Aconteceu que estava eu de volta à São Paulo. Desta vez, era para negócios. Estava representando a empresa que eu trabalho em uma reunião com um cliente e seu banco. O principal motivo pelo qual fui contratado não era ter estudado numa das melhores escolas de negócios do Brasil. Era ser de Sampa. Às vezes eu sentia pena daquela família, dona da empresa, com suas manias estranhas, e com seu jeito estranho de falar de São Paulo, como se fosse um universo paralelo, ou tudo lá fosse contagioso.
Desembarquei no aeroporto, aluguei um carro, e segui viagem até o Centro Empresarial de São Paulo, na Zona Sul. Aquele era sem dúvidas um belo complexo empresarial. Estava me divertindo com aquela viagem. Estava me sentindo um estrangeiro em minha própria terra. A parte boa é que tudo estava colaborando: o voo de avião, o transito na capital paulista, a recepção no cliente. Tudo dentro dos conformes. Quando fomos para a sala reuniões, percebi algo estranho: tinha um rosto muito familiar entre os representantes do banco. No meio da apresentação do meu cliente, parei para observar um instante um homem não tão alto, dos cabelos bem curtos, troncudo, atlético talvez. Seu olhar percorreu a sala e encontrou o meu. Fez uma cara de dúvida, acho que ele também se perguntou se me conhecia. O representante do meu cliente fez uma piada, e todos rimos. Nessa hora, pude perceber: eu o conhecia! Aquela risada era inconfundível. Surpreendeu-me com uma expressão de exclamação, percebeu quem eu era.
Fiz minha apresentação impecável. Mostrei os cenários, projeções e todo o discursinho verborrágico que eu aprendi na faculdade e na pós-graduação. Meu cliente não estava muito contente, os outros analistas torceram seus narizes. Só tinha uma pessoa sorrindo, orgulhosa do que me tornei. Ele tinha um jeito lindo de sorrir e demonstrar que eu tinha arrasado. Ergueu uma sobrancelha, e colocou o polegar direito no queixo. Ele se lembrava de como era o sinal que fazíamos sempre no final da apresentação de um de nós. Agora já não tinha duvidas que era ele.
Foi dado um break, aquela reunião estava começando a ficar exaustiva. Fui pegar um café, e me servir de um croissant daquela mesa farta. Ao me afastar da mesa, encontrei-o. Estava de costas, com um café na mão, olhando pela janela o pôr-do-sol. Cheguei bem devagar, e pude sentir o cheiro do seu perfume. O mesmo de dez anos atrás, quando ele ainda sentava na carteira em frente a minha. Falei baixinho o nosso código:
— Hamburger?
— Bubbleburger — ele virou rindo.
— Você se lembra! — espantei-me.
— Eu jamais esqueceria disso — e pousou-me a mão no ombro — Você foi genial como sempre em sua apresentação.
— Eu vi que você gostou — e fiz o gesto, rindo feito criança — Dei um duro danado pra fazê-la. Por enquanto estou sozinho no departamento recém-criado nesta empresa que estou trabalhando.
— Puxa... Bacana... — e olhou por cima do meu ombro. Estavam chamando para retomar as negociações.
Fomos até à noite, num impasse pelo preço ideal por unidade. Estavam me pressionando para que eu cedesse, e eu fugia pela tangente, com um discurso repetitivo sobre os impactos no mercado. Já estávamos todos passando do ponto, ninguém estava aguentando. O pessoal do banco estava ali meio que de enfeite, só esperando acertarmos o preço para assinarmos o contrato de garantia. Meu cliente jogava o tempo todo dizendo que não poderia aceitar meu produto com aquele preço, e eu dizia que o banco ajudaria a financiar o que eles não conseguissem cobrir. Era um retorno garantido, não precisava se preocupar. Perto das dez da noite (e a reunião começou às duas da tarde), o representante do meu cliente pediu arrego, e declarou suspensa até segunda de manhã. Isso me faria ficar em São Paulo o fim de semana inteiro.
Já tinha me despedido de todos e estava a caminho do meu carro no estacionamento quando o Valter apareceu correndo, pedindo para que eu esperasse. Perguntou seu eu não queria tomar uma birita com ele, e matar a saudade e colocar o papo de dez anos em dia. Eu não tinha nada a perder. Meu voo que eu teria que desmarcar era só no sábado à tarde, então tomar um drink na companhia daquele que foi minha intensa paixão no primeiro ano de faculdade não mataria ninguém. Perguntei se ele estava de carro, e a resposta foi negativa. Veio com outro gerente de negócios do banco onde trabalhava.
Fomos para um barzinho na Vila Madalena, o bairro boêmio de São Paulo. Chegando lá, sentamos numa mesinha bacana, e pedimos uma caipirinha. A minha tinha que ser com “51”. Ele foi logo comentando:
— Quer dizer que os rumores de que você tinha ido abandonado Sampa eram reais?
— Eu não abandonei Sampa! A família para quem eu trabalho me ofereceu um belo salário, ajuda de custo de moradia, bônus interessantes, e eu aceitei, daí. Muita coisa aconteceu desde que você saiu da faculdade, Sr. Valter — e encarei-lhe sério. Ele abaixou a cabeça e limitou a balbuciar um “é mesmo” — Mas como assim rumores?
— No fim do ano passado tentei te contatar. Fui atrás de uns colegas que estudaram no meu ultimo semestre naquele curso, que me indicaram outros colegas, que me indicaram outro colega que me disse que você tinha ido embora de Sampa.
— Teria sido muito mais fácil se você não tivesse escolhido perder contato comigo. — senti uma amargura em minhas palavras que até eu ficaria triste se fossem dirigidas a mim.
A resposta foi evasiva, disse que não era bem assim, que ele enfrentara grandes desafios naquele ano e nos dois seguintes e que se arrepende muito. Decidi deixar de lado essa parte da história, e perguntei como estava.
— Ah! Estou curtindo a vida. No ano em que você se formou, eu voltei para a faculdade para estudar administração. — soltei uma gargalhada, e ele me acompanhou — Eu sei, eu sei! Pode rir, eu deixo! Mas naquela ocasião foi a melhor opção para mim. E hoje eu só estou na área de analise de crédito de grande porte graças a esta escolha.
Era inacreditável como ele continuava o mesmo. Fisicamente ele mudou bastante. Cortou o moicano, deixou um cavanhaque, passou a usar óculos, mas, o mesmo jeito brincalhão e irreverente não mudara em nada. As novas piadas estavam melhores que as antigas. Conversamos sobre muita coisa. Desde economia politica, economia financeira, passando pelas teorias da administração, indo até politicas e as próximas eleições, aterrissando em musica, gastronomia e sacanagem. Eu parei na segunda caipirinha, ele foi para a quarta. O bom é que ele não era fraco com bebidas. Continuava o mesmo, ainda que tenha tomado o dobro do que tomei.
— O tempo te fez muito bem, Sr. Pedro.
— Me tornou menos arrogante, e menos impulsivo — respondi.
— E te fez mais bonito do que você era — disse olhando em meus olhos.
Gargalhamos. Gargalhei.
— Bah, neste sentido o tempo fez muito mais por você. E olha que eu não achava que fosse possível — peguei o copo e rapidamente levei a boca, desviando o olhar. Estava com um pouco de medo de onde esta conversa iria parar.
— Você casou com alguma curitibana gostosa, Maninho?
— Não... Estou há pouco tempo lá. E você?
— Separei no final do ano passado. Meu casamento não estava dando certo. Eu não era apaixonado o suficiente para manter aquela relação.
— E por que não?
Ele levantou o copo e tomou um gole. Estava vermelho como um pimentão.
— Porque eu deixei para trás uma paixão impossível que me consumiu por meses sem fim.
— Paixão impossível? — perguntei no impulso e quando olhei para ele, vi que de seu rosto surgiam lágrimas. Um aperto forte no coração me veio naquele momento, e senti vontade de chorar com ele.
— Será que você nunca percebeu? — sua voz saiu tremula e engasgada. Agora eu tinha um motivo para chorar. Só não sabia se era de tristeza ou alegria. Eu não estava acreditando naquilo.
Perguntei se era alguma piada, ou se ele estava de brincadeira comigo e ele apenas acenou negativamente. Quer dizer que ele era apaixonado por mim na época da faculdade?
— Desde a época da faculdade. E não era paixão. É amor.
Levantei transtornado e fui ao banheiro. Meu estomago estava revirando com aquela reviravolta da minha existência. Corri para colocar tudo pra fora. Sempre fui fraco para grandes noticias. Depois de abraçar a privada, fui lavar o rosto, enxaguar a boca. Valter estava ali, na porta do banheiro esperando eu me recompor.
— Preciso ir embora.
— Deixa eu ir contigo? — veio me abraçando.
— Você está maluco??? — empurrei.
— Mas... Mas... Eu pensei...
— Pensou o que? Que eu era viadinho? Pois então vou te contar uma coisa: Eu sofri, e sofri bastante depois que você abandonou o curso. Sofri porque você nunca respondeu um e-mail meu sequer, não me deu um telefonema, tampouco me deu um numero existente. Sofri porque tudo o que eu queria era estar ao seu lado. E fui muito feliz com sua amizade. Sofri porque fui imensamente apaixonado pela tua companhia. Eu verdadeiramente te amei — e olhei bem firme para ele — Você realmente acha que pode chegar assim, depois de dez anos e dizer “Oi, eu te amo desde a faculdade, desde o tempo em que você passava as noites em claro imaginando como seria fazer amor comigo. Agora quero experimentar-te”. Você acha que isso é fácil? Eu pensava que você era hétero, mano!
— Perdoa... Me perdoa... Eu sei que eu fiz errado... sei que não deveria ter sumido... Mas... Meus desafios daquela época eram maiores do que eu... e tive medo de te fazer sofrer...
— Jura?! E nunca te ocorreu que eu sofri mesmo assim?
— Mas, é diferente... Não queria que você sofresse, caso algo de muito ruim acontecesse... Foi uma sorte grande te reencontrar— e ele chorava até soluçar. Abracei-o forte, na tentativa de acalmar. Sentir o seu cheiro, o cheiro de sua pele, não seu perfume, me levou a um paraíso interdimensional, onde nada, absolutamente nada importava. Devo ter me acalmado na velocidade da luz. Eu estava ali, naquele banheiro insólito, abraçado com Valter. Sentia o calor emanando de seu peito. O calor de paz, o calor de satisfação, o calor de carinho e amor. Como eu amava aquele cara. Agora estava muito feliz por saber que era um amor reciproco. Sim... Estava cedendo... e deixando o rancor e a mágoa no passado... Eu não podia deixar essa chance escapar... Aquele cara era bom demais para se deixar passar.
Um beijo para selar aquele momento, ou me acordar daquele sonho. Seus lábios quentes e seus braços fortes me provaram que eu não estava sonhando. Ele sorriu igual há dez anos. Eu me derretia com aquela expressão angelical. Convidou-me para irmos ao seu apê, no centro de Sampa. Naquela hora, eu já nem me lembrava do hotel que eu deveria fazer o check-in. Pagamos a conta, e fomos. Já no carro, ele segurava a minha mão dizia que me amava e que esperou muito por este momento, e este gesto era especial.
Chegando ao apartamento, gravatas, camisas, calças e sapatos foram jogados aleatoriamente pela sala. Beijávamos loucamente, como se fosse o ultimo beijo de nossas vidas. As mãos escorregavam pelos corpos, e apalpavam, e tocavam, apertavam, deslizavam, oscilando entre delicado e forte. Abraçava forte, e beijava-lhe o pescoço, o queixo, o peito. Entramos no quarto pelados, e fui derrubando Valter na cama. Subi, e por cima pude cobri-lo de beijos, e lambidas, e chupadas. Carinhosamente arranquei alguns suspiros ao lamber seus mamilos, e percorrer a barriga até seu mastro erguido. Além de lindo, inteligente, o cara conseguia ser caralhudo. Não perdi tempo e coloquei seu pau em minha boca. Passava a língua em sua cabecinha, e seguia ora chupando fundo, ora beijando da cabeça à base, e sugando as bolas. Valter estava indo ao delírio, e gemia alto.
— Chupa Pedro! Chupa esse caralho, vai! Que delicia! Que delicia! — acariciava seu corpo enquanto estava com seu pau em minha boca. Ajeitei as pernas dele, abertas e apoiadas em meu ombro, e fui puxando e lambendo as bolas e descendo até o cuzinho dele. O cara certamente nunca tinha recebido um cunete, pois ele urrou de tesão. Ele pediu para que eu me virasse, em um 69 delirante.
Como a inexperiência dele com homens era cativante! Chupava timidamente meu pau enquanto eu seguia num movimento ritmado em sua pica. Mais um pouco e ele estava pedindo arrego. Virei-me para o mesmo lado dele, e entrelacei minhas pernas e abracei-o muito. Ele sussurrava “eu te amo” em meu ouvido e eu o desafiava a falar mais alto. Estava numa esfregação gostosa quando pedi para que ele consumasse o meu desejo. Valter era muito romântico. Deitou-me de bruços e começou a me beijar na nuca e descer beijando minhas costas. Abraçou-me forte, e disse que não me largaria nunca. Continuou esfregando seu pau na minha bunda e mordendo minha orelha.
Colocou então um pouco de cuspe na entradinha e apontou seu caralho. A sensação de ser invadido por ele foi avassaladora. Ele tirou, lubrificou um pouco mais e colocou de novo. Com um pouco de tempo, estava pronto para o vai e vem. Aquele mastro massageando minha próstata era enlouquecedor. Podia sentir suas bolas pendentes baterem nas minhas, e o ritmo foi ficando cada vez mais forte. Como era deliciosa aquela situação. Valter gemia alto, e eu podia sentir o calor de seu quadril encostando em minha bunda em movimentos rápidos. Pedi para mudarmos de posição, e fiquei num franguinho assado, para poder beija-lo. Novamente o ritmo foi aumentando, quando ele começou a gemer dizendo que ia gozar.
— Goza! Goza, Valter! Goza fundo! Vai, vai, vai! Goza!
— Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! — e estocou fundo, preenchendo meu interior com sua porra quentinha. Caímos exaustos. Dormimos abraçados.
O fim de semana mais lindo que eu passei na minha vida até aquele momento. Quando acordei, e me deparei com ele, jurei estar sonhando. Quando ele acordou, me provou que não era mentira. Que tudo aquilo era real. Almoçamos juntos, tomamos café, jantamos. Tomamos banho juntos e dormimos agarrados. Trepamos muito. Na cama, no chão da sala, na cozinha e no banho. Aquele era o primeiro de muitos reencontros.
Na segunda pela manhã fui para o Centro Empresarial, consegui uma sala no meu cliente para ajeitar alguns detalhes da negociação, fazer algumas ligações, conversar com meus chefes e entre outras coisas.
Às duas da tarde veio a surpresa. Meu cliente estava em fervorosa negociação com o banco que o Valter trabalha. Estavam propondo que meu cliente aceitasse o preço ofertado, que o banco concedia uma taxa de juros diferenciada para o financiamento. Os caras estavam topando! Antes das cinco da tarde saí contente do Centro Empresarial com um contrato assinado. Tudo graças aquele fofo que eu amava tanto. Celebramos em seu apartamento.
Deitei aquele cara incrível na cama, e fui chupando, e chupando com gosto. Ele gemia alto. Disse-lhe que não sabia nem como recompensá-lo. Achava até que não existia preço que pagasse. Ele, todo descontraído, me pediu:
— Me come.
Parei tudo o que estava fazendo e sentei na cama. Estaria eu ouvindo direito? Mordeu o beicinho e disse que queria experimentar. Confesso que eu não esperava. Beijei-lhe intensamente e disse em seu ouvido:
— Quando você quiser parar, a gente para. É só você pedir — e virei-o de bruços. Com toda a calma e carinho, enchi suas costas de beijos, e lambidas. Beijei da nuca até o rego. Dei mordiscadas nas bandas da bunda, e suavemente conduzi minha língua até seu cú. Esse cunete era diferente. Estava lambendo-lhe forte, queria que ele sentisse muito tesão. E estava funcionando. Enquanto fodia aquele cuzinho virgem, Valter urrava de prazer e empurrava a bunda em direção a minha cara.
— Ah... Ah... Mete, Pedro! Mete! Come, coloca essa pica deliciosa na minha bunda. Me possui Pedro, quero ser seu.
Não deu outra, coloquei minha pica na entradinha, e ele empurrou. Eu parei, esperei o sinal e segui colocando e parando. Ele gemeu, fez cara feia, perguntei se parava e ele categoricamente disse que não. Aquele cuzinho apertadinho estava me levando às loucuras. Começamos um vai e vem delicioso. Enquanto fodia-lhe as pregas, punhetava seu caralho duro feito pedra e beijava sua boca deliciosa. Seguimos um movimento frenético até que eu não aguentei e gozei na bundinha do meu amor. Ele gozou na minha mão, espalhando sua porra pelo lençol, e no chão. Jurou que nunca tivera uma experiência parecida.
— Você pode tê-la sempre que quiser ir à Curitiba.
— Vou querer ir sempre.
— Promete não me abandonar? — perguntei olhando em seus olhos.
— Nunca mais.
E me abraçou forte.
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