Como vão?! ... Então ... este conto não acho que não servem para aqueles curtem algo sexual. É um romance, uma história de amor e aprendizado com pitadas de romance gay. É bom relaxarmos e curtimos uma leitura leve. Para entender melhor a história basta clicar no meu nick que está acima e poderá conferir as primeiras partes. Por favor, comentem lá em baixo e dê sua nota aqui em cima. A participação de vocês é essêncial para mim.
"Claro vamos marcar sim. Mas aviso logo a minha família é meio pirada"
Você lembra a primeira vez que levou um namorado para casa? Eu lembro. A minha mãe fez um jantar maravilhoso. Parecia que íamos receber o primeiro ministro dos Estados Unidos. Já os meus irmãos, bestas, passaram a tarde enchendo o meu saco. E o meu pai? Bem, ele não apareceu em casa naquela noite.
Apesar deste fato chato, o resto da noite foi tranquilo. Rimos e nos divertimos muito. Depois até meu pai deu o braço a torcer. Ele acabou aceitando melhor, afinal, eu era o filho dele e poderia ser o que fosse, ele me amaria incondicionalmente.
Com o Maurício, tudo foi diferente. Até a alegria da minha família. No dia do encontro familiar, eu acordei cedo e fui ao cabeleireiro para aparar a juba. Infelizmente, precisei ir até a faculdade. Ainda teria uma semana de aula e duas provas. Eu não vi a hora passar, o nervosismo estava a mil.
Ao chegar em casa, corri para a cozinha. Um cheiro maravilhoso tomou conta do ambiente. A mamãe estava cozinhando com a ajuda de Luciana. Apesar de termos alguns funcionários em casa, em ocasiões especiais, a dona Paula gosta de preparar as refeições.
— Filho. Vem cá. O Maurício não é alérgico a camarão não, né? — indagou a mamãe. Aquilo significava que o prato da noite seria 'bobó de camarão'. Um clássico da Dona Paula.
— Não, mãe. Ele come de tudo. É igual ao Paulo. — brinquei.
— Está nervoso? — quis saber a Luciana, enquanto media um ingrediente na panela.
— Um pouco. Na verdade, com essa família e amigos maravilhosos que Deus me deu, não deveria ter motivos. — abraçando as duas, mas sendo repreendido pela mamãe.
— Vai se arrumar. — ela pediu. — Manda a tua irmã largar os livros um pouco e viver. Essa menina parece um fantasma de tão pálida. — pediu.
Cheguei no quarto da minha irmã. A vi dormindo em cima dos livros. Acariciei o seu rosto e lembrei da nossa infância. O mundo gira rápido. Passam dias, meses e anos em segundos. Naquele momento, fiquei tão saudosista que ouvi os gritos e risos de três crianças felizes.
Peguei, levemente, na cabeça da minha irmã, dei um beijo e a acordei.
— Mana, acorda. A mamãe pediu para você descer e comer alguma coisa.
— Mais dois minutos. — ela implorou, antes de dormir novamente.
Dei um sorriso e sai para o meu quarto. Olhei para o relógio do meu celular e eram 18h. Tomei banho e passei quase uma hora para escolher a roupa certa. Meu irmão entrou no quarto e perguntou o porquê de eu ainda não ter descido.
Mostrei o "problema", no caso, a minha indecisão. O Paulo soltou uma gargalhada e, em retribuição, lhe lancei uma camisa no rosto. Ele pediu para que escolhesse peças que me deixassem confortável, mas sem parecer desleixado.
Por algum motivo, segui os conselhos do Paulo. Escolhi uma camiseta preta lisa, uma bermuda cáqui e um sapatênis sem cadarço. Nada mais confortável que isso. Descemos e a mesa estava posta. Nem preciso dizer que a mamãe e a Luciana arrasaram na decoração.
— Ele está atrasado. — Paulo comentou, quando nós sentamos no sofá.
— Não está. — respondi cruzando os braços.
— Atrasado. Atrasado. Atrasado. — repetiu meu irmão me tirando do sério. — O Pedro parece uma mulherzinha.
Com um único pulo fiquei por cima do Paulo. Sabe qual o ponto fraco dele? Cócegas. Eu usei todos os meus dedos e lhe dei uma surra de cócegas. Desesperado para se desvencilhar, o meu irmão nos jogou no chão, mas eu não parei. Eu era uma máquina de cócegas. Ele conseguiu me afastar e correu para a cozinha.
Nós sempre tivemos os momentos "Tom e Jerry". Depois de um tempo, o prendi contra a parede. Usei toda a força para segurá-lo. Era uma brincadeira meio sem noção confesso.
— Fala quem é a mulherzinha agora. Paulete. — falei.
— Mãe. — disse Paulo, olhando para o lado.
— Pedro. — mamãe chamou a minha atenção.
— Espera aí, mãe. Deixa eu acabar com ele. — pedi, apartando mais forte a cabeça dele contra a parede.
— Pedro. O Maurício está aqui. — ela avisou, nervosa e constrangida.
Ao mesmo tempo em que eu soltei o meu irmão, ele me empurrou. Caímos os dois no chão e levantamos meio desengonçados. O Maurício estava lindo. Apostou em camiseta de manga comprida branca e com o desenho de um dragão irado, calça jogger com detalhes pretos nos bolsos e uma sandália percata bege.
Nas mãos, o Maurício segurava flores, mas lamentavelmente, elas eram para a minha mãe. Sentamos todos na sala e conversamos um pouco. O papai chegou alguns minutos depois e juntou-se a nós.
— Então, Doutor Maurício, qual é a sua intenção com o meu filho? — perguntou o papai, fazendo o Paulo soltar uma risada abafada.
— Pai! — o repreendi.
— Não. Tudo bem. — interrompeu o Maurício, segurando a minha mão. — Senhor, as minhas intenções com o seu filho são as melhores. Vou levá-lo semana que vem na minha casa. Os meus pais estão ansiosos para conhecê-lo. Queremos oficializar o nosso namoro.
— Está vendo, Paulo? — disse o meu pai. — É assim que se deve fazer. Tem que andar mais com o Maurício, meu filho. — como dizem, o feitiço virou contra o feiticeiro.
— Pega distraído. — soltei com uma voz engraçada.
Todos riram da situação. Mamãe nos convidou para a sala de janta e sentamos à mesa. Tivemos uma noite inesquecível. Eu sou daquele tipo de pessoa que aproveita tudo o que acontece, acho que nunca me diverti tanto. Meus pais entraram para o quarto, após a sobremesa.
A minha irmã chegou tarde da faculdade e jantou conosco na sala. Decidimos assistir a um filme de terror "Gritos Sangrentos". O Paulo, na sua delicadeza ímpar, deitou no sofá e colocou a cabeça no meu ombro, enquanto o Maurício fazia a mesma coisa.
— Liga não 'doutor', na nossa casa é assim. — disse Paulo, levando uma "ombrada" no rosto.
— Então, Luciana. Como está indo? — quis saber Maurício.
— Estou ótima, Doutor. Digo, Maurício. A família do Pedro é maravilhosa. Comecei a trabalhar na empresa do seu Rodolfo. — explicou Luciana.
— Eu que tive sorte. — salientou Priscila, com um enorme prato de bobó de camarão no colo. — Sempre tive dois irmãos, agora consegui uma irmã.
Era aquele quadro que eu queria pintar para sempre na minha vida. Estávamos em paz, senti uma grande ligação do meu namorado com a minha família. Infelizmente, o meu namorado precisou ir e seguimos para o meu quarto. Conversamos e decidimos assistir a um DVD.
Naquele momento, percebi uma aproximação diferente entre o Paulo e a Luciana. Eles assistiram ao filme meio QUE abraçados. "Será?", pensei comigo mesmo.
O único problema da minha família? Todos, incluindo a mamãe, são fãs do Flamengo. O meu pai é flamenguista doente. Então, chamei o Maurício para assistir uma partida conosco. Eu não sofreria sozinho, ia arrastar o meu namorado. Nunca achei graça no futebol. Quando era menor, praticava, mas como um passatempo.
Meu irmão estava usando até a cueca vermelha e preta. Um fanatismo total. A campainha tocou e eu fui atender. Era o Maurício. Puta merda. Ele estava todo de vermelho e preto, além de ter pintado o rosto. Realmente, eu não sabia que ele era flamenguista e tão apaixonado quanto minha família.
O jogo começou e todo mundo estava na expectativa. A partida estava muito acirrada. Vi que a Luciana ficou meio distante e fui ao encontro dela.
— Me fala. — perguntei com uma voz engraçada e colocando os meu cotovelos sob a mesa de mármore.
— Falar o quê? — desconversou Luciana.
— O que está rolando entre você e o Paulo? — indaguei.
— Nada. — respondeu Luciana. — Por que estaria rolando alguma coisa? –
— Lu. — soltei, dando a volta na bancada e pegando na mão dela. — Em primeiro lugar, eu não nasci ontem. E em segundo, vi vocês abraçadinhos naquele dia assistindo ao filme.
— Mas você abraça o Paulo também. — Luciana ficou na defensiva. — Bastante por sinal. — ela murmurou.
— Tá com ciúmes. — eu disse, rindo. — Lu, você seria maravilhosa para o meu irmão. Deveria tentar. Você já passou por tantas coisas nesses últimos meses. Que tal superar tudo e abrir o coração novamente. — sugeri, saindo e sentando para assistir ao jogo interminável.
Enquanto segurava a mão do Mauricio eu prestava atenção no jogo e pensei: "quem foi o idiota que inventou algo tão estupido?". Cara, é um monte de marmanjo correndo atrás de uma bola.
Realmente, naqueles momentos o meu lado gay falava mais alto. Levei um susto quando ouvi gritos e comemoração. O Maurício me deu um beijo na boca, levantou e abraçou o meu pai.
Meu irmão, em um impulso, se levantou e beijou a Luciana. Todo mundo ficou quieto e olhando para os dois. A Luciana saiu correndo e a Priscila foi atrás dela.
— Que diabos foi isso? — perguntei levantando.
— Não sei, foi espontâneo. — Paulo respondeu.
— Espontâneo? Paulo, pular bêbado em uma piscina é espontaneidade. Puxar uma pessoa e dar um beijo agora é insanidade! — falei, parecendo mais grosso que o normal, então, parei e respirei. — Mano, a menina está totalmente na sua. Por que você fez isso com ela? — pegando no ombro do Paulo.
— Eu sei. Não sei o que fazer. — afirmou, abrindo aqueles olhos castanhos gigantes e piscando.
— Vai sobrar para mim. — bati na cabeça dele para não cair em seus encantos. .
— Paulo, idiota! — esbravejou Priscila, batendo na cabeça dele. — A Luciana está trancada no quarto. Parabéns!
*Se vocês curtiram, por favor comentem e votem no meu conto e ajudem a divulgar também para amigos e colegas. Agradeço vocês e boa leitura.
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