Quem diria que em apenas um dia, toda minha vida viraria de cabeça para baixo...
Bom, eu sou Pedro, não sei me descrever muito bem, tenho 19 anos, moro em Belém do Pará, eu sou alto, tenho 1.83, sou moreno claro, tenho cabelos pretos, é meio emo, como minha namorada dizia, tenho olhos castanhos, eu sempre me achei bonito, faço academia há 3 anos, enfim. Eu comecei a namorar uma vizinha minha, ela se chamava Daniella, tinha 16 anos, ela era incrível, sorridente, tinha cabelos negros, olhos castanhos e seios fartos e tinha um corpo delicioso e todo depilado, ela era uma deusa! Começamos a namorar em fevereiro, Eu geralmente ia pra casa dela depois da faculdade, afinal ela morava na casa de frente pra minha, eu sempre ia lá antes de passar em casa, havia até se tornado uma rotina pra mim, Minha história começa exatamente a no dia 8 de abril desse ano, acho que nunca irei esquecer desse dia, haha. Eu tinha ido pra Faculdade, estudo administração no turno da tarde e saio da faculdade lá pelas 20:00, pois eu geralmente ficava até tarde na faculdade, e quando eu ia pra parada de ônibus, esperava quase uma década para pegar um ônibus que fosse para o meu bairro, naquele dia o ônibus demorou muito mais do que o esperado, fiquei na parada acho que uma hora e meia, e quando ele chegou, veio simplesmente lotado. Eu odeio muito sufoco, passei pela catraca, e fiquei em pé durante algum tempo, afinal eu moro um pouco longe da faculdade, mas tinha uma coisa que estava me incomodando naquele ônibus mais do que o aperto, era uma cara que ficava me olhando de vez em quando, ele tava praticamente do meu lado, quando o ônibus foi esvaziando mais, e eu sai do lado dele e fui para tras dele para ver se ele parava de me olhar, e funcionou e então a pessoa que estava na minha frente se levantou e eu finalmente pude me sentar, logo em seguida aconteceu o mesmo com a pessoa a frente dele, e ele se sentou e nem me olhou mais, ainda bem! Faltava muito pra chegar em casa, e eu tava meio cansado, daí uma senhora meio idosa passou pela catraca, eu percebi que ninguém iria se levantar, aqueles bandos de mal educados, ate que o garoto se levantou e chamou a senhora pra sentar no lugar dele, Cara, eu valorizo pra caramba gente educada, depois disso o moleque ganhou o meu respeito. Depois foi a minha vez, Uma moça com uma criança no colo entrou no ônibus e eu ofereci meu lugar, ficamos de novo naquela situação, um do lado do outro, mas dessa vez eu havia notado o rosto dele, Bom, era estranho pra mim, mas não pude negar que ele era realmente bonito, ele era um pouco mais baixo que eu deveria ter uns 1.75m, tinha um rosto com pequenas manchinhas de acne, pequenas mesmo, era meio moreno claro, que nem eu, só que mais claro, tinha um cabelo curto, mas meio bagunçado e liso, um pouco ondulado, mas o que me chamou mais a atenção nele era o rosto frio e triste, era como se ele estivesse em um mundo distante e melancólico, eu o fiquei observando até que ele me olha, eu virei meu rosto com tanta rapidez que fez minha cabeça doer, kkkk, Mas depois eu olhei para ele e ele continuava me olhando, desta vez ele me olhou no fundo dos olhos, eu fiquei fascinado com aqueles olhos, eram castanhos escuros, mas tinham um brilho incrível, era como se eu pudesse ver a alma dele, aquilo foi realmente muito estranho e fascinante... Depois dessa troca de olhares eu decidi ficar de novo atrás dele de costas para ele, e ficamos assim ate um evento meio engraçado acontecer, as ruas em que o ônibus estava passado, eram cheias de curvas, e como estávamos de costas um pro outro, a cada curva um pressionava o outro meio que sem querer, achei graça daquilo tudo, mas depois senti através da minha calça jeans que ele estava sem cueca, ele tava com uma bermuda fina e como estávamos nos pressionando um contra o outro, eu pude sentir a bunda dele, e em pleno ônibus um pouco cheio, fiquei super excitado, a bunda dele era grande e dura, mas o bom era que estava chegando perto de casa, quando puxei o sinal, percebi que ele começou a arrumar as coisas dele também, mas nem liguei, só comecei a achar estranho ele vir e descer junto comigo, eu pensei que ele queria usufruir meu corpo, haha, mas depois de caminharmos um pouco eu fui direto à rua e ele dobrou em uma entrada para uma outra rua, depois a única coisa que veio a minha cabeça foi rir, apesar do cansaço, eu fui para a casa da minha namorada, chegando lá, eu me deitei na cama junto com ela e ficamos vendo tv no quarto dela, era bom ficar com ela, apesar de já termos feito sexo muitas vezes, por sinal fizemos sexo pela primeira vez, uma semana depois do nosso primeiro encontro ;D, Depois de descansar um pouco eu fui pra casa, eu geralmente brigo com minha mãe, pois ele acha que depois que eu entrei pra faculdade eu não quero mais saber de ajudar em casa, que eu sou vagabundo e que a Daniella só atrapalha meus estudos, e isso realmente me irrita, em vez de brigar com ela, eu decidir trocar de roupa e ir na farmácia comprar créditos pro meu celular, eu tava cansado e com sono e ainda estava me sentindo mal por brigar com a minha mãe, decidi colocar uma musica pra mim ouvir no fone, eu estava tão concentrado escolhendo a musica que nem vi um cara se aproximando de mim tanto é que ele também estava meio que desconcentrado em mim, daí nos chocamos com força e Eu derrubei o celular dele no chão, ele pediu desculpas em voz alta, e pegou o celular do chão, e olhou pra mim, ele era o mesmo garoto do ônibus, (coincidência ou destino? Haha. WTF?) eu tava que meio sem ação e quando eu fui falar que eu é que fui o culpado ele já tinha ido embora, eu fiquei me perguntando porque ele parece tão triste, mas depois desencanei, tinha meus problemas para cuidar, comprei créditos e voltei pra casa, tomei banho e fui dormir, depois daquele dia não tinha mais visto aquele garoto, até o dia ensolarado e quente de sábado, duas semanas depois! (Hahaha), eu como não tinha nada pra fazer em casa, assim que acordei fui pra casa da Daniella, eu acordo meio tarde lá pelo meio dia em diante, haha. Eu fui pra lá era umas 11:00h, quando cheguei lá estava toda a família dela, ela tava no quarto dela, eu como sou quase da família, entro sem o menor problema, eu fui ate o quarto dela e comecei algumas palavras:
- Pára! Eu tenho namorado seu tarado! – e depois eu ouço a risada histericamente alta da Daniella, assim que eu entrei no quarto, eu a vi com mais um garoto na cama dela, ele estava sem camisa apenas de bermuda e com a cabeça debaixo do travesseiro rindo sem parar, e ela tava com uma blusa curta e short, eu com uma puta raiva daquela cena, perguntei:
- Que merda é essa?
- Ah, Oi meu amor! Vem cá, queria te apresentar meu primo faz muito tempo, vem cá, esse é o Léo, ele tirou o travesseiro do rosto com a cara vermelha de tanto rir, olhou pra mim, e eu de primeira reconheci aquele homem! Ele era o garoto do ônibus.
Ele com um sorriso super grande estendeu a mão dele pra mim e disse:
- Oi, tudo bom? Meu nome é Lehone, prazer...
- O que vocês estão fazendo aí? - Cortei a fala dele com raiva.
E ele logo respondeu:
- Nada de mais! A gente tava só brincando, mas diz aí, eu acho que te vi um dia desses no ônibus, sabia?
- É eu sei. – percebi que ele iria mudar de assunto toda a vez que eu tocasse nele, preferi então ficar de olho nele. Minha namorada interveio:
Dani - Olha que legal! Quando foi isso?
Léo – Foi há um tempinho já, mas enfim bora pro cinema? Por favor, eu faço tudo que tu quiser!
Eu – Vocês vão pro cinema?
Dani- Eu não quero ir sozinha, bora comigo bebê?
Eu- Quando vai ser?
Léo – Quarta-feira, topa?
Sem pensar duas vezes, respondi:
- Não. – e por incrível que pareça, ele aceitou:
- Ok, então eu vô convidar outro pessoal, ok? Vô lá cozinha já volto!
Eu esperei ele sair pra descarregar minha fúria.
- Que merda foi essa?
- Não foi nada, a gente apenas tava brincando um com o outro.
- Bela brincadeira você o chamar de tarado sem motivo algum, fala o que ele fez?
- Hum... Quero saber se tu és meu pai por acaso?
- Então é assim?
- É assim o que? Sossega teu facho que eu brinco, eu avacalho, eu faço o que bem eu quiser, eu gosto pra caramba de ti e não quero brigar, mas se você for ficar com ciuminhos pra cima do meu primo pode parar por aqui.
Apesar de eu estar zangado, eu não queria terminar com ela, ela era incrível, e sei que também era muito conservadora e fiel.
Então eu percebi que teria que falar com ele, mas como fazer isso sem fazer ele contar pra ela?
Fiquei com ela praticamente o dia todo, o primo dela passou mais tempo com a família do que com a gente, apesar de segundo ela, eles serem melhores amigos. Chegando o final da tarde, ele decidiu ir embora, aquela era a minha única chance de bater um papo reto com ele, eu disse pra todo mundo que ia embora também, pois ia à casa de um amigo, mandei ele me esperar pra gente ir juntos ate a parada de ônibus.
Assim que saímos de lá, ele continuou sorridente e falando sobre o quanto e eu a Dani parecíamos um casal perfeito, bajulando a mim e a Dani, até que eu cortei o papo e fui direto ao ponto.
- Cara, o que você quer com ela?
- Eu? Não quero nada, por quê?
- Ela é minha namorada, ve se deixa ela em paz, falou?
- Que tem a ver ela ser a tua namorada? Desencana velho, a gente não tem nada de mais, ela é apenas a minha melhor amiga, o intruso aqui é você.
- Olha aqui seu moleque, não vo brigar contigo por que eu prometi pra ela, mas eu não te quero perto dela.
- E quem vai me obrigar?
Como era sábado, não tinha praticamente nenhum movimento naquela rua, em tão meio que sem reação o empurrei em uma parede de uma casa e falei segurando a camisa dele;
- Tá me provocando muleque? – Ele soltou uma gargalhada como se tudo que eu estivesse fazendo fosse uma brincadeira para ele, eu podia ate pensar isso, mas ao invés disso, ele fez uma coisa bizarra. Do nada ele parou de rir e ficou muito sério, como se não fosse a mesma pessoa de antes, ele começou a falar em tom autoritário;
- Me solta, e bora conversar.
- Tu quer conversar?
- Por favor? – ele me olhou profundamente, e não esboçou sequer nenhuma emoção ou reação, apenas ficou me olhando sério sem sequer se mexer pra se soltar de mim. Eu o soltei e fomos caminhando em silencio pra parada de ônibus. Até que ele toma a palavra;
- Por favor, me desculpa, eu deveria ser mais maduro e menos idiota e infantil, me desculpa.
- Certo – fui bastante frio com ele.
- Eu acho que você está certo, vocês são namorados, eu tenho que respeitar o namoro de vocês, mas antes eu queria falar algo contigo, pode ser?
- O que é?
- Cara, eu não sei o que diabos aconteceu comigo, mas eu não consigo parar de pensar em ti, desde aquele dia eu me arrependo amargamente de não ter tomado alguma atitude, eu me apaixonei à primeira vista, depois que eu te vi mais tarde naquele dia, eu fiquei com medo de falar algo e tu me humilhar perto daquelas pessoas que estavam em volta, eu quero profundamente que tu me compreenda, eu nem sabia que tu era o namorado dela, mas depois que eu te vi entrando na casa em frente a da dela, eu comecei a passar mais por aqui, apenas pra te ver, foi um choque hoje, quando ela te apresentou como namorado dela, eu não demonstrei eu sei, mas essa é a minha maneira de não deixar os outros me atingirem, o que eu mais queria era ter você ao meu lado, sei lá, eu tenho uma imaginação tosca e frívola, mas a questão é que eu não posso deixar de te amar.
Sem entender nada a única coisa que eu pude dizer foi;
- O quê?
Continua.
