Ensaios de Romance: Seja feita (à) vossa Vontade

Um conto erótico de Martim42
Categoria: Heterossexual
Contém 8164 palavras
Data: 19/07/2012 15:46:08

Aos leitores:

Resolvi finalmente contribuir para o site com algo que tinha escrito faz muito tempo e em honra a alguém especial...na altura pelo menos. Representa o meu falhanço como escritor de contos eróticos pois é mais romance que conto erótico.

É longo- 23 páginas em Word- mas vou enviá-lo só de uma vez se o site assim o permitir. Boa leitura.

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”

O Infante; Mar Português; Mensagem; Fernando Pessoa

I

Noite escura, ela dormita, tranquila, ao som da balada da chuva. Pensa em tudo, pensa no nada. Está feliz, é amada. Nada mais lhe importa. A solidão pesa, contudo. Faz parte de um todo, mas continua independente e racional. Por isso tanto lhe pesa a falta, a falta que ele faz. Mal consegue relaxar, mal consegue conceber, mal consegue conter… a excitação, a paixão, a curiosidade.

Poucas horas antes, ele a levara a casa. Uma mão no volante, olhos na estrada e no painel dos instrumentos, a outra mão no regaço dela em comunhão com a mão direita dela, pois a esquerda… a esquerda acariciava-lhe os cabelos. Poucas palavras trocaram. O seu amor não precisava delas. Todavia, fora da boca do seu namorado que Catarina, ouvira algo que esperava mudar a sua vida. “Fazes anos daqui a duas semanas, prepara-te, Surpreende-me, Surpreende-me tu!” e beijaram-se. 5 minutos depois, Catarina entrou em casa, felicíssima e ainda envolta na cumplicidade da qual o seu relacionamento era cercado. Não conseguia dormir, ansiava a surpresa, mas não queria ser apanhada desprevenida. Ela, uma mulher de pleno direito, sensual, provocante e criativa, sabia sempre surpreender o seu homem. Desta vez não seria excepção. Deixar-se-ia levar no automóvel, mas iria conduzir. Mas questionava-se como. Tudo lhe passava pela mente. Até considerou o seu aniversário uma hipocrisia total, pois não precisava ter no papel 18 anos para ser adulta, mulher. Serviria apenas de pretexto para tomar mais liberdades e passar uns dias fora, sem os pais ou a família. A família sabia-o mas preocupadamente, não ligava; ela sabia-o e desesperava-se ao lembrar-se que ele o também sabia. O que planeia? Adormecera, mas não sonhara. O seu cérebro fora agraciado com a sua misericórdia. Catarina Sofia Oliveira Pinto, entrava assim na madrugada de 24 de Julho.

II

Passaram-se uns dias e Catarina continuava pensativa. Na praia visitava os amigos. No cinema os confins da fantasia; e à noite desfilava a sua sensualidade. Pelos meandros do tempo, visitas guiadas tomava, aos lânguidos braços dele, mas não à sua mente. Essa continuava impenetrável. Sabia que ele lhe prepara algo que seria tão prazeroso para ele como para ela. Sabia que ele usaria o seu aniversário para dar azos ao seu prazer, tendo o controlo da situação. Sabia que poderia fazer o mesmo, também. “Hora de controlar esta dança” pensava para si, enquanto deitada de bruços apreciava, o talentoso figurino do seu amado, enquanto este espalhava talento, no relvado arenoso… do Furadouro.

Sexta, 27 de Julho, Catarina desloca-se numa das últimas vezes à Escola Secundária José Macedo Fragateiro. Pauta do exame de História, aqui está, o que será, negativa alta, suficiente, passei! Catarina não gostara muito da nota, mas era suficiente para não mais se preocupar com a escola. Candidatar-se só o poderia fazer em Setembro e para a 2ª Fase. Agora, só férias teria a gozar e fazê-lo sofrer um pouco enquanto isso.

Nessa tarde, deslocara-se à casa do seu amor. Cumprimentaram-se calorosamente e conversam um pouco de tudo, incluído o seu sucesso. No entanto, a “conversa” fora interrompida por um imprevisto: uma amiga em comum estava a arrumar a nova mobília da sua casa e precisava de músculos para a ajudar na árdua tarefa. Todos os homens do grupo estariam presentes e Catarina não quereria que o seu homem vivesse o vexame de se recusar a ajudar tão distinta senhora em tão árdua e nobre tarefa… mesmo que o número de homens fosse quatro vezes superior ao dos móveis. A ela caberia a dolorosa missão de o esperar no seu ninho de amor…

Ele fora e ao contrário de sempre, Catarina ficara radiante. Tempo de iniciar o seu plano depilatório. Vinha prevenida, desde o creme de depilação até à máquina, passando pela cera e o creme pós-depilatório, nada lhe faltava. Serpenteara na casa e chegara à suite. Observara-se ao espelho, onde pode apreciar a sua beleza. Os pelos que existiam ou eram invisíveis ou demasiado pequenos para serem ceifados. Afinal, ela fazia questão de cuidar de si. Corpo são, Mente sã já diziam os Antigos. Depilada já estava, tinha apenas que acertar uns detalhes. Tomara um banho de imersão e secara-se. Deitada na cama e voltada para o espelho, retocara o que era necessário na zona púbica, apenas permitindo que um fino filete de vegetação orgulhosamente ondulasse no Monte-de-vénus. De seguida vertera o creme de pós-depilatório na área em causa para depois sentir-se livre para impregnar o seu corpo com a fragrância do seu fiel creme hidratante. Ali deitada dormitara ao som de Hot&Sensual, até ao regresso da vítima… perdão, do seu amor, que o leitor não fique confundido!

III

Por volta da hora do chá, ele regressa. Não vislumbra vivalma, apenas escuta aquela música daquele CD. Muitas memórias lhe vêm à mente e de lance pensava: “Em outra vida ela com certeza, fora dançarina. Talento nato em conjunto com a banda sonora perfeita, dão naquilo: a mulher mais poderosa do mundo.”

Chega ao quarto e depara-se com uma mulher estirada na sua cama, nua, com a pele brilhante e lábios salientes. Fitavam-se, cumprimentavam-se, beijavam-se, possuíam-se, isto sem trocar palavra ou gesto. “Despe-te”, uma pausa, “Para o banho e nem penses que vou contigo”, ordenava Catarina, de forma calma e serena, lambendo os lábios, nunca tirando os olhos dos dele. Naquele momento eram um só, mas era ela quem estava no comando. O bravo rapaz, desenvencilhava-se bem na dura tarefa e em menos de dez minutos, estará ao dispor da sua mistress; mais uma vez peço perdão: da sua namorada. Enquanto isso, Catarina não só preparava o quarto para a sessão de depilação que se iria desenrolar, como também o fazia em relação à sua mente. A partir daquele momento teria de esquecer que era perdida de amores pelo seu homem. Teria de ser capaz de resistir às provocações dele mas sobretudo às suas. Para tal, vestiria a pele de uma esteticista, de uma esteticista muito ousada, cumulativamente apaixonada e fria, e iria ver no que aquilo iria dar e parar, se ultrapassado fosse, o limite.

O cordeiro aproxima-se do descampado, onde uma loba o espera, envolta na mesma pele que revestia cordeiro após os seus relaxantes banhos. Mas ai daquele que espere que esta história acabe da mesma forma que o conto popular. Esta loba meus honrados leitores, não se importa de mostrar as armas antes da hora da matança!

Peço desculpas. Matança é um termo um pouco descabido, ou não. O que é certo, é que naquele momento, Catarina acercava-se do namorado, examinando-o como se de uma mercadoria se tratasse. Volta-o de costa para a cama e empurra-o fazendo estatelar-se nela. Palavras não eram trocadas. Ela não o queria, ele o percebia. O jogo de olhares bastava. Era o campo de batalha onde cordeiro e loba, se degladiavam e também o local onde um simples casal de namorados consumava repetidamente a união, numa fusão catártica de corpos, mentes e almas.

Momentaneamente, desvia o olhar dele, para acariciar os seus pés. Inicia uma massagem bem suave. Ele relaxa, ela jubila de alegria. Coloca-lhe Veet em toda a zona pilosa dos pés. Ele questiona-se, mas ela é tal: “Estarei preso nesta cama por um bom tempo, mas com ela.” Ela constata a segurança dele e resolve arriscar. Separa-lhe os joelhos e mira o aerossol à zona anal e mais uma vez, sufoca-lhe a zona pilosa. Ele fica nervoso, mas confia nela. Ousa olhar para os seus olhos e surpreende-se. Ali não morava uma menina, mas sim uma mulher na idade da loba. Sentira-se verdadeiramente um cordeiro encurralado. “Mas isto ainda vai melhorar” murmurara Catarina. Hora de evoluir! Era a hora de se passar à era da guerra, mecanizada…

Sobre a axila direita avançava como um felino imponente. Desbravava caminho, esticava a pele e arrancava o pelo sem piedade. Esta besta feroz, que quimera é seu nome, ainda e sempre serve o seu deus. Neste caso a sua deusa. Ela ordenou-lhe que usasse a sua cabeça de arranque para realizar esta tarefa, sem apelo e nem agravo. Mas a quimera tremia ante o cordeiro. Pressentia o perigo e auxílio à deusa pedia.

Então Catarina sentou-se sobre a bacia dele, fazendo-o tremer. Com um olhar ríspido ordenou o mortal a não se mexer, propriedade sua era. Seguidamente debruçou-se um pouco sobre o lado direito do corpo do objecto, esticando-lhe o braço e ordenou à quimera que fizesse o seu serviço. Contacto fora feito, entre mortal e deusa. Ele rejubilava e queria mais; ela desejava ser humana, mas não o podia. A quimera retirara-se. A deusa levantara-se, verificando a qualidade do trabalho. Sentada sobre o membro superior direito do cordeiro, ela admirava o trabalho realizado. Muito boa a sua serva era! Posteriormente, elevara-se um pouco para poder inclinar o dorso sobre o braço esquerdo dele, de maneira a solicitar quimera para operação homóloga.

Porém, algo se passava. O contacto entre deusa e mortal estava cada vez mais intenso. O cordeiro deliciava-se com um mamilo da deusa. Desta vez um olhar não bastara. Ele não cedia, mas sim ela. Ela adorava aquilo, seria o fim do domínio dos deuses? Uma áspera e passional estalada na face esquerda do objecto, resolvera a questão. Ledo engano! Apenas mais convicção dera à vítima, que por esta altura ninguém sabia quem representava tal papel. A extremidade do braço direito do cordeiro, explorava qual polvo os montes e reentrâncias da paisagem central daquela deusa. Por mais que Catarina fechasse as pernas, aquele polvo a que chamamos mão, conseguia esgueirar-se às forças bloqueantes e atingir a terra prometida, procurando conhece-la na sua totalidade, mas com especial admiração pela abadia clitoriana. Era a deusa que agora tremia, mas num acto de valentia, abriu as pernas. O invasor explorava-a e ousava entrar na sua gruta. Ela tremia, gemia, gritava por mais, mas para dentro. Por fora, nada mostrava. Estava indiferente a tudo, altiva e confiante na sua quimera. Resultara, o cordeiro, só não parava por orgulho. Quem tremia era ele agora, aquela deusa dominou-o, venceu-o. Esta por seu lado, começava a suspeitar que o cordeiro não era cordeiro e tremia, mas divinamente, não o mostrava.

Cerca de dez minutos se passaram, estava na altura de usar as tiras depilatórias. Novamente sentara-se perto dos pés dele, e tira por tira, fora colocando, puxando e repuxando. Os pelos desaparecendo foram. Primeiro nos pés, depois na zona anal. Ele já nada questionava, estava domado. Catarina continuava a flertá-lo, mais segura, mas ainda tremia.

Delicadamente ergueu-se sobre o solo flutuante e aladamente invadiu a firme planície do tapete. Ele fizera o mesmo, não devia perder a compostura perante tal pessoa! Estar ali esparramado numa cama sendo fulminado por uma deusa? Se fosse cair, que fosse de pé!

Sim, uma deusa podia ser cruel. Catarina do alto da sua altiva sensualidade, viajava pelo seu corpo, sem se preocupar agora com ele. O que lhe interessava eram a presença de vegetação e de incêndio recente, para seu deleite. Não vislumbrava resquício de pêlo algum: nem nas costas, nem nos braços. Apenas a genitála encontrava-se cultivada, por enquanto. O seu instinto de loba distinta, a incitava a esfolar aquele cordeiro. Só tenras carnes devoraria com volúpia.

Contudo, ainda tremia. Por dentro admirava-o. Ele cuidava-se, não por ela, mas por si. Admirava a sua beleza, gostava de si. Mas não em demasia. O excesso de pelos em certos locais reflectia outros aspectos da vida dele. Não vivia só para ele mesmo, nem para ela, mas para o mundo. Era um poço de harmonia sem fundo, que lhe transmitia tranquilidade e paz; e contudo, o seu amado sempre era capaz de exponenciar uma jovialidade e dinâmica tais, que nem sempre conseguia ela acompanhar. Era verdadeiramente a sua alma gémea e o seu deus, mas naquela hora não era tempo de lho demonstrar. Naquela batalha, ela era deusa. Ele? Um simplório resquício de uma denegrida e insignificante mortalidade. Ambos sabiam os seus papeis, não era uma altura própria para se alterar as regras do jogo, por amor daquele a que o leitor adore!

Catarina, decidira tomar um risco, enquanto serpenteava as mãos pelo corpo da vítima agora de luxo. Sadista e implacavelmente, e isto o leitor irá nas linhas seguintes compreender, pois da arte deste futurismo só o vosso companheiro de viagem se sente privilegiado, Catarina inicia carícias no falo, com as suas mãos muito suavemente e de leve. Rapidamente, muda de instrumento, passando a administrar no seu amado alvo, a sua lânguida língua em toda a extensão do quinto elemento. Com a mesma brusquidão da mudança do primeiro para o segundo acto, mergulha a mandíbula com sofreguidão naquele pénis, devorando os maiores pedaços possíveis daquele cordeiro. Um cordeiro, que não deixava de ser homem. E sendo homem, não ficaria indiferente aquele contacto, sobretudo dela. O seu membro assumira toda a sua pujança e agora sim, qualquer leitor de Fritz Kahn poder-lhe-ia classificar de membro viril.

O cordeiro, simples mortal, desafiava a ordem natural, mostrando alguma imponência. “O último resquício de uma resistência tola, previsível. Muito previsível!” Missão cumprida, nenhum empecilho a impediria de desbastar o escroto daquele animal. Já se encontrava dominado, agora iludido.

Não tardou até que quimera revelasse a sua outra face, ou melhor cabeça, agora de corte. Com um olho fixo na pelugem e em quimera, e outro no olhar distante, mas sonhador, do seu namorado, a divinal Catarina orientava aquela delicada tarefa. Quimera revelava-se uma criatura dócil e muito paciente ao explorar aquela frágil protecção que acomodava a masculinidade tubulina daquele espécime amado. Catarina partilhava toda a sua perícia felaciana com a besta, elevando o mortal a um planalto divino. Confuso, já não sabia qual o seu papel naquele mundo. Deus, ou dominada fera? Fera aturdida com certeza. Disso não restara dúvida, quando a sangue-frio e com uma perícia sobrenatural, Catarina invadira o seu ânus com o dedo anelar da mão esquerda. Aquele, onde repousava um tradicional anel de compromisso, que por muito pouco não fez parte da sua fisionomia. Estava atónito, “como é que ela se atreveria a magoá-lo daquela maneira? Como era ela capaz de interromper um momento daqueles? Porquê fazê-lo descer à terra? Porquê?”

A resposta era simples e aquela deusa dignou-se a explicá-la. Antes, estudara todas as reacções daquele homem enquanto o excitava com o toque. Excitara-o de tal forma, que ele nem reparara quando ela terminara a depilação e se limitara a acariciá-lo. Aquela altura era o momento certo para eliminar o único empecilho à sua derradeira tarefa. Porquê fez aquilo? Uma pausa e um olhar apaixonadamente sereno depois, afirmara sorrindo maliciosamente: “Desculpa, mas tinha de te trazer à terra o mais rápido possível. Esta coisa linda iria atrapalhar!”. Ele via-se demasiado abalado para responder à afirmação, mas qualquer sentimento de raiva tinha desvanecido. Conhecia-a e confiava nela. Estavam juntos há muito tempo e a cumplicidade que se formara entre os dois, permitia-os agir por caminhos enigmáticos. Era um equilíbrio que se desenrolava ao longo de uma fina linha. Catarina sabia-o e resolvera arriscar. Apesar disso, não o deixaria sem explicação concisa que o convencesse, algo que conseguira sem dificuldade. Estavam unidos e em uníssono.

O rapaz mudara de feição. Estava sério e visivelmente perturbado. Mas ambos sabiam que apenas se limitava a resistir estoicamente às provocações de Catarina, personificada nos toques daquela quimérica máquina depilatória. Agora estava atento a tudo, como quem diz, a ela. Por sua vez, Catarina regelava por dentro. Sentia-se estranha quando viam as suas entranhas. Sentia-se nua, era inútil esquecer mais a sua excitação. Quanto mais se concentrava na tarefa, mais fragilizada se mostrava. E enquanto espalhava o creme pós-depilatório pela púbis daquele ser, não teve dúvidas de que não estava perante um cordeiro. Com a pelugem caída e a mascara estilhaçada, ante a sua fronte um colosso se apresentava. Um seu semelhante, destemido e sensualmente imponente. Ele era o seu homem, seu amigo e namorado! O deus do seu universo! Beijou-se com sofreguidão, mas nada mais. Sim, ela o tinha recuperado. Com isso tinha-o apupado, mas não era o momento certo. Em pouco tempo teriam que confrontar o seu progenitor, o qual ela imbuíra de ir recebê-la àquele ninho por volta das dezoito horas. Tinha outros compromissos. Intimidá-lo e consequentemente intimá-lo, a levá-la ao prazer derradeiro ela já o tinha conseguido. Agora tinha que lhe dar tempo para conceber a armadilha. No conto, a loba morre e o cordeiro sobrevive. Neste caso, mesmo o cordeiro não sendo cordeiro, e a loba não sendo loba, alguém teria de morrer, nem que fosse sufocado de amor e prazer. Catarina sabia que estava perdida. Nos dias antes e depois do seu aniversário, sabia que seria vítima de um assalto sem par à sua relativamente frágil fortaleza. Relativamente frágil, pois só tinha um ponto fraco: o amor apaixonado ao seu namorado, que por sinal seria a força invasora. Mas queria ter a certeza que seria algo nunca antes experimentado, nem por ela nem por ele. Agora tinha certeza disso, enquanto fitava a prosa que ele travava com o seu pai. Por fim, saíra daquela reflexão e lançara-se num beijo apaixonado de despedida. Estar perante o pai, não era problema. Este conhecia o amor verdadeiro e confiava o máximo que devia na sua filha e no seu namorado. Na sua frente não haveriam faltas de respeito, nem de pudor. Nas suas costas, talvez. Mas ambos eram adultos confiáveis e dignos do seu amor paternal. Um beijo na sua frente, nunca seria um problema. Quantas vezes Catarina não o flagara em demonstrações de amor à sua mãe? Acabado o beijo e após as feições cúmplices assumirem o estado de repouso, despedira-se com um aperto de mão daquele rapaz e encaminhara Catarina para o carro. Esta antes de fechar a porta, lançara um beijo maroto para o namorado e surda e sagazmente quebrou um tabu de linguística ao proferir “A-L-I-V-I-A-T-E”. Ele da mesma forma respondera “T-U-T-A-M-B-É-M”. E com um sorriso nos lábios Catarina fechara a porta e aquele colosso dirija-se ao quarto de banho, para se masturbar. Catarina fá-lo-ia quando chegasse casa. Ambos sabiam que, após um momento daqueles, após aquela tensão, tinham que recuperar o perfeito juízo. Tinham que estar em perfeitas condições para preparar o próximo passo. Os seus corpos eram saudáveis, a imaginação fértil, a paixão flamejante. Com certeza, aquela aura voltaria. Muito provavelmente, redobrada. Foi com essa certeza que, envolvidos pela presença transcendental do outro, adormeceram naquela noite.

IV

28, 29, 30, e nada. Namoravam, divertiam-se, iam a festas ou evitavam-nas. Também era visível que se evitavam. Qual dois jogadores, estudavam o tabuleiro e preparavam o próximo passo, melhor dizendo, Catarina preparava o próximo passo. Quanto Manatintim, já tinha tudo delineado.

Catarina vivia apavorada. Não sabia o que fazer, nem o que ele iria fazer. Iria gostar, mas toda aquela tensão matava-a. Foi no doce desvanecer do 30 de Julho que recebera o primeiro golpe: “Avisa os teus pais: estarás ausente a partir do dia 5 de Agosto e só voltarás no dia 13, acompanhada…”. Depois fechara a porta do carro, deixando-a à porta do seu refúgio. Este colosso lançara a lança! O coração da amazona já estilhaçara, agora restava apenas saber se as muralhas cederiam. As reservas já tinham sido feitas, o dinheiro pago. Mas ele conhecia os fundadores da fortaleza, e tinha a certeza que agiriam como espiões para a ruína do forte familiar. Pelo menos era nisso que queria acreditar. Catarina, nada falara naquela noite, mas tinha consciência que o teria de fazer em pouco tempo. Tremia, mas queria cair. Queria ser dele, faze-lo seu.

Na alvorada do mês de Agosto deste singelo 2007, o sexto a contar do fim, Catarina reunira a paternalidade e balbuciando confiança e dúvida, exprimira o pedido do seu namorado. O choque veio! Com uma quietude olímpica, pai e mãe, sorriram e responderam que sim. “Já estávamos preocupados, mais tarde ou mais cedo isto iria acontecer, mas nada previa que iria acontecer tão tarde. Vai filha nossa, queres usar a mala que está no sótão ou aquela da tua tia?”. Seguidamente, a sua mais fiel companheira levantou-se e encaminhou Catarina para o quarto ainda atónita, de felicidade…

V

“Então está tudo pronto, conseguiriam tudo o que pedi? Sim temos o dever e o privilégio de satisfazer todos os pedidos dos nossos ilustres hospedes, Dormirei cá esta noite, recomendam-se algum restaurante? O restaurante Pátio, senhor. Em Mira não conhecemos melhor, Boa comida, bom preço, Sim e além do mais é o restaurante do Aldeamento, Sim, claro, Vou confiar em vocês, sobretudo porque servirá os meus caprichos, Posso aproveitar desde já para reservar uma mesa para dois? Sim claro e se quiser, pode escolher desde já a ementa, Fico feliz por saber isso, além do mais porque possuem as iguarias preferidas dela, Ficamos lisonjeados por podermos agradar a tão belo espécime da raça feminina, Olhe como fala, belo exemplar das divindades femininas!”

E fora com um gracejo que o jovem deus-colosso, se lançara a caminho do apartamento, onde iria passar a noite. Na noite seguinte, estaria acompanhado. E na noutra, e na depois da outra e na além da depois da outra, enfim: uma semana com a Catarina só para ele, ou ele só para ela? Só o tempo diria o que se iria passar na segunda semana de Agosto, mas eram óbvias as suas intenções de obter ambos os cenários. Então adormecera. Num lugarejo ovarinho, uma certa jovem fazia o mesmo, ansiosa e antecipadamente deliciada com o que lhe esperaria. Durante a semana anterior, limitara-se a namorar minimamente. Não interpolara o seu namorado mais do era necessário. Ele, notícias mal dava. Parecia que existia um acordo tácito entre ambos para a concretização do esperavam ser momentos inesquecíveis. ! Em breve…

VI

Catarina levantou-se naquela névoa espessa do cinco de Agosto e pressente algo ainda mais nublado. Visitou a caixa de mensagens do seu telefone errante através do qual recebeu o pedido do mais querido para que naquela tarde se vestisse para a noite, pois não antes disso iriam para o hotel. Ele iria buscá-la às 17. Tempo suficiente para se preparar.

Aproveitara a manhã para se despedir da família e o almoço para uma celebração familiar. E enquanto do outro lado do mundo, alguém enfrentava uma exasperante refeição de 4 horas e meia, por sua vez ela enfrentava, o guarda-roupa e o estojo de maquilhagem perante um implacável e espelhado juiz. Por diversas vezes dera por concluída a luta, mas ela teimava em persistir. Tanto que fez o namorado esperá-la por 10 minutos. Como se já não o fosse fazer…

A aparição de Catarina fora monumental…para ele. Para os outros era apenas o último acto na despedida da menina deles. Catarina estava deslumbrante, com um vestido de noite, negro, relativamente simples. Ostentava o brilho de uma gargantilha e do anel de compromisso e a sensualidade de uma meia que aparentava ser 7/8. Mais não podia vislumbrar. Seria inapropriado naquela altura procurar saber mais e despertar as atenções de outros num momento familiar. Por outro lado, perante si estava uma senhora deslumbrante. Aquele chapéu largo, aquela pequena carteira envolvida por umas finas luvas pretas contendo a graciosidade dos seus dedos, aquela sombrinha aparentemente desnecessária, só faltava mesmo o leque, mas calor não estava e uma mão teria que estar livre para poder ser beijada. Quem diria que as relações que a uniam a França se limitavam a uns parentes imigrados! Catarina estava deslumbrante e aquele rapaz sabia que teria de agir como um cavalheiro. Desta vez não se iria intimidar. Pegou-lhe na mão, beijara o anel de compromisso com os olhos postos na visagem profunda dela e recolhera um casaquinho que ela ostentava.

Despediram-se e à estrada se fizeram. Rumariam a Mira, o Algarve do Centro/Norte do grande Portugal. Pela nacional 109 seguiram, passaram no IP5 e na A17. À 109 retornaram, movendo-se depois para o IC1 e assim chegaram ao centro de Mira. Pelo caminho muitos olhares cúmplices e encontros de mentes manuais nas passagens de caixa. Uns entrecruzamentos de locomotivas a vapor depois, ficara claro que Catarina estava com um cinto de ligas. “Nada chocante, nem provocante demais”, pensava o namorado. E com razão: em França e em outros locais do mundo o cinto de ligas é visto como uma peça natural na indumentária feminina e usado por todas aquelas que vivem a sua sexualidade e a aceitam, assumindo-se por completo como sensuais. Aquela peça nada mais era do que uma confirmação e constituía o único acessório que já esperava. Pela Avenida Central seguiram, a Avenida Cidade de Coimbra transpuseram chegando à praia de Mira e à esquerda viraram, para abarcarem na Avenida da Barrinha. Todos estes nomes, para se afirmar que transpusera a nacional 334 para chegar-se ao Mira Villas Aparthotel, um belo e duplamente estrelado aldeamento, entranhado no parque natural de Mira, a cerca de 800 m da praia.

VII

Chegados à garagem do hotel, Catarina colocou o chapéu numa das malas e orientou o seu amado a ir-lhe abrir a porta. Este fê-lo e ao servir-se da sombra, escondera a beleza de Catarina de todos os feixes de luzes superiores, pois se só à terra e a ele pertencia.

Caminharam pelo jardim até chegarem à recepção onde fizeram o check-in. Lá, por indicação dele, as malas foram levadas para o T1. Ela teria que se contentar em desfrutar da beleza do Parque Natural e do jardim do Hotel, sempre em adorada companhia.

A brisa marítima e da lagoa próxima temperavam aquela conversa amorosa e parara quando o primeiro beijo fora delineado. Catarina não conseguira conter a felicidade e a excitação e para o alívio do Manatintim, quando esgotada estava a calma dos manatins, roubar-lhe um beijo lânguido e apaixonado.

O tempo passava e o pôr-do-sol aproxima-se. Mesmo assim o anjo não deixava de viver na sombra, sempre seria um pretexto inesperado e inocente para se manterem abraçados sem provocar constrangimentos aos outros hóspedes. Chegaram à entrada do Pátio, já passava da hora marcada.

Sentaram-se e aí começara o jogo. A comida já estava pronta, só era preciso desfilá-la. Os olhares entrecruzavam-se e os talheres também. Sempre desejavam o mesmo pedacinho, o melhor pedacinho, e depois negociavam ou lutavam. Os olhares ora sensuais ora mortais, os sorrisos amigáveis e provocantes, a lânguida língua nos beiços discretos, o ágil jogo de pernas e sapatos. Um estranho poderia pensar que queriam comer-se um ao outro! As hormonas borbulhavam, os corpos ansiavam e a mente controlava…mas queria mais, qual viciada em narcóticos se isso se pode chamar a estrógenio e testosterona. De outra maneira, como é que se poderia explicar como é que um jantar leve atingisse a marca da hora e trinta e oito minutos, dois segundos e seis décimas? Catarina deixara de tremer, agora vibrava. Já passava das 21. Então encaminharam-se para o apartamento.

VIII

Em perseguição ele seguia. Catarina tremia, até que resolvera ser Catarina, sim ela mesma. Uma sensual mulher. É partir desta altura que convém ao leitor apreciar como música de fundo, aquela apresentada na cena 5 do filme “Tudo isso na minha bucetinha”. O ambiente de desafio e tensão sexuais que tal melodia gera no vivant e na vivante, tarado ou mulher insatisfeita tarada, ajuda a explicitar aquela cena e poderia ser muito bem aplicada a esta situação, tirando a parte das 18 horas de filmagens diárias e exposição rentável ao mundo. Com essa música nos ouvidos, relatarei com algum detalhe o que se seguiu. Depois de vós…

De colosso pachorrento Manatintim não tinha muito. O poder dos tintins delineava-se. Catarina esperava e esperava e esperava… Entraram no apartamento e a sombra não desaparecia. Um local semi-escuro desenrolara-se à sua vista. Tons de vermelho e branco distinguiam-se. O chão estava forrado por um tapete espaçado de flores. O perfume não enganava. Não, não eram rosas meus senhores! Mas sim camélias!

Ela a tudo assistia e desafiava. Ele pouco dizia ou balbuciava. Catarina encaminhava-se para o que esperava ser o quarto e de repente vira-se, “Que queres?” pergunta-lhe. Ele finalmente beija-lhe suavemente, enquanto que as mãos passeavam pelo seu rosto e vão de costas. Catarina estava nas nuvens. Ele, preocupado em colocar as mãos nas suas ancas. Vira-a de costas para si, e comprime-a contra a porta. Beija-lhe a nuca e morde-lhe o pescoço. Diz-lhe que a ama e que não existe mulher fêmea mais bela no universo e que como tal deveria relaxar, ele estava ali para ela. Distraída por tão sinceros e até modestos elogios, Catarina não se dera conta de que uns amnésicos dedos exploravam toda a região do seu peito agasalhado pelo soutien embutido no vestido, sobretudo nos mamilos que tendiam em sobressair dos demais atributos. Percorriam todas as reentrâncias imperceptíveis de suas costelas, a depressão umbígua, a fenda na extremidade do vestido, as coxas por cima deste. Era como que se Catarina permitisse ao seu namorado redescobri-la, prestando a devida homenagem à sua deusa.

Lentamente viu-se mover-se a caminho da salinha/cozinha. Uma alça do vestido descida estava, a outra impedida pelo afago que insistia dar-lhe. Queria senti-lo, queria possui-lo, queria-o, ponto! Catarina estava cada vez mais envolvida. Deu novamente de caras com a boca dele, e desta vez sem necessidade de malabarismos. Sentia o seu membro acima do seu umbigo, enquanto o abraçava. As suas bocas não se encontravam. A dela procurava qualquer resquício de pele e pelo para devorar, ele procurava percorrer em ritmo de maratona o caminho até à Terra Prometida.

Entre lambidas e sussurros, e beijos, muitos beijos, descera pelo pescoço da ninfa, visitara os ombros, percorrera linguadamente os braços, mãos e dedos e descera ao peito. Aí dedicara-se em explorar o terreno, sem pressa. Toda ela era sensual e com valor, não apenas as regiões erógenas. Visitara a área circundante a cada mama, visitara o vale dos Reis e aí pusera-se a contemplar o nascer do sol pois aquela cara não enganava. Catarina estava acima das nuvens, provocando-o, incentivando-o, gozando. As mãos exploradoras retomaram aos seios, fazendo agora uma busca minuciosa, comprimindo suavemente a pele em movimentos circulares da mesma forma que fizeram anteriormente, embora a um ritmo ligeiramente diferente e variável. Dedicaram-se às glândulas mamárias e os círculos aí continuaram. Isolaram um mamilo entre dois dedos e os movimentos continuaram. Catarina delirava… com os beijos que ele lhe dava. Entretanto uma mão descera aos glúteos e os massajava, quando não se ocupava do seio em repouso aparente ou da dança grupal com os dedos dela. Com o local seguro, a bocas percorrera novamente a terra explorada, entrando no domínio daqueles sensuais montes de divina carne, passando por fim à adoração dos mamilos.

Ele continuara a exploração, beijando todo o pedaço de vestido que encontrara. Estava de joelhos, as mãos dela percorriam-lhe a nuca. Beijava-lhe a coxas, o umbigo e durante o trecho final do percurso paragens fazia para gritar um “És linda”. Mais uma vez virou-a de contas para si, saboreando as nádegas salientes quando Catarina inclinando-se, apoiara-se no sofá. Beija-lhe toda a região interior das coxas, cobra-lhe chupões ligeiros, brinca com tanga dela e segue o fio dental até Jerusalém. A entrada da gruta Belém, embora oculta, notava-se húmida. Como oferta ao sagrado, aquele homem fizera questão de unir interior e exterior, salivando com seus beijos a abertura vedada. Catarina gemia, mas queria mais, queria que ele conquistasse o Monte Golan e assim ele o tentou, mas não fez. Ela muito queria que ele afastasse aquela tortuosa tanga e que a deliciasse com carícias no seu clítoris. Mas ele preferiu lambê-lo por cima, apenas e para desespero dela. Aquilo estava a transformar-se em tortura.

No momento seguinte, mais uma vez Catarina enfrentou de frente o colosso, que exercendo o poder, a fez estatelar-se no sofá. A fraca luz não impedia Catarina de vislumbrar tubos de óleos, preservativos, dildos, vibradores e tudo mais envolvido ali, pelo abraço das pétalas camelianas.

Enquanto isso, um colosso a provocava. Dançava para ela, com movimentos circulares de anca com as mãos atrás da cabeça. Qual stripper masculino, qual macho dominante de uma tribo dos confins de África, aquele macho oferecia-se para aquela fêmea mais do que arrebatada, que agora se deliciava. “Porquê é que ele se oferece quando já sou dele? Quer me agradar, quer merecer-me agora, quer-me conquistar, quer-me venerar? Que homem, eu amo-o!”, Catarina transmitia isto apenas com um sorriso e uma humidificação dos lábios. Atirara as luvas para os pés daquele macho alfa e aquela dança sensual continuava. As peças de másculas vestes voavam. Ele aproximava-se, ela masturbava-se. As meias tirara, antes das calças. Não era altura para problemas de índole fotogénica! Como se isso fosse importante naquele momento; Catarina contudo, apreciara o gesto cuidado. Pela reentrância dos boxers um membro latejava e oferecia-se a quem lhe desse casa. Catarina, olhou-o nos olhos penetrantes e tomou o membro para si. Iniciando uma massagem e libertou-o da prisão.

O colosso puxou a deusa para perto daquele peculiar divã sem topos, propositadamente colocado no meio da sala. Ela beija-o, lambe-o, massaja os testículos e o períneo, volta ao pénis, e abocanha o mais que pode de uma só vez; iniciara um fellatio divino. Com os olhos bem abertos, admirava aquele membro enquanto o chupava, aquele homem que lentamente a despia enquanto gozava, aquele ser humano que em breve estaria coberto de óleo.

Catarina levantara-se e com um frasco daquele óleo de massagem por sinal especialmente indicado para sexo oral, untava o peito e as virilhas daquele homem, ao sabor do gentil toque dos seus suaves mamilos nas costas dele. Agora era ela que o virava de frente para si repetindo o processo, provocando-o.

Ele agarrava-a pelos quadris, um olhar misto de reprovação e deleite, ordenava-lhe que avançasse com cuidado, mas que saiba parar. Ela beijava-o enquanto continua a massagem. Ajoelhara-se novamente, oleando as pernas e a pélvis dele, e retomando o fellatio. O sabor ao saudado morango impelia-a a engolir aquele viril membro por inteiro, a tê-lo só para si.

Brusca mas instintivamente gentil sentira, a interrupção do aperitivo. Os poderosos braços a suspenderam. Enquanto os seus olhos reviravam a sala amada, as suas ventosas pernas, circundavam aquele monumento colossal que era o seu homem! Presenteava-o com o abraço da vida, do prazer da vida! Ele beijou-a enquanto se movimentavam pela sala. Odores e fluidos misturavam-se, a pouca lingerie entumecia-se com tão requintado lustre, uma cópula ali era realizada. As mentes parcialmente unidas estavam, mas era preciso a fusão entre corpos e almas para no céu em terra por direito desfilarem.

Sentindo uma textura aveludada ela relaxara e deixara-se largada. Salpicos de óleo massajavam o seu corpo, do sol à terra prometida ainda encoberta. Braços, mãos, coxas, peito e ventre. Todo o território o morangozo explorara. Todavia, hesitara. A fronteira com cuidado delineava. Pelo círculo das coxas, viajava, mas não passava. As pontes entre a coxa e o cinto eram cuidadosamente estudadas e a Terra Prometida protegida, para as gerações vindouras. Aquela tortura já durava há muito, pensava ela. Não queria dar o braço a torcer ali. O seu orgulho de fêmea impedia-a a obter um orgasmo sem contacto directo com o seu macho. Ansiava, ofegava, rezava. As suas preces foram atendidas. A tortuosa língua deixara o topo do monte Golan, as duas expedições receber novas ordens e com destreza aquela língua a tanga retirara. Com colossal força e coordenação aquele empecilho subira pelos inferiores, então elevados e verticais membros, da deusa.

Mais uma vez, aquele torturador doce a viagem à Israel realizava. Inebriado pelo sabor a morango daquele monumento, ou pelos dois copos de vinho tomados ao jantar ou pela deslumbrante beleza da sua namorada, razão por demais acertada, aquele homem experiente lambia. Beijava primeiro, como que pedindo autorização. Depois sorvia todo o poder que aquela mulher superlativada emanava. Chegara ao clítoris, mas o evitara. Os lábios languidamente delimitara e às internamente roliças coxas, oferendas fizera.

Mais uma volta o seu mundo rodara. A Catarina, o esguio e supra-sensual vão de costas agraciava. O odor a morango e camélias se misturava. Pétalas, óleo e pele se misturavam. Uma união já estava consumada. Os quadris explorou, o ânus beijou e uma vénia realizou. Quem diria que uma portuguesa fazia esquecer o melhor atributo brasileiro? Nova volta o seu mundo de Catarina dava, fora de órbita em breve estaria.

Por entre frases e provocantes olhares, a fenda beijada fora. Novo pedido de autorização. Catarina já começava a ficar farta daquilo, mas o mataria se parasse. Primeira passagem lânguida. Depois uma segunda, seguida de uma terceira. Perdida aquela língua estava. Não sabia se iria ao monte, ou a Belém, se fugia para a direita ou para a esquerda. Optou por afundar-se em toda a região e atacar Belém profundamente. Fluidos eram transferidos, forças G eram desvendadas e exercidas. Colosso e deusa, subjugados estavam. Continuamente os lábios íntimos eram sugados, orifícios explorados, mas o clítoris, continuamente intocado.

Manatintim continuava com o manjar. Começara num local com a certeza que conquistaria todo e qualquer centímetro daquela mulher. Avançou para o périneo. Aquele ponto intermédio entre os dois orifícios muito prazer trazia àquela mulher. Disso tinha a certeza. Durante muitos minutos ela o atacara, o ponto G masculino. Agora era estaria na defensiva. Já tinha recebido, já tinha enlouquecido! A pouca consciência que lhe restava, ordenava-lhe que domasse aquela mulher, pelo princípio da igualdade como é claro. Eu domino, tu dominas, nós dominamos, vós vos amais, eles casam-se.

Ainda e sempre empenhado em dominar o corpo da sua jovem de prazer e alma de amor, resolver dar-lhe o que queria. Começara por beijar o monte-de-vénus, olhares eram trocados, nucas acariciadas, mãos abraçadas. Respeito dado e prazer presenteado. Descera pelo vale e circundara o outro monte. Explorava a orla. Este era daqueles que só se revelava verdadeiramente depois de uma dádiva. E assim fora: aquele clítoris majestoso finalmente apresentou-se diante do mundo de Catarina. Mas depressa desvanecera. A boca daquele mundo o envolvera, enquanto as« suave língua o sorvia. Qual tornado, qual turbilhão marítimo, aquele membro hábil e mole, mas não menos viril, fazia Catarina ver a realidade com outros olhos. A realidade rodopiava, via a sala a rodar, a rodar. Mas isso não lhe importava. Estaria louca? Só se de prazer fosse! E é era isso que queria.

Entretanto, o ataque ao momento continuava, desta vez na extremidade oculta. Os exploradores dedos daquele homem, pela sua vagina adentravam, o seu topo pressionavam e ali ele mais uma vez se revelou, o ponto G da deusa, o ponto onde clítoris e vagina se uniam, onde reprodução, sexo e amor se fundiam.

A tortura continuaria mais uns minutos, quando Manatintim envolvera os belos seios da pura-santa, deusa-mulher Catarina, e passeara as mãos pelo restante corpo. Catarina estava cada vez mais envolvida, ela era dele. Fluidos libertava, mas a dádiva só ao seu colosso dava. O suor à sala pertencia, mas os restantes amorosos fluidos…

Ela aproxima-se do topo do vulcão, qual magma desejando ser lava e libertar toda a tensão provocada pelos gases do amor. O seu namorado pouco diferente estava. Aquela fêmea enlouquecia-o. Continha-se para não defraudar o brio masculino. Não que ela se importasse, até gostava de vê-lo derreter-se por ela. Mas ele tinha um plano e tinha que o cumprir. Qual actriz pornográfico ele só ejacularia quando lhe mandassem, por mais que lhe custasse ser o realizador, o actor, o amante, o namorado apaixonado e o colosso viril ao mesmo tempo.

Mas nem um bom realizador teria a perspicácia daquele portento de homem! Enquanto sugava o clítoris, enquanto bolinava o restante corpo da jovem, enquanto penetrava a sua vagina, uma sorrateira mão o ânus acariciava, o ânus massajava. Dedo após dedo, cuidados atrás de cuidados, Catarina relaxava. A partir dali, Catarina seria incapaz de travar uma ofensiva do ben-wa.

Escondida ao lado do sofá estava uma bacia de porcelana. Envoltas em água morna, cinco bolinhas unidas por um fio com uma argola na extremidade se encontravam. As temidas bolas tailandesas, destruidoras de medonhos mitos anais e de frígidas mulheres, estendidas estavam, ali.

Catarina inocentemente aceitou a sugestão do 69, desejosa estava de partilhar o céu com o amante. A tortura continuava, agora partilhada. O ânus catarino massajado era… preparado era. Entretanto, Manatintim envolvia cada bola tailandesa num preservativo. A sua língua bastava para distrair a deusa. Experiente e conhecedor de Catarina e confiando nos seus instintos, com a língua o clítoris estimulou, com a mão esquerda as costas afagou, com os olhos o latejamento da vagina observou e com a mão direita, com a bem-aventurada mão direita e com o dirigente indicador dedo, ia colocando cada bolinha aquando do piedoso relaxamento de cada anel do esfíncter. Catarina pouco habituada a este método, estranhara mas adorara. Não era a primeira vez, não seria a última. Porquê privar-se do quinto Paraíso? Ou melhor de um novo patamar de tortura.

A torturante argola ele puxava; Catarina delirava. Como um turbilhão, ele as rodava. Puxava-as para si, empurrava-as para os confins da sua mulher, trazia-as de encontro à vagina e às costas, enfim, abusava de um mundo a quatro dimensões. Sim, por que fazia questão de misturar brusquidão e demorada delicadeza no mesmo acto.

Catarina aproxima-se do orgasmo. Notava-o pela intensidade do fellatio. A gentil machada final seria dada. Uma a uma, aquele portento de homem, as retirava. Uma a uma as contracções da sua pompoárica vagina se acumulavam. Primeira, segunda, terceira, quarta. À quinta e como por magia, ou conhecimento perfeito do seu amor, aquele rapaz provoca o desabamento dela. Catarina atinge o orgasmo! Intenso, puro, cheio de amor. Por mais que preservasse a vida do namorado, não poupava esforços em pressionar a sua pélvis contra a face daquele colosso do prazer. Do seu homem, do seu querido. Ao mesmo tempo, Manatintim rendeu-se. Explodindo num orgasmo, aliviado pela missão cumprida talvez, extasiado pelos gemidos orgásmicos dela, incapaz de se controlar devido à pressão pélvica exercida sobre si, o que fora certo é que acompanhara Catarina na viagem ao sétimo céu.

Descansaram um pouco. Ainda no sétimo céu, Manatintim ergueu Catarina. De cabeça para baixo. Mas isso não importava, conseguia ver o mundo de onde estava. Gentilmente a colocara de pé, encaminhando-a para as águas daquela banheira propositadamente colocada no centro do paraíso. Qual ritual japonês, qual gueixa e qual senhor, eles banharam-se. Primeiro Catarina, era a vez dela assumir um relativo controlo que poderemos associar a iniciativa noutros campos! Ele, novamente de pé fora regado pelo gel. Depois, acariciado por uma gentil esponja, que de quimera não tinha nada, fora banhado, fora reexcitado. Era doce, doce. Não tinha segunda personalidade. Estava ali carinhosa, para estender o amor de Catarina. Olhares cúmplices trocados, em sintonia perfeita estavam. Manatintim não sabia se o excitava mais as carícias da esponja ou o suave toque do corpo de Catarina

Iniciara ela um novo broche, com muito calma e paciência. Estavam no céu no final de contas. O seu períneo excitou, a sua próstata gentilmente comprimiu. Toda a extensão do falo percorreu e em pouco estava cheio de altiva virilidade.

Ele a elevara, ela o assentira. Ela a vez dele. Repetira o mesmo ritual com Catarina. Lavou-a com muito cuidado, com especial cuidado para o seu cabelo e excitados lábios. Beijou-a, beijou-a muito, como se procurando sorver toda a água da sua pele. Lambeu-a, penetrou-a, sorveu-a, bolinou-a, tudo isto ajoelhado a seus pés, olhando os montes, envolvendo-se os montes, fundindo-se nos montes, elevando a deusa. Deusa essa que o acariciava sempre. Aqueles corpos tinham mentes sincronizadas e em plena actividade. A procura pelo prazer do outro era prioridade máxima. O seu próprio prazer viria com certeza.

Salpicos de água voavam, risos pelos orifícios entravam, juras de amor ecoavam. Era este o panorama que o ninho de amor silenciosamente escutava. Esperando, esperando que a porta abrisse e dela surgisse um vulto branco envolto noutro, aos risos, aos beijos e aos abraços. Pouco depois ouvira o ranger da porta e a meia-luz do corredor. Catarina abraçada à cintura do namorado entrava, enamorada estava. Um pé fechara a porta e retomara o silêncio da escuridão da noite.

Gentilmente fora deitada na cama. O peso do seu amor não desaparecia. Beijavam-se, despiam os roupões, o clima de sexo estava no ar, mas nas mentes corpóreas o amor reinava. Não precisavam de mais preliminares, aquele simples acto e aquele banho, abriram as portas para o décimo terceiro céu. Estariam prontos para o hiperorgasmo?

O objectivo da noite se preparava. Durante muito tempo falaram sobre o sexo tântrico, mas nunca o colocaram em prática. Não imaginavam uma relação de menos de uma hora, algo medíocre, nem concebiam amarem-se muito mais que isso de uma vez. Ele sabia-o, então resolvera inovar.

Catarina surpreendera-se ao encontrar sobre a cama tiras de couro, almofadadas em certos lugares. Eram 2 baloiços, baloiços eróticos. Catarina surpreendeu-se, mas aceitou participar naquela aventura. Aquele olhar, aquela predisposição dele de ajudar a entrar naquele novo mundo, convenceram-na. Mas no fim de contas, ele amava-a e isso bastava.

Cuidadosamente, sentaram-se em cada baloiço, parando meros centímetros sobre a cama. 10;30? Estavam no céu, a distância à Terra pouco importava.

Após um período de habituação, aproximaram-se, como um barco à atracar num porto de abrigo. Beijavam-se, abraçavam-se, enquanto balanço ganhavam. Pararam, era o momento. Palavras de amor trocadas, bocas por línguas caladas. Num perfeito sincronismo, ele se afastara. Ela, as mãos do falo aproximara, conduzindo-o à sua gruta. Lenta e firmemente a penetração fora feita. Os corpos aproximam-se e um beijo fora selado. Parados estavam, bailando. Muito lentamente, amando-se, apenas com ímpeto que o bailado lhes proporcionava. Ele nem ia nem vinha, ela também não, atracados estavam. Controlavam o bailado e a respiração e quando perto do orgasmo estavam, paravam. Pelo menos era isto que um simples voyeur podia observar, mas nós temos o dom, meus queridos. Deste modo, podemos apreciar este espectáculo passado no seu esplendor. A deusa do pompoarismo entrara em acção. Na escola da deusa Tantra se formara. Quando a primeira penetração finalizada fora, à sua vagina Catarina ordenara que algemasse o seu amado pénis, impedindo-o o fracasso da união. Aquele bailado, de mãos, a musculatura vaginal acompanhava, em plena comunhão. Ora sugava o viril membro, ora o sugava, ora o ordenhava, ora levava aquele homem à loucura. Ora o fazia voltar a si. Ela detinha o controle. Apesar daquela variante peculiar do sexo tântrico em posição tão inovadora, Catarina conseguia controlar a penetração. Guilhotinava o pénis, contraindo o anel circunvaginal, quando não queria que ele a banhasse. Comprimia gentilmente toda a musculatura, quando desejava presenteá-lo com a virgem que um dia fora. E qual deusa tantra, aquela cópula conduzia no interior. A intensidade do balanço cabia ao seu cônjuge controlar. Assim a divisão de tarefas que qualquer casal deve harmonicamente delinear, estava completa.

Aquela dança pelos meandros do tempo continuara e só o cansaço do corpo iria terminá-la. O orgasmo comum não era importante. Ejaculação, contracções vaginais intensas, pertenciam apenas ao domínio dos mortais Estavam acima da terra, no domínio do paranormal. E como ele esperara, os músculos de pernas, braços e costas, imploraram por clemência a dado momento. Resistiram um pouco, mas era tempo de parar. Na décima oitava dimensão já se encontravam. Por aquela noite bastava. Estavam mais do que unidos naquele estado. Cúmplices e amantizados, alma única consistiam. Finalmente estavam perfeitamente unidos. Agora era tempo de dormirem. Recuperarem energias, manterem as geradas e iniciarem o 6 de Agosto revigorados, prontos para uma nova etapa da vida de Catarina e deste modo, da vida a dois.

“Boa noite meu amor…”

IX

6 de Agosto, o Sol por pequenas frinchas penetrava no quarto. O cheiro a camélias misturava-se com o suave fragrância dos croissants. Catarina acordara encurralada, rodeada pelo tabuleiro do pequeno-almoço e um sorriso do tamanho dela.

“Feliz Aniversário! Pronta? Sempre…”

E uma confiante Catarina numa nova era entrava. A maior-idade as suas lhe abria. Novos desafios, novos perigos, novas pessoas, novos gostos. Mas tudo com a certeza que a família, os amigos e o seu grande amor, ao seu lado estariam, caso tropeçasse. Os velhos problemas não a deixariam e os novos acumular-se-iam. Mas isso não seria empecilho para ela. A sua vida, à sua vontade seria feita, sobretudo se da sua vontade ele, participasse. Ela delinearia próprio futuro sempre; ela se reinventaria se tal fosse necessário! As linhas da história por ela seriam escritas. Porque não aqui? Porque não continuar Catarina a sua história neste espaço a todos comum? Porque não ajuda-la vós nessa tarefa? E porque não, apagares tu, tudo o que aqui fora escrito e fazer valer a tua vontade? Porque não seres tu, Catarina.

Fim


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Comentários

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gosto de contos longos, se bem trabalhados criam todo o clima de erotismo q a maioria se esquece de escrever por aqui, mt bom, escreva mais

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Bem, passei pra agradecer por seu comentário em meu conto, nos próximos capitúlos responderei sua perguntas com o desenrolar da história. E dizer que ameio seu. beijos

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Pois é meu caro. Você realmente desconhece muitas coisas. E não venha pra cá com essa sua conversinha mole de "sabe tudo" porque o mundo não é delineado de acordo com as regras que você criou na sua cabeça. Pra toda regra existem exceções e vou além: escrevo o conto com autorização do casal, que aliás, é meu amigo até hoje. Mas quer saber? A sua opinião me interessa muito pouco, entendeu senhor sabe tudo. Se não gostou paciência. Não estou aqui para agradar você.

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Adoramos seu conto. Meu nome é Rubia e meu marido se chama Beto. Nós também publicamos um conto que se chama A procura de um amante. É um conto verídico. Fizemos também um blog com nossas aventuras e muitas fotos e assuntos de sexo... Visitem... O endereço é rubiaebeto.comunidades.net

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