seria mais como antes. O Marcelo estava morto pra mim, embora sentisse que eu não estava morto para ele.
Depois de umas quatro canções, desci do palco deixando os demais integrantes no comando. Aproximei-me de Paula, que conversava com uma amiguinha.
(Vanessa) – Paula, você não me disse que seu pai cantava! Ele é o melhor pai do mundo!
(Dominicky) – Bom saber que alguém aqui me valoriza!
(Paula) – Não começa, pai! O senhor sabe que eu te amo e muito! Mesmo o senhor sendo velho e muito rabugento!
(Dominicky) – Obrigado pela parte que me toca! Também te amo!
Rimos muito e fui procurar a minha turma, o pessoal da “terceira idade”. Eu sei, estou me sentindo velho demais. E isso porque estou com 33 anos. Imagina o que sentirei aos quarenta!
Notei que Paulo vinha em minha direção com duas bebidas. Eu comecei a corar e torcer para que alguém o detivesse.
(Paulo) – Achei que você gostaria de tomar algo para refrescar a garganta! Aliás, permita-me elogiar sua desenvoltura sobre o palco. Você é fantástico!
“Droga! Ele está me cantando!” pensei.
(Dominicky) – Obrigado! Você é muito gentil!
(Paulo) – Gostaria de andar um pouco pela praia? Eu queria aproveitar esta oportunidade, pois nunca tenho tempo para visitar as praias.
(Dominicky) – Tudo bem. Vamos?!
Começamos a caminhar para uma parte mais solitária da praia. A brisa estava me deixando tão confortável e a vontade. A luz da lua cheia me deixa com a libido nas alturas. Confesso que tive medo de me atracar com ele naquela praia, e na presença de todos os convidados.
Enquanto nos afastávamos, olhei para trás e percebi Andressa me encarando com cara de “Vai ser hoje! Vai com tudo que o boy é seu!”. Lancei lhe um olhar de repreensão e ela logo me deixou em paz.
(Paulo) – Eu fiquei muito feliz em ajudar a elaborar a festa! Eu amo este tipo de trabalho e quase nunca me sobrava tempo para fazê-lo!
(Dominicky) – Eu é que preciso agradecer, porque, sem a sua ajuda, isso não seria possível!
(Paulo) – Não precisa agradecer. Fiz com muito gosto. Sua filha é um amor de pessoa. Assim como o pai!
“Beleza! Mais direta que essa só se ele me olhasse e dissesse ‘Eu quero um beijo!’” pensei.
(Dominicky) – Você parece que gosta de me deixar encabulado!
(Paulo) – Não é isso! Você é diferente. O seu amor pela menina me fez ver que, no fim das contas, todos procuram a mesma coisa: uma família harmoniosa.
Ele estava certo. Se tem algo que preciso agradecer ao traste é por ter me dado a Paula, meu anjinho. Infelizmente a vida foi muito louca comigo. Tirou meu pai. Deu-me o Marcelo. Deu-me a Paula. Tirou o Marcelo. Loucura!
(Dominicky) – A Paula é o meu presente! Eu sempre vou cuidar dela. Jamais permitirei que alguém a machuque.
(Paulo) – Você é extraordinário, seja como pessoa ou como pai!
Eu juro que não sei o que foi, se a lua ou a brisa, mas eu me sentia envolvido por ele. Queria beijá-lo. Paramos lentamente nos encarando.
(Paulo) – Você sabia que fica muito mais bonito sob a luz do luar?!
(Dominicky) – Não!
Foi automático. Aproximamos nossos rostos e o resultado foi um beijo. Um beijo suave e calmo. Eu sentia uma paz tão grande no meu coração. Não queria que esse momento acabasse. Nem tudo dura eternamente. Mas aquele beijo foi mágico. Talvez eu precisasse ser amado. E me senti amado.
