Seria pedir demais um único minuto de paz no meu caminho? Eu não conseguia mais lidar com tantas dificuldades... Tudo acontecendo ao mesmo tempo. Como ela pôde me afrontar desse jeito? O Edu era um cara bem grandinho já. Eles não tinham porque interferir dessa forma na sua vida. Situação chata demais!
Eu - Ele já disse que não vai. Por que vocês não conseguem respeitar o seu desejo?
Mãe dele – Só estou fazendo o melhor para a vida do meu filho. Diego... Ele te escuta. Só você pode convencê-lo nesse momento.
Eu – Não vou ajudá-los dessa vez. Eu não quero que ele vá embora. Nós precisamos um do outro agora.
Mãe dele – Meu filho vai ficar conosco, perto da sua família e, não nesse lugar... Ele não será feliz aqui. Só você não compreende isso.
Eu – Eu sei muito bem que vocês são a família do Edu, mas nunca fizeram por merecer nenhum carinho dele.
Mãe dele – Você não tem o direito de falar assim da minha família. Se o Eduardo sofrer... A culpa será sua.
Eu – Claro que não. Eu não sou o culpado se vocês não conseguem apoiá – lo e, você como mãe deveria entender a vontade do Edu.
O que eu fiz para levar tantas pedradas da vida? Meu coração não aguentava mais essa enxurrada de obstáculos. Não queria competir com ninguém, mas ela permanecia me acusando sem motivo algum. Fui obrigado a ouvir diversas ofensas dessa mulher. Eu só queria viver tranquilo com o Edu ao meu lado, longe de toda e qualquer confusão.
Mãe dele - Você está destruindo a vida do meu filho por puro egoísmo, prendendo-o aqui. Isso não é justo!
Pensando bem... Eles que deveriam ser eternamente gratos a minha pessoa, pois se não fosse por mim... O Edu nunca teria se reconciliado com a sua família de verdade, mas tudo isso serviria como aprendizado. Nunca mais estenderia minhas mãos para ajudá-la.
Eu - O Edu vai ser muito feliz aqui comigo, porque existe amor entre nós e, ninguém vai conseguir nos separar.
Mãe dele – Presta atenção... Olhe bem ao seu redor... Meu filho nunca vai se acostumar com essa vida de vocês. Não vou deixá-lo viver aqui desse jeito.
Eu - Olha só. Infelizmente, você é a mãe do cara que eu amo. Tenho que lidar com isso, mas não vou deixar ninguém ofender a minha cidade, nem as pessoas que vivem aqui.
Que situação! Minha família sempre foi muito humilde, mas meu pai era muito sonhador, demais. Então, ele batalhou tanto por nós... Que conseguiu vencer, transformando completamente o nosso caminho. Meus amigos eram bem diferentes de mim e as pessoas da minha cidade também possuíam uma condição social inferior a minha. Porém, isso nunca me incomodou, pois eu conseguia me entender perfeitamente com todo mundo. Já os pais do Edu... Levavam uma vida oposta a minha. Eles ostentavam tanto... Valorizavam somente coisas sem importância, mas num acaso, nossos destinos cruzaram-se. Na hora do amor, todas as nossas diferenças desapareciam, nada mais importava. Apesar do meu jeito estressado de ser e tudo mais... Tentava manter- me compreensivo. Afinal, era a mãe dele que estava diante de mim. Nasci na periferia, cercado pelo perigo. Nunca me envergonhei disso, mas porque debochar assim das pessoas? Ela tanto fez que conseguiu me irritar. Para que me perturbar dessa forma? Que tormento! Nós já não tínhamos muito que falar, então seria melhor dar logo um fim nessa conversa.
Mãe dele - Tudo bem. Nós vamos embora, mas está em suas mãos. Se você ama tanto o meu filho assim como diz... Deixa-o livre para viver feliz como ele sempre foi.
Que ódio! Sabia que era errado levar comigo esse sentimento tão ruim, mas seria difícil esquecer tudo o que ela me disse. Na verdade, acho que nunca fui muito bem aceito por essa família. Arrisquei meu relacionamento somente para ajudá-los e, o que recebi em troca? Apenas ingratidão. Nossa!!! Toda essa situação me deixou muito abalado. Precisava pensar... Me distrair... Qualquer coisa, mas eu necessitava de paz na minha vida. Nem consegui ao menos recuperar-me dessa tragédia envolvendo o Thiago e o meu irmão... Agora mais essa bomba no meu caminho. Era muita injustiça comigo. Não queria ver o Edu triste, jamais. Sabia que ele estava se esforçando para ficar ao meu lado, mas não seria nada fácil abandonar uma vida de luxo... Por mais que existisse muito amor envolvido nesse caso... Era uma situação complicada demais.
O que eu faria? Uma revolução acontecia dentro de mim. Mais tarde, o pai dele veio se desculpar pela atitude da esposa e tudo mais. Ele me disse que tentaria compreender os desejos do seu filho, mesmo que isso significasse ter que conviver tão longe do Edu. Será que o nosso amor resistiria a tanta pressão? Por todos os lados, alguém lançava ‘bombas’ em nós. Seria muito complicado viver desviando de tantos espinhos. Aquele foi um ano muito intenso na minha vida. A partir do momento que nos conhecemos... Os problemas surgiram rapidamente. Pareciam que todas essas dificuldades nunca teriam um fim realmente. Certifiquei – me de que os seus pais realmente iriam embora, rs. Logo, fui ao seu encontro. Ele estava me esperando, um pouco ansioso por conta da minha demora. Agora seria a hora de conversarmos sobre a nossa relação. Era muito fácil decifrar quando algo me incomodava de verdade... Não conseguia disfarçar minha feição. Óbvio demais.
Edu - O que aconteceu agora? Você está muito estranho amor.
Eu - Me abraça bem forte, por favor. To me sentindo tão mal.
Toda a segurança que precisava... Eu encontrei nos braços dele. O Edu sabia como me acalmar perfeitamente. Ele era especialista em cuidar de mim. ♥
Edu - Amor... Eu to aqui. Ok? Não fique assim. Me diz... O que fizeram para você?
Não comentaria sobre a conversa com a mãe dele. Eu queria evitar a fadiga, rsrs. Então, essa era a hora de passar bem longe de todos os problemas. Não iria mentir, mas omitir. Seria por uma boa causa.
Eu – Nada de mais, só uma tristeza de repente, mas eu vou ficar bem. Não me faça mais perguntas... Só fica aqui comigo.
Edu – Nem precisa pedir. Eu vou está contigo sempre.
Eu - Edu... Você me faz tão feliz. Eu preciso ficar contigo. Não quero te perder.
Edu – Ei. Que besteira é essa? Nós vamos ficar juntos para sempre.
Toda confiança necessária, o Edu me transmitia. Sempre me protegendo e amando, mas eu não conseguia evitar esses pensamentos loucos na minha cabeça. Meu desejo era jogar tudo para o alto e, ser feliz com ele, mas eu não poderia. Que situação mais complicada. Difícil tomar a decisão correta.
Eu – Amor... Você sabe que nada é para sempre... Nosso amor também pode se acabar com o tempo.
Edu - Não. Nosso amor será para sempre sim. Eu te amo. Isso basta. Não sei o que disseram para você ficar cheio de dúvidas, mas não fica se preocupando a toa. Ninguém vai separar a gente, certo?
O ideal seria que eu confirmasse, fizesse juras de amor e tal, mas algo me impedia. Não deveria me atormentar pensando nessa conversa com a mãe dele, mas tudo o que ouvi dela me feriu de verdade. Não gostaria de ver o Edu sofrendo, nunca. Que diabos estava acontecendo comigo?
Edu - Você não acredita no nosso relacionamento? O que está acontecendo contigo?
Eu - Pensa em tudo que já perdeu ficando por aqui. São os seus planos, sua vida... Você vai conseguir ser feliz desse jeito?
Edu - Eu tenho você. Sei de todos os riscos, mas quero ficar contigo. Não me importo mais com isso.
Me sentia tão inseguro. Não sabia exatamente o porque. Às vezes, nem eu mesmo me reconhecia. Por incrível que pareça, essa conversa mexeu comigo de uma forma inacreditável.
Eu – Pensa bem... Nós somos totalmente diferentes... Você é todo riquinho, cheio de luxo. Olha só onde eu moro... Do lado da favela, todo mundo mais humilde.
Edu – Tenta entender de uma vez por todas: Seus amigos são legais... Já me acostumei com eles e, agora nós temos o mesmo estilo de vida. Mesmo se você continuasse sendo bem mais simples... Eu continuaria te amando do mesmo jeito. Ok? Não me importo mais com essas coisas. Tira essas bobagens da cabeça.
No meu pensamento, todas essas duras palavras que ouvi daquela mulher insistiam em me atormentar. Eu não conseguiria ficar longe do Edu, mas antes de qualquer coisa, estava a nossa felicidade e, se para ele ser feliz... Nós tivéssemos que ficar separados... Com o Coração partido... Aceitaria essa condição. Ainda teríamos que retornar ao Rio para terminar o período/semestre que restava. Então, mais adiante voltaríamos em definitivo para a minha cidade. Despedi-me da minha família, dos amigos e, seguimos. Já na ‘facul’ tudo ocorreu tranquilamente, sem muitos problemas. Aproveitei para recuperar o tempo perdido com todas as amizades que deixei por lá.
Breno – Até que enfim, vocês voltaram. E então... Vieram para ficar?
Eu - Voltamos por pouco tempo. Decidimos ficar por lá mesmo. Só vamos resolver algumas coisas aqui e, logo retornaremos.
Clara - Como assim pouco tempo Diego? Pensei que ficariam por aqui. Você vai abandonar seus amigos? Não acredito nisso.
Eu – Vai ser melhor assim. Quando acabarmos esse período, nós vamos morar em Angra de vez.
Clara - Melhor para quem Diego? Só você que vai sair ganhando nessa história. Tá agindo totalmente errado.
Breno – Clara... Para de se intrometer. Eles decidiram assim.
Clara - Poxa Diego. Eu não quero que você vá embora. Fica! Por favor.
Eu - Clara. Eu tinha uma vida por lá também. Não posso deixá-los nesse momento. Espero contar com o seu apoio novamente.
Clara - Tudo bem. Você vai fazer tanta falta por aqui, mas quase todos os dias eu vou te visitar. Ok?
Eu - Claro que sim. Vou adorar ter ver sempre por lá.
Edu – Eita. Também não é assim. Não precisa ir sempre. Quanto menos, melhor.
Clara – Ah! Edu... Nem vem. Vou te perturbar todos os dias sim. Lide com esse fato, rsrs.
Claro que eu gostava de estar entre eles. Os dois me faziam tão bem. Já não sabia mais por qual caminho seguir. Era notável a alegria no olhar do Edu por estarmos ali novamente. Por mais que ele negasse constantemente... Suas expressões não mentiam, infelizmente.
Nesses dias, que passamos ali, o Edu não visitou seus pais em nenhum momento. Era como se eles tivessem ‘brigado’ novamente. Não queria causar essa situação. Por diversas vezes o incentivei a estar com os seus pais... Mas ele era bem teimoso... Se eu não fosse, nada feito. Só queria evitar um novo embate, por isso sempre negava esse encontro. Nem preciso dizer que a mãe dele ficou irritadíssima com essa história. Na cabeça dela, a culpa era minha de todo o mal que acontecia com essa família. Enquanto estávamos aqui no R.J, nos afastamos de tudo e todos.
O tempo passava rapidamente. Todos os dias, eu ligava para os meus amigos. Eles prometeram que cuidariam da minha família... Essa promessa nunca foi quebrada... Ao contrário: cumprida com êxito. Dessa forma, meu coração conseguia se acalmar, mas a minha mente permanecia confusa. Que indecisão! Sabia que toda essa alegria do Edu desapareceria assim que retornássemos para Angra. Tudo isso me entristecia tanto. Teria que decidir essa história de uma vez por todas. Que vida mais complicada a minha! Enquanto ele foi para a academia, resolvi ficar em casa relaxando minhas ideias, colocando minha cabeça em ordem, mas não seria tão fácil assim, pois esse cara nunca me deixava, ainda bem.
Edu - Amor... Que tal se você me fizer companhia? Não vai ser tão ruim assim, vamos?
Eu – Nossa!!! Vai ser bem divertido mesmo observar você malhando. Eu vou me cansar só de olhar. Acho melhor ficar por aqui mesmo deitado, bem sossegado.
Edu – Tem certeza que não quer ir? Lá tem mulher para todo lado... Vai me deixar sozinho mesmo?
Detestava quando o Edu me provocava desse jeito. Também possuía minhas ‘crises’ de ciúmes, nunca neguei, mas nada tão exagerado quanto ele. Na verdade, eu me controlava muito bem... Ah não ser, se fosse algo muito explícito, então a situação fugia do meu controle, rsrs.
Eu – Confio em você e, no meu potencial também. Ok? Pode ir despreocupado.
Edu - Hummm. Tudo bem, seu marrento, rsrs. (ele disse me beijando). Pode ficar tranquilo, eu só tenho olhos para você.
Eu – Sei. Se o senhor está dizendo, quem sou eu para duvidar? Mas elas olham para você... Tenho certeza.
Edu – Sabe que nem percebo, mas eu não tenho culpa de ser irresistível, haha.
Eu – Há. Então é assim? Pensando bem... Acho que é melhor te acompanhar mesmo. Enquanto você se exercita, eu fico por lá, observando os outros caras malhando, todos suados... Pode ser?
Edu – Claro que não. Nem brinca com isso. É melhor você ficar por aqui mesmo. Daqui a pouco to de volta.
Eu – Viu só? Cadê os direitos iguais? Você pode e eu não?
Edu - Você é só meu. Nenhum dos dois pode. Ok? Vamos esquecer esse assunto, antes que acabe mal.
Eu – Nossa! Chato. É melhor ir de uma vez, mas quando você voltar, eu estarei na ‘facul’. Não precisa ficar me esperando, tudo bem?
Edu – Tá certo, mas é melhor me esperar por lá... Eu te pego na saída.
Eu - Não precisa. Eu volto com o Breno, a Clara. Não estarei sozinho.
Edu - Já disse que eu vou te buscar. Me espera. Ok? Não demoro a te encontrar.
Porque ele tinha que ser assim? Acho que o Edu imaginava que eu era um garotinho indefeso, ou algo assim. Não sou tão inocente... Sabia me cuidar perfeitamente. Que raiva! Dessa vez, não questionaria... Seria melhor escapar de mais discussões. Enquanto estava sozinho, comecei a organizar algumas coisas, mas rapidamente, a campainha tocou... Totalmente surpreso fiquei, ao notar que era mãe dele. Como ela teve coragem de aparecer aqui depois de todos os insultos que me disse? Meu desejo era expulsá-la imediatamente, mas minha boa educação não permitia.
Mãe dele - O Breno já me contou que o Eduardo está muito feliz por aqui. Eu sabia que ele não resistiria. Conheço muito bem o meu filho.
Porque isso só acontecia comigo? Ela agia naturalmente. Como se a nossa relação fosse a mais perfeita do mundo. Não conseguia encará-la. Todas as suas ações e palavras pareciam falsas. Disse que veio ver o filho, pois por minha causa, desde que chegamos aqui, ele não procurou a sua família. Era provação de mais na minha vida. Porque tanto empenho em tirá-lo de mim? Acho que o problema em questão não era o Edu se relacionar com outro homem e, sim, esse cara ser eu. Sempre fui um garoto tão bonzinho, rsrs. Não conseguia compreender o porquê de tanto ódio assim. Que bela forma de começar o dia.
Mãe dele - Já pensou sobre a nossa conversa? O que você decidiu?
Eu - Não conversei com o Edu e, nem pretendo falar nada a respeito. Essa é a minha decisão. Vocês que se resolvam com ele agora.
Mãe dele - Você sabe muito bem que por sua causa, ele não quer voltar.
Eu - Então, sinto muito. Eu já não me interesso mais pelos problemas de vocês. Quando terminar tudo por aqui, volto para junto da minha família.
Mãe dele - Será que não consegue perceber que aqui é o lugar dele? Você está destruindo a vida do meu filho.
Nossa! Não entendia tanto drama dessa mulher. Só estaríamos separados por algumas horas. Minha cidade nem era tão distante assim do R.J. Eles poderiam visitá-lo por lá quando quisessem... Desde que eu não estivesse em casa, hahaha, pois não gostaria de ficar muito tempo perto dela, não mesmo. Já estava incomodado por tantas acusações sem fundamento algum. Sabia que mesmo longe, ela faria o impossível para azucrinar a minha vida. Dessa vez, deixei-a falando sozinha e, segui para a ‘facul’. Realmente, conseguiram estragar o meu dia completamente. Impressionante! Mais tarde, o Edu cumpriu o combinado e, foi me buscar. Ele sabia como mudar o clima rapidamente... Me encheu de carinho. Logo, consegui ficar mais tranquilo novamente.
Edu – Gosto de ficar sozinho com você. É tão bom... Só nós dois. Sem ninguém por perto.
Eu – Porque tá falando desse jeito? Tem alguma coisa te incomodando? Acho bom você me dizer de uma vez.
Edu - Amor. Adoro sua família, mas eu gosto de privacidade... Com eles por lá não da para fazer muita coisa. Fico um pouco constrangido... Você sabe.
Eu - Sim, mas meus pais te deixam super a vontade por lá, ou estou errado? (perguntei irritado).
Edu - Claro, mas às vezes é mais confortável ficarmos sozinhos.
Eu – Ok, mas você tá ligado que em dezembro eu volto para a minha cidade de vez, não é?
Edu – Eita. Você está tão estranho. Não to gostando desse seu jeito... Todo irritado.
Eu - Não estou estranho. Só estou te avisando que com ou sem você, eu vou seguir a minha vida.
Deixei-o sozinho, pois não queria um novo conflito entre nós, mas rapidamente, ele seguiu me cobrando explicações. Não poderia contar nada sobre essa conversa, pois tudo isso poderia trazer mais problemas para a vida dele. Não queria ver o Edu mal com a sua família de novo. Porque eu não poderia pensar em mim dessa vez? Meu desejo era falar toda essa história, mas não valia a pena arrumar mais um tormento para a minha vida.
Edu - Porque isso agora? Eu já disse que eu vou contigo. Porque está me tratando assim?
Eu - Não precisa ir se não quiser. É melhor você ficar por aqui... Voltar para a sua vida, perto dos seus pais. Eu cansei Edu, não aguento mais essa situação.
Edu - Do que você tá falando? O que tá acontecendo contigo? Me diz, por favor, eu preciso entender.
Eu – Nós nunca seremos felizes juntos Eduardo. Desde quando voltamos para cá, você está mais contente... Pode se esforçar para ficar bem na minha cidade, mas eu sei que é mentira. Para de se enganar. Não vai dar certo.
Edu – Já chega. (ele disse irritado) me diz agora quem falou essas coisas contigo? Você não é assim. Vai me contar logo, ou eu vou ter que descobrir tudo sozinho?
Eu - Ninguém me disse nada. Ok? Eu sinto. Dá para ver no seu olhar.
Novamente minha vida virava de cabeça para baixo. Nada mais seguia a ordem natural por aqui. Um turbilhão de emoções permanecia no meu coração. Como eu seria feliz desse jeito? Sabia que toda a minha família, meus amigos queriam o meu bem e, que o meu namoro com o Edu continuasse, mas era a mãe dele nessa história e, isso fazia uma enorme diferença. Seria uma situação triste e, já me preparava para as consequências, mas minha decisão ninguém mudaria: seria mesmo o fim da nossa relação, mesmo que tudo isso significasse o meu sofrimento. Enfim, o final de semana chegou e, nós iríamos para a minha cidade outra vez, mas para acelerar esse nosso desfecho amoroso... Comecei a tratá-lo da pior forma possível. Partia meu coração vê-lo mal, mas não tinha jeito. Minhas atitudes não estavam corretas, mas quem sabe assim, ele não desistiria de ficar comigo.
Então, já na minha cidade, ele tentava de todos os modos se aproximar, mas eu negava todo e qualquer carinho. Infelizmente, a nossa relação estava bem estremecida. Me sentia tão mal por não poder fazer absolutamente nada para impedir esse fato. Precisava conversar com alguém que compreendesse minhas razões, por isso decidi procurar meus amigos para desabafar, pensar, mas o Edu não facilitava... Muito difícil seria ele me deixar sozinho. Era tão óbvio perceber que rapidamente começaríamos a ‘brigar’ novamente. Porque tudo tão complicado assim? Haja paciência!
Edu - Nossa! Cara... Você está irritado demais. Para que tanto estresse? Relaxa um pouco.
Eu – Só quero ficar sozinho. É tão difícil entender isso? Você não sai do meu pé, vive atrás de mim.
Edu – Ok. Então você não me quer por perto? (ele disse irritado).
Eu – Ah! Edu... Sem drama. Me deixa em paz, por favor.
Edu - Tudo bem. Pode ficar tranquilo que eu não vou te incomodar mais.
Não iria atrás. Seria melhor deixá-lo sozinho para pensar e decidir o melhor para a sua vida. Eu não queria torná-lo meu prisioneiro. Não poderia exigir que o Edu permanecesse comigo. Ficamos mais uns dias por aqui, pois a ‘facul’ já não exigia muito de mim. Nossa convivência a cada dia ficava mais insuportável e, mesmo ele se desculpando por algo que nunca me fez... Eu teria que me manter firme, mas meu desejo era abraçar, me desculpar e beijá-lo muito... Esquecer toda essa história e, ser feliz ao seu lado, mas a realidade era cruel demais. Por fim, acompanhei o André ao psicólogo. Era tão bom vê-lo melhor. Mesmo enfrentando tantos problemas, a todo o momento me ajudou, incentivando-me a agir com o coração, esquecer essas opiniões que não acrescentavam nada para nós.
Eu – Você tem noção de como é difícil? Eu estou sendo pressionado por todos os lados. Tá complicado demais.
André - Cara... Deixa rolar. Esquece essa gente. Faça como você sempre fez.
Eu – Minha vontade é mandar todo mundo se f*#*, mas não posso. Eu não quero me separar do Edu.
André - Então deixa como está pô. Ele gosta mesmo de você, se não nunca ficaria aqui... Pensa bem.
Eu - Eu to com tanto medo cara. Não sei mais para qual lado seguir.
André - Se arrisca. Se não der certo... Ao menos vocês tentaram. Agora vai desistir por causa da mãe dele? Logo você que é tão decidido?
Eu - Eu só quero vê-lo bem, mesmo que não seja ao meu lado. O Edu é um cara especial e merece muito ser feliz.
André - Você sabe que isso só vai acontecer se os dois estiverem juntos. Não adianta lutar contra esse fato.
Eu – Sinceramente, eu já não sei mais de nada. Nunca pensei que tanta coisa ruim fosse me acontecer esse ano.
Recebi muito apoio e conselho dos meus amigos, mas minhas ideias permaneciam bem claras na minha cabeça. Não seria questão de ser teimoso e tal, mas já estava decidido. Naquele momento, eu estava desistindo de uma vez por todas do Edu... Deixaria-o livre para sempre. Não estava sendo covarde, mas me cansava e, muito lutar contra tanta força negativa vindo de quem deveria nos apoiar sempre. Porque a vida era tão dura assim conosco?
Era triste demais abandoná-lo dessa forma. Eu me sentia tão fraco... Desistir assim da nossa uniao. Sabia que o lugar pouco importava para ele, pois o ideal seria que ficássemos juntos, mas a mãe dele infernizou tanto... Que conseguiu destruir meu relacionamento. Era terrível ter que admitir, mas ela venceu. Minha cabeça parecia que iria explodir por tantos problemas. Não era drama, eu estava mal de verdade. Porque isso teria que acontecer? Estávamos sozinhos no meu quarto... Evitaria novamente qualquer aproximação. Precisava falar rapidamente. Impossível adiar esse assunto. Essa era a hora certa.
Eu - Edu. Agora não. Nós precisamos conversar. (o afastei).
Edu - Poxa amor. Esquece isso, eu te amo. Não quero ficar mal com você.
Eu – Edu... Eu preciso te falar algo. É importante.
Edu - Ok. Fala, mas depois nós vamos esquecer esse assunto. To com saudade de ficar contigo. (ele disse me acariciando).
Coragem. Era o que eu necessitava naquele momento. Ele permanecia olhando nos meus olhos. Não conseguia resistir quando o Edu me encarava dessa forma, pois me deixava completamente sem ação. Seu olhar sempre foi o meu ponto fraco. Seria mais difícil do que imaginei.
Eu - Eu quero terminar o nosso namoro.
Edu - O que?!?!? Você tá de brincadeira comigo, não é?
Eu – Não. Eu falo sério Eduardo. Nossa história termina aqui.