Inevitável - 01

Um conto erótico de Victinho
Categoria: Homossexual
Contém 1364 palavras
Data: 04/01/2012 02:33:36
Assuntos: Gay, Homossexual

É engraçado ler contos, neles os caras são sempre tão bonitos e perfeitos. E as coisas que acontecem nas histórias, até parece que as pessoas não têm problemas, a vida nos contos é perfeita. Tá, eu sei que muita coisa ali é fantasia, mas eu quero ler uma um conto que não mostre só uma mesma história, a do cara que transa com um cara “hetero” e que geralmente é humilhado no sexo. Eu não me vejo naquilo, eu não sinto como se eu pudesse um dia viver aquilo.

Outra coisa que me intriga é o ponto de vista. É sempre o do carinha apaixonado pelo cara perfeito. Até parece que o cara perfeito também não se apaixona, que ele não sente nada, parece que ele é só um cara lindo com o pau grande.

E sabe o que é o mais engraçado, porque eu sou esse cara, eu sou o lindo com o pau grande, e eu me apaixonei por um cara, e não foi perfeito, eu sofri por cada atitude que eu tomei, eu, o cara mais popular da escola, chorei por um menino que não estava nem ai pra mim, eu tive, e tenho problemas, eu não sou perfeito! E é a minha história que eu quero contar, a história do garoto perfeito que se apaixona por um nerd. Pode até parecer comum, mas eu nunca vi, nem li, o que eu senti por ai.

Meu nome é Victor, hoje eu tenho 19 anos, mas quando isso aconteceu eu tinha 16 anos, morava em uma cidade pequena do interior, tenho 1,75m, branco, cabelo preto, olhos castanhos claros, um corpo malhado de academia, estudava o segundo ano na melhor escola da minha cidade, morava só com a minha mãe, já que o meu pai estava morando com novo namorado dele.

Dês de que meu pai se assumiu e assumiu o namoro com o Eduardo, um advogado da minha cidade, eu sofri muito, principalmente na escola, onde todos riam de mim e me apontavam:

_ é aquele dali que é o filho do viadinho

E por causa disse eu me meti um muitas brigas, mas muitas mesmo, uma vez eu quebrei o braço de um cara porque ele disse que lugar de viado é no inferno, e é pra lá que meu pai deveria ir. Cara quando ele disse aquilo, eu só senti vontade de rachar a cabeça dele no chão. Eu só pulei em cima dele e nós começamos a rolar no chão do pátio, quando eu dei por mim eu já tinha quebrado o braço dele....

E foi nesse dia que eu me lembro de ter visto ele pela primeira vez, Davi. Ele era gordinho, tinha o rosto cheio de espinha, usava óculos, e tava ali parado olhando pra gente brigando no chão.

O vigia veio e com a ajuda de uns alunos do terceiro ano eles separaram a gente. O vigia me levou me levou pra sala da diretora, e acho que levaram o cara que eu quebrei o braço pro hospital.

_Victor o que foi que aconteceu? - a diretora entra perguntando na sala dela

_foi ele! – eu me defendi

_o que foi que ele fez? – ela disse sentando na cadeira dela

_ele disse que meu pai tinha que ir pro inferno porque ele é gay – eu disse me lembrando da raiva que senti dele

_mas isso não é jeito de se resolver as coisas! – ela disse séria – ele saiu daqui com o braço quebrado!

_mas..

_ Victor isso não é comportamento – ela me interrompeu – eu vou ter que chamar a tua mãe aqui

A diretora ligou pra minha mãe, que veio correndo até a escola. A Diretora contou pra ela o que tinha acontecido, mas ela não disse nada pra mim naquele momento, a única coisa que ela disse pra mim foi quando nós íamos saindo da casa da sala da diretora:

_quando chegar em casa a gente vai ter conversa! – ela disse isso muito séria

Eu entrei no carro e ela começou a dirigir, só que não parecia que ela estava indo pra casa, aquele era o caminho do hospital. Ela estaciona o carro e fala pra mim ainda muito séria

_Victor, eu quero que tu entre ai e peça desculpas aos pais dele, e tu vai fazer isso agora.

Eu nem disse nada, eu conheço ela, se eu dissesse alguma coisa seria bem pior, e eu também tava me sentiu meio mal pelo que aconteceu, então seria uma boa pedir desculpas.

Nos entramos no hospital, e na sala de espera agente encontra a mãe dele, quando ela me vê com a minha mãe ela começa a gritar:

_o que diabo esse delinqüente faz aqui? Tu não tem vergonha na cara? – ela disse histérica

_olha ele esta pra falar com a senhora – minha mãe fala pra ela – ele quer pedir desculpa

_ pedir desculpa? Esse trombadinha quebra o braço do meu filho que não fez nada pra ele...

_ele disse que meu pai tinha que ir pro inferno – interrompi ela

_ e é esse o lugar dos viados, no inferno queimando com satanás – ela gritou isso

Quando ela disse isso minha mãe respirou fundo e disse:

_minha senhora, se cale, porque eu posso te prender agora mesmo por homofobia – minha mãe é delegada

_me prender? Tu tem que prender é esse seu filho que é um trobadinha! – ela gritava isso

Nessa hora os guardas do hospital vieram e tiraram essa mulher a força, ela se debatia e gritava

_lugar de viado é no inferno, sua sapatão! Tua família não deu certo porque tu é uma sapatão e o teu marido preferiu virar viado do que ficar contigo! – eu e a mãe só ficamos parados, a mãe sabia que se ela fizesse alguma coisa, aquilo podia piorar, e não era isso que ela queria.

Quando essa mulher saiu o marido dela veio conversar com a mãe.

_olha me desculpa Dr. Vânia, ela fala muita besteira quando esta nervosa

_olha Seu Mauricio, é bom ela controlar essa boca dela...

_eu sei, eu sei, é a igreja, ela passa o dia inteiro lá, ela passa mais tempo lá do que na própria casa...

_isso não é justificativa para ser homofobia – diz o Eduardo entrando na sala.

Sempre que a mãe via o Eduardo eu notava que ela se sentia desconfortável, mas ela nunca admitia, ela ainda gostava do pai, mas não dava o braço a torcer.

_ela pode ser processada e presa- Eduardo disse ao marido dela

_eu sei Dr. Eduarto, só peço a vocês que não tomem atitudes drásticas

_não tomaremos, se vocês também não tomarem em relação ao Victor – ele tava tentando salvar a minha pele

_não se preocupe, o João é muito valete, isso ia acabar acontecendo se um jeito ou de outro

Eles continuaram conversando, só que eu não agüentava mais e sai e fui sentar perto de umas arvores afastadas da entrada do hospital.

Eu quebrava um gralho de arvore de cabeça baixa quando senti que alguém tava chegando perto. Eu me viro pra olhar e era o Eduardo. Ele era moreno, alto, usava uma barba por fazer, e ficava lindo de terno. Ele senta do meu lado e fica calado por um tempo

_sabe o que eu não entendo – ele quebra o silêncio – porque eles tem que ti perseguir, tu é a maior vitima disso tudo

_deixa isso de mão, eles não entendem nada – a gente fica mais uns minutos em silencio até que eu falo – Eduardo, me responde uma coisa?

_o que?

_porque tu escolheu ficar com homens

_Victor, eu não escolhi, eu nasci assim, dês de que eu me lembro eu me senti atraído por homens, antes eu só não sabia o que era ainda.

_ahh

_por que?

_é que eu sempre pensei que a gente escolhesse do que agente gosta

Ele abriu um sorriso e disse: - Nem sempre Victor...

Era exatamente aquilo que eu estava sentindo,eu não podia escolher de quem eu iria gostar, mas eu podia fazer o que ele estava fazendo, mostrar pra todo mundo que era daquilo que ele gostava e as pessoas tinham que respeitar, gostando ou não.

Até hoje eu me lembro dele dizendo aquilo...


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Comentários

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A ta bem legal to vendo q esse promete continua logo abraço :-)

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Muito bom!!!!!!!!! Excelente msm esse ponto de vista da historia é realmente raro... Continua plzz!!

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quiquinha, deixa pra lá. tá bom o conto, e gostei da critica no inicio do conto!

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