- Amor?! – perguntou Pedro.
- Oi? – questionou Mauricio.
- Se a minha mãe tiver que retirar o seio, existe um cirurgião que possa reconstruir?! – perguntou Pedro sentando e mordendo o sanduiche.
- Tenho alguns amigos que são cirurgiões plásticos... posso conversar com eles, mas em primeiro lugar tua mãe precisa fazer o tratamento.
- Estou com muito medo... muito mesmo.
- Sabe... lembra ano passado quando houve aquela enchente?
- Sim... como eu me lembro...
- Eu estava conversando com o Vinicius... e ele falou o quão forte você foi para salvar a vida dele.
- Foi difícil, mas eu consegui. – Pedro disse tomando um copo de suco.
- Então... Pedro Soares... você não sabe as coisas que é capaz de fazer... queria que você se visse pelos meus olhos... não consigo enxergar aquele rapaz assustado... deslumbro um homem forte e decidido.
- Para... assim eu fico sem graça.
- Estou falando sério...
- Mas eu te dei muita dor de cabeça... chorando... – disse Pedro terminando o sanduiche.
- Mas eu tenho medo... – disse Mauricio se apoiando na mesa.
- De que?! – questionou Pedro.
- De você ficar forte... ao ponto de não precisar mais de mim... e...
- Para de falar isso amor!! Eu preciso de você para respirar... – ele disse guardando a louça suja na pia.
- Espero que sim... – ele falou chegando por trás e abraçando o marido.
- Eu estou tão frágil... se você pudesse me levar para o quarto... no seu colo.
- Claro. – Mauricio fez um súbito movimento e praticamente arrancou Pedro do chão.
- Deus!!! – disse Pedro colocando a mão na boca.
- Quer acordar a casa? – perguntou Mauricio dando um beijo na boca de Pedro.
- Pareço uma criança no seu colo...
- Sempre vai ser o menino dos meus olhos... e assim que tem que ser... eu te protejo e você me faz feliz. Tua alegria é a minha felicidade.
O amor estava reinando naquela casa. Mas, as decisões do coração iria ser um obstáculo para Pedro e Mauricio.
Naquela manhã, Paula acordou se sentindo um pouco melhor. Ela teve uma surpresa ao ver Phelip deitado na cama ao lado da sua.
- Amor... o que está fazendo aqui?! – ela perguntou.
- Eu pedi ao Pedro... afinal... eu não tinha vindo aqui com a senhora ainda. – ele disse levantando.
- Obrigado... também senti saudades do meu caçula. – ela disse rindo. – Amor.. pode pegar água para mim. Mistura natural com gelada.
- Claro... vou lá agora. – ele disse deixando o quarto.
Na casa de Vinicius, os momentos de paz duraram pouco. Viola começou a mudar tudo de lugar deixando Jean completamente pirado.
- Olha meu filho. Eu ser mais experiente que você.... se falo que vai ficar melhor aqui é porque vai. – ela disse colocando um quadro horroroso na parede.
- Senhora... o Vinicius não vai gostar disso.
- Do meu filho cuido eu...
- Quer saber... eu tenho que ir trabalhar... com licença. – ele disse saindo.
- Hummm... homem arrogante... esse meu filho e seu péssimo gosto. – ela falou para si mesma.
- Daí-me paciência... – disse Jean entrando no carro.
Mauricio chegou cedo ao hospital para conversar com a Doutora Alexia.
- Então chefe... como a senhora já sabe a minha família está passando por uma fase difícil.
- Claro... Dr... até pedi ao Edson cuidar da tua sogra.
- Agora com os novos médicos chegando... gostaria de lhe pedir pelo menos 15 dias de folga?
- Sim... acho que você precisa estar com a sua família... uma cirurgia agora poderia não ser oportuna para você. Passe no RH hoje a tarde. Fique pelo tempo que você precisar.
- Nossa... obrigado doutora... eu realmente agradeço.
- São os seus serviços para este hospital... por ano... salva quantas vidas?? – ela disse levantando levemente os óculos.
- Não chega a tanto, mas obrigado.
Mauricio desceu a escada e foi visitar Paula.
- Oi sogrinha? – ele disse entrando no quarto e beijando Paula.
- Olá... genro querido. Como está?
- Estou bem... quero saber de você? – ele disse sentando.
- Bem na medida do possível... a dor passou e estou esperando o resultado da biópsia.
- Paula... eu sei que é difícil, mas o resultado deste exame vai decidir o quanto você vai ter que retirar do seio.
- Eu sei... estava pesquisando na internet... – ela disse chorando.
- Calma... você é uma mulher forte... e eu e todos os que te amam estarão ao teu lado.
- Mauricio... você sempre cuidou tão bem dos meus filhos... acho que se você não existisse nessa família... não estaríamos juntos agora... você é a nossa cola. – ela disse pegando na mão dele.
- Vocês que serão sempre parte de mim. – ele disse abraçando a sogra.
- Essa batalha será árdua... eu sei, mas vocês não me deixarão fraquejar.
- Em nenhum momento e se você vier a cair... nós vamos te segurar. Pois, você que é a cola dessa família. – ele disse emocionado.
- E quando vou ver os meus netinhos?
- Hoje... vou ligar para o Pedro trazê-los.
- Obrigada meu querido.
- O Phelip, mas ele foi tomar café.
- Ok... se cuida sogrinha. – disse Mauricio abraçando Paula. – Eu te amo.
- Também te amo Mauricio.
- Vou trazer as crianças para te ver.
- Quero beijar os meus netinhos lindo.
- Eles também estão com saudades. – disse Mauricio se despedindo e fechando a porta.
No carro, Mauricio ligou para Pedro e pediu para arrumar os meninos e leva-los para ver Paula no Hospital. Ele também bateu cabeça durante todo o trajeto até que encontrou DJ em uma esquina. Mauricio parou o carro próximo e baixou o vidro do carro.
- Ei rapazinho... perdido por aqui?!
- Oi Mauricio... mais ou menos... – ele disse se apoiando na porta do carro.
- Vem... te dou uma carona. – ele falou abrindo a porta.
- Eu aceito.
Mauricio arrumou o cinto de segurança para ele e seguiu viagem.
- E ai? Você e sua família estão gostando da cidade? – perguntou Mauricio.
- Sim... é muito legal.
- Que bom... ei...humm... eu gostaria de falar com a sua tia... sabe... dar as boas vindas. – disse Mauricio.
- Ela... ela... trabalha demais sabe... e nós quase não a vemos. – ele disse olhando pela janela.
- Entendi... e aquela tua amiga... a... a...
- Judi?!
- Ela mesma... meio enfezada né?
- É o jeito dela...mas ela é legal.
Quando Judith viu seu irmão saindo do carro de Mauricio, ela deu um ataque.
- O que significa isso? – ela disse tirando o menino do carro.
- Calma Judi... – pediu DJ.
- E o senhor fique longe do meu irmão... pedofilo!!! – ela gritou. – Você está bem?!
- Ei mocinha... me respeite! – gritou Mauricio.
- Não o senhor que tem que tomar cuidado... eu posso... te denunciar!
- É mesmo?!
- Sim....
- Judith para ele é legal. – tentou intervir DJ.
- Ou será que é você que pode estar encrencada?! Ou você acha que eu não te vi pulando o muro da minha casa? Sua tia vai ficar chateada...
- Não se meta na nossa vida... que eu não me meto na sua. – ela disse saindo, levando seu irmão.
- Jesus que menina mais chata. – disse Mauricio.
Na casa onde as crianças estavam, não ficariam tão tranquilas como antes.
- Eu te odeio Judith!!! – gritou DJ.
- Espera... eu acabei de te salvar...
- Não.. você sempre expulsa as pessoas que gostam da gente...
- Você está enganado DJ... eu amo você... e quero te proteger.
- Ei... o que é isso? – perguntou Bernando.
- A Judith... como sempre... estragando tudo. – disse o menino chorando.
- Calma... – disse Bernardo. – Ju... o que está acontecendo?
Mauricio estava na porta da frente da casa e ouviu os gritos. Resolveu xeretar. Ele se apoiou em cima de uma madeira próximo a janela.
- Tem um homem aqui da frente... que fica dando confiança para ele... e eu vi... eu vi... deixa pra lá... temos que ter
mais cuidado.
- É o mesmo homem do bolo? – perguntou Bernardo.
- Sim... ele é muito legal. – falou DJ.
- E você tem esperança do que?! De que ele possa te adotar?! – gritou a menina.
- Quem sabe... melhor do que viver assim... fugindo!!! – gritou DJ.
Mauricio se desequilibrou e caiu quebrando a madeira. Ele ficou uns segundos desacordado e quando recobrou a consciência viu várias crianças em cima dele. Se levantou com dificuldade, mas ficou em pé. DJ o ajudou a sentar.
- É esse homem...
- Quem é ele?!
- O que aconteceu? – disse uma menina descendo as escadas acompanhada de mais algumas crianças.
- Meu Deus... – disse Mauricio. – Quantas... quantas... crianças moram nessa casa? – ele perguntou.
Judith e Bernardo se olharam.
- Vamos... respondam.
- Somos... somos.... – gaguejou Bernardo.
- Somos 10. – disse Judith.
- Céus... e a tia de vocês?!!
As respostas que pedimos muitas vezes não é aquela que queremos. Como dito anteriormente... os segredos duram pouco. E quando ele estoura... precisamos rezar para não sermos atingidos por suas consequências.
Gente hoje como é um feriado santo e também Dia das Crianças vou deixar um presente para vocês... uma publicação dupla... irei publicar outro texto em seguida... espero que gostem e aproveitem!!!! Descansem, se beber não dirija e sexo com camisinha!!!!