Pessoal, desculpem pela demora, eu não desisti de escrever não ta? hehehe. Eu estava viajando, cheguei em casa ontem e, só terminei de escrever o conto agora. Eu ia revisar, mudar algumas coisas, mas algumas pessoas estão quase "gritando" no msn pra mim publicar ele hoje aushausuahsu, por isso então aqui vai:
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- Peter... – Andrew estava paralisado, não imaginava aquela resposta para a pergunta que havia feito.
- Você acha que é só chegar pedindo desculpas? Dizendo que foi enganado e que agora me ama, que vai ficar tudo bem?! Andrew... Você já parou pra pensar no que você...?! – Tentei baixar o tom, já que estávamos na escola. – Você preferiu acreditar na Ágata do que em mim, eu estava quase gritando pra você que eu te amava e você achou que era mentira! Você acreditou até na Diana Andrew, sendo que ela não tem nada há ver com toda essa história... Em resumo... Você não acreditou em mim...!
- Mas... É que eu não entendi muito bem o que você havia falado, você me deixou confuso com toda aquela hist...
- Andrew! Você quer prova maior do que alguém falar pra você que te ama? Fazer uma escolha que vai te consumir por dentro, corroer seus sentimentos, destruir o seu coração, mas que vai proteger a pessoa que você mais ama?! Aguentar todos os dias uma cadela encostando-se no garoto que você morre de amores, tocando o corpo dele, acariciando o cabelo, beijando sua boca! Como você acha que eu me senti vendo cenas assim todos os dias?! Eu me sentia esmagado! Pisoteado! Aniquilado por dentro... – Meus olhos já não aguentavam segurar as lágrimas que queriam sair. Respirei fundo e passei minhas mãos nervosas sobre o rosto para limpar os olhos que vermelhos cada vez ficavam mais.
- O que eu posso fazer pra você me perdoar...?
Há tempos atrás, se Andrew tivesse feito a cara que fez e falado do jeito como havia feito agora, talvez a minha resposta não tivesse sido a que eu responderia logo em seguida, talvez eu me jogaria em seus braços e o tivesse abraçado bem forte, até ter certeza que a saudade tivesse passado e ido embora para sempre. Mas a situação agora era outra, a decepção havia criado a mágoa e, a mágoa havia acabado com o amor. E assim, a “ilusão” se desfez.
- Nada Andrew... Não há nada que possa ser feito. – O olhar de Andrew se congelou e, o meu amor por ele havia sido desmaterializado. Permanecendo no ar, alguns segundos de silêncio. Com o vento indo e vindo, o ar fresco que fazia naquela tarde se infiltrava em nossos cabelos, percorrendo todos os fios. – Bem, é melhor irmos pra aula agora, não seria bom se atrasar pra aula do sor Carlos, já que é biologia, né? – Minha garganta agora se mostrava seca, meus olhos apenas inchados, sem lágrimas. O choro havia sido engolido e, eu já havia caído em si.
- Claro... – Andrew respondeu pasmo e abalado com a minha reposta, não esperava ela e nem minha reação diante da situação: Frio, racional e o modo de como eu lidava com tudo aquilo naquele momento, meio que sem se importar muito, como se não houvesse sentimentos algum.
- Bom, vamos então. – Disse guiando rumo à sala de aula.
- Você parece... Não sei, talvez mais frio... Eu acho. – Me virei para olhar para ele e responder olhando direto nos seus olhos que gritavam pedindo por carinho:
- Não, é que eu só cansei... Cansei de sofrer por alguém que não vale à pena. – Dito isso, a conversa acabou ali, segui para aula e Andrew também, mais sérios do que nunca naquele dia, agora estávamos.
Dava pra ver que nossas mentes ainda estavam processando aquilo tudo, que nada havia sido feito com facilidade, com certeza não. Pois, depois de tanto tempo, até eu estava surpreso com minha atitude diante daquela conversa. Andrew estava agora machucado, com feridas dolorosas no coração. Ia demorar um pouco para cicatrizar? Sim, ia, mas isso logo passaria, ele havia ficado com a Ágata tão rapidamente. Por que não esquecer rapidamente também, esse amor que não estava sendo feliz?
- Eaí, como foi a conversa, se acertaram? Deu tudo certo? Peter, você não tá com cara de quem se acertou com o Andrew. – Diana me olhava com cara séria, com uma feição triste.
Já era intervalo, estávamos sentados em um banco.
- A gente não vai voltar. – Minha frase correu solta no ar.
- Como assim “A gente não vai voltar”?
- Por muito tempo eu chorei, sofri, pensei, refleti, fiquei angustiado e hoje eu vejo que eu fiz tudo errado, a prova disso foi o Andrew não ter tido confiança em mim, não ter acreditado na minha palavra, bem quando a verdade tava na frente dos olhos dele. Arrependo-me muito de ter perdido todo esse tempo pensando nele e sofrendo por ele.
- Eu também não acredito no fato de que ele tenha preferido acreditar na Ágata do que em você, mas não tem mais volta mesmo?
- Não, não há. – A rigidez ficava clara em meu olhar. – E a Ágata não veio na aula hoje por quê?
- De certo foi por causa dessa história toda né Peter, Tu acha que ela teria coragem de vir na aula hoje e olhar na cara do Andrew? Sendo que agora ela nem pode mais ameaçar você ou ele, até por que vocês sabem muito sobre ela agora, o que significa que se o pai e a mãe dela soubessem, ela estaria numa fria, encrenca das grandes. Hahahaha! Bem feito vadia! Quer dizer... Mas enfim, coitadinho do Andrew... – Diana me olhou com uma cara de quem esperasse que eu risse, mas nem um sorriso saiu, apenas olhei para ela com uma expressão de reprovação em relação ao “Coitadinho do Andrew”.
- Menos né Di, agora as férias de verão já estão chegando e ele esquece sem problemas. Estamos já no dia 2 de dezembro, reta final, mais uma semana e depois férias. Quer dizer, ajudar os pais no mercado da família e blá,blá,blá, que merda mesmo. – Fiz uma cara de emburrado, mas sem forçar muito.
Diana botou o braço direito em cima dos meus ombros e com ele fez um carinho gostoso neles. Ela sabia que não havia mais nada a ser feito da parte dela, Diana respeitava a minha decisão, pois se fosse melhor para mim não voltar com Andrew, ela me apoiaria totalmente nessa escolha.
O dia passou e logo a aula chegou ao fim, peguei meus materiais e fui para casa... Assim então, os dias foram se passando. Ágata não apareceu mais no final da semana, ninguém soube mais nada sobre ela. Diana e Davi estavam namorando firme, os dois mostravam estar muito feliz com o relacionamento, principalmente Diana, que dava pulos de alegria ao vê-lo. Já Andrew não podia dizer o mesmo, andava meio distante das outras pessoas, “rolando” pelos cantos, colecionando dias em que não dava um sorriso se quer. Apesar de a nossa relação ter chegado ao fim e, saber que a escolha dessa vez foi de livre espontânea vontade de minha parte. Sentia-me mau por ver Andrew daquele jeito, “largado” e um pouco abalado. Talvez eu também estivesse um pouco sim, mas o fato de que ele não teve confiança em mim e nem acreditou em minha palavra, supriu uma boa parte da tristeza, transformando-a em racionalidade, fazendo finalmente minha mente entender que eu já havia sofrido de mais por alguém que não valia à pena...
Era sexta-feira, dia 9, o último dia de aula. Apenas 11 pessoas haviam ido à ela, estava divertida, não fizemos praticamente nada. No final, a coordenadora entregou os boletins apenas para quem não possuía notas vermelhas no trimestre e, assim as aulas chegaram ao fim.
Saindo para a rua, a coordenadora Rosângela chama meu nome antes de eu ir embora, ela faz sinal para eu ir até ela na secretaria e conversar:
- É... Eu já peguei o boletim...
- Não, não, não é isso, queria te perguntar se você importa-se de entregar o boletim do Andrew, você pode? – Disse ela falando antes de eu terminar de falar.
- Eu posso até...
- Ah! Obrigado então. Aqui está ó. – Disse ela me interrompendo outra vez, me impedindo de falar.
- Okay né...
- Tchau Peter, boas férias!
- Tchau Rosângela, igualmente! – Falei em tons alto já afastado da sala. Ela havia ouvido.
- Hum... Até que ele se saiu bem nesse último trimestre. – Falei para mim mesmo, olhando as notas de Andrew.
Saindo da secretaria, chego ao portão da escola e encontro com Diana que diz:
- O que a coordenadora queria?
- Queria que eu entregasse o boletim do Andrew pra ele.
- E você?
- Acabei ficando de entregar... – Fiz cara de tédio.
- Bem... Então até mais, só por que é férias não se significa que nós vamos ficar afastados, hehe. – Disse Diana rindo.
- É, duvido que isso aconteça. – Ri um pouco também e me despedi de Diana. – Vou nessa Di.
- Tá bom, vou ver com os meus pais pra você passar uns dias lá na casa da praia, viu?! – Ela já entrava no carro.
- Tá certo, valeu, vai ser divertido!
E assim eu fui embora, andei algumas quadras e logo havia chegado à casa de Andrew. As janelas estavam abertas, dava pra ver a TV ligada e, alguém lá dentro a assistindo. Bati na porta e a mãe de Andrew abriu:
- Oi dona Carmem, eu vim entregar o boletim do Andrew, a Rosângela pediu para mim entregar à ele.
- Oi Peter, entra, o Andrew acabou de entrar pro banho.
- Não... Eu não quero incomodar...
- Imagina, não vai incomodar nada, entra, ele daqui a pouco já sai do banheiro. – Dona Carmem falava enquanto me empurrava para dentro da casa, fazendo questão que eu entrasse. – Se você quiser pode usar o notebook no quarto dele enquanto ele não fica pronto, tá? Ah e desculpa pela bagunça que você vai encontrar. Ah e mais uma coisa, diga para o Andrew quando sair do banho, que eu fui ao mercado.
- Tá certo, obrigado. – Não havia entendido a parte da bagunça, sendo que a casa estava toda arrumada e cheirosa.
Dito isso, entrei no quarto de Andrew e descobri o que a mãe dele queria dizer quando havia citado “bagunça”. Bagunça não seria a palavra que eu citaria ao ver aquilo, usaria o termo zona, baderna, selva talvez. Mas enfim, aquele quarto estava muito desorganizado, havia roupas espalhadas, garrafas de refrigerantes vazias, buchas de papel, restos de comida, meias fedidas e um baralho de cartas espalhado no chão. Não acreditava que o quarto de Andrew estava naquele estado, ele já não era tão arrumado, mas aquilo nem bagunça podia se chamar.
- Meu Deus... O que será que vive aqui? E por que isso? – Falei sozinho, tentando descobrir o motivo do quarto estar daquele jeito.
Sentei então na cadeira da escrivaninha, rolei o mouse e o notebook saiu da proteção de tela. Havia apenas três janelas abertas, uma com a do MSN, invisível por sinal, outra com a do site vagalume, que apresentava a tradução da música “Scars” da Miley Cyrus e a outra era a do Windows media player, com a mesma música também. Então botei play para escutá-la e cliquei no site para ver a tradução, acompanhando a canção...
Ao ouvir aquilo, senti uma angústia, a tradução da música me fez sentir uma carência, uma emoção tão forte, trazendo de novo aquela tristeza perdida a tempos, um sentimento indescritível, que talvez até houvesse descrição, mas só não era distinguido por mim. Ele não era ruim, não era bom, mas estava me fazendo chorar, meus olhos já estavam lacrimejando a ouvir aquilo e o meu coração clamava por uma solução. A letra falava de amor, um amor que havia sido perdido, acabado, que estava escondido, enterrado nas cicatrizes que ligava duas pessoas, lembrando que ambos ainda se amavam, mas que estavam separados por algum motivo. Aquela música relembrava também sentimentos bons, lembrava uma espécie de felicidade que foi vivida, algo que tinha vivido em poucos momentos da minha vida. De repente, o nome de Andrew me veio em mente, se misturou as lembranças e todo o restante veio junto: O seu cheiro, seu sorriso, o modo como ele escrevia, o jeito de imitar alguém, o maneira de como ele fazia as outras pessoas rirem sendo extrovertido, os sons das suas risadas...
- Essa música diz tudo não é? – Ao ouvir Andrew falar atrás de mim, seco rapidamente as lágrimas de meu rosto antes de virar para ele.
- Ela é bonita sim... – Dei uma resposta fora do contexto da pergunta e fiquei meio sem jeito por estar estampando em meu rosto olhos vermelhos e chorosos. – Eu... Fiquei de entregar seu boletim, daí a sua mãe me convidou para entrar e disse para mim avisar você que ela ia no mercado, então... – Ele pegou o boletim de minha mão e falou:
- Tudo bem, como foi o último dia de aula? – Disse ele com o rosto meio de lado.
- Por que você estava escutando essa música? Você nem curte isso. – Resolvi ser direto, estava sério e um pouco balançado. O silêncio permaneceu por algum tempo, ele abaixou a cabeça, olhou para vários pontos, até que olhou para mim e disse:
- Você nota? – A música acabou. Parei por alguns instantes e me pus em pé, de frente para ele, olhei bem em seus olhos, pensei no que ele havia perguntado, compreendi o que ele quis dizer e falei:
- Noto, sim... Eu vejo nos seus olhos que você ainda me ama. E você notou, depois do nosso término? – Nossos olhos estavam fixos um no outro.
- Não... E eu me arrependo por isso até hoje... Talvez eu não parei pra pensar em como o seu amor tivesse acabado tão rápido, assim do nada. Peter... Desculpa por ter feito você sofrer assim, agora eu sinto e vejo o quanto você se machucou com tudo isso. – Andrew me falava com sinceridade, ele exibia pureza em suas palavras, seus olhos já estavam vermelhos e, com a dor e a saudade, algumas lágrimas já chegavam cedo.
- Andrew... Você tá chorando...?
- Sim Peter! Estou, eu sofri e hoje eu vejo a sua dor, agora...
Diante daquele episódio, eu enxerguei que eu ainda amava o Andrew, quem sabe aquele momento de desprezo era só raiva, com aquilo eu posso ter amenizado o amor que eu sentia e talvez até agora ter hibernado ele. Mas nesse momento eu sentia que Andrew estava diferente, agora ele enxergava tudo com mais clareza, talvez naquela vez, se eu tivesse feito as pazes e voltado com ele, possivelmente não haveria essa análise que ele mesmo fez e, possivelmente também ele poderia voltar a cometer o mesmo erro, não enxergando o quão era forte o sentimento que eu tinha por ele, em situações que podem nos colocar em dúvida quanto a isso. E agora, tudo estava visível à ambos, Andrew via a dor do sentimento verdadeiro em mim e eu via a dele, crendo em fim que desconfiança e dúvidas sobre o amor... Não existiam mais.
Eu abracei Andrew tão forte que ele não fez absolutamente nenhum movimento, suas lágrimas molhavam minha camiseta, e suas palavras sinceras e amadurecidas fortaleciam mais ainda a volta de uma relação.
- ...Não posso mais chorar por que sinto a sua falta?!
- Pode... Eu também sinto a sua.
E as lágrimas caíram juntas, Andrew me abraçou fortemente e, com aquele gesto nossos corações estavam selados mais uma vez.
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Continua...
MSN:
Desculpem qualquer erro ou discordância, postei ele meio que as pressas, o próximo vai ser melhor, hehe, até mais ;) E obrigado pela parceria de vocês, valeu! Abraços!