Outono
Depois daquele encontro com Diogo, não falei mais com ele durante uns dias. Queria espairecer. Ele me mandava mensagens (quer por telemóvel, quer por msn) mas eu simplesmente ignorava. Continuava a fumar maconha todos os dias para o esquecer, até porque eu não queria sofrer mais... Mas e então porquê todo aquele sentimento quando o beijei de volta e corri para casa? Minha mente é uma loucura. Tinham-se passado cinco dias e eu apenas queria que ele sumisse... mas não! Continuava bem presente nos meus pensamentos. Mesmo quando estava mais alterado, a sua imagem surgia sempre no meu pensamento (ao contrário do que acontecia dantes).
Sexta-Feira à tarde não tive aulas. Estava nublado, dia de Outono mesmo, ainda que não estivesse frio. O facto de não ver um raio de sol durante o dia me fazia sentir triste. Meu coração já era um lugar cinzento, e então com esses dias...
Decidi ir em casa do tal amigo de Carlota que me orientava a maconha. Seu nome era Neil. Neil era um cara bacana, cabelos negros, branquinho... Tinha cerca de 1,75m e era bem bonito. Apesar de vender maconha, não era do tipo de wannabe-gangster que vemos por esse mundo fora; se vestia de uma maneira simples mas ao mesmo tempo clássica. Dizia que gostava de maconha porque era assim que suas composições musicais ficavam perfeitas.
Fui de bike até sua casa. Mal ele me viu pela janela acenou e fez-me um sinal de espera. Segundos depois abriu a porta de sua casa e me convidou para entrar.
- Já sei o que você vem buscar aqui... - disse ele de uma maneira peculiarmente engraçada.
- É... - eu me sentia um lixo por comprar maconha, mas já não passava um dia sem isso desde há algumas semanas.
- Olha só... Você tem que tomar cuidado... Está ficando viciado muito cedo e isso não é bom! - disse de um tom sério.
- Mas eu preciso disso... - não tirei os olhos do chão.
- Hoje você vai passar aqui o dia. Não quero que vá já fumar disso. Senta ali. - me convidou para sentar no sofá.
Eu sentei. Minutos depois ele colocou um filme que eu amo totalmente: Almost Famous. Comemos pipocas e estivemos bem atentos ao filme. Eu amava o filme, ele amava o filme. Foi um bom passatempo, digamos. E eis que ele me surpreende:
- Você não vai já embora. Vai fumar maconha comigo.
- Ok, se você quiser...
- Mas não fuma da sua, a que você pagou. Fuma da minha.
E lá fez o charro. Notava-se mais experiência nele do que em mim. Acende, puxa, trava, expira, faz isso vezes repetidas... vê unicórnios, pássaros, dragões. Digo isso porque fizemos um charro de uma quantidade considerável para cada um. Eu estava no paraíso. Ele também devia estar... E num momento ele se coloca em cima de mim.
- Você é bem engraçado. - disse, visivelmente atordoado.
- É... E você também.
Acabamos de fumar assim; ele em cima de mim (não totalmente deitado). Ao fim do charro ele me beijou; é, tão simples como isso!
Tirou minha camisola, tirou a sua. Ficamos nisso tempos infinitos. Tirou minhas calças, eu tirei as dele. Cruzei minhas pernas em volta de sua cintura e ele começou a fazer movimentos como se estivéssemos no ato. Logo tirou suas cuecas, tirou as minhas também e começou a masturbar os dois pênis juntamente. Eu estava delirando. Se levantou ligeiramente e colocou seu pênis em minha boca, dando forte. Eu que era a favor de sexo com amor estava adorando sexo casual, sem sentimento... quer dizer, se prazer for sentimento... Depois lambeu meu pênis de uma maneira que nunca ninguém tinha feito. Era perfeito. Me virou de bruços... Pegou em uma camisinha que estava em seus jeans (não sei o porquê mesmo), cuspiu para a mão, passou em meu ânus e me penetrou. Assim, cru. Bombou forte até não poder mais. E gozou. Eu gozei também.
Estávamos suados e nus, sem qualquer reacção e ainda um pouco sob o efeito da maconha.
- Ainda tenho uma surpresa - falou ele, rindo.
- Mostra! - falei, um pouco anestesiado.
Ele se levantou, nu, e foi até seu quarto. Voltou com uma saqueta com um pó branco.
- Isso é...? - perguntei, sabendo a resposta.
- Sim, coca. E trouxe outro preservativo... porque você tem que experimentar o pó mágico!
Eu estava a fim mesmo. Ele fez o processo habitual e 'aspirou' aquilo. Fez o mesmo para mim, se bem com dose menor, e eu aspirei também. Passados uns minutos sentia-me eufórico e com uma enorme vontade de fazer sexo mais uma vez. Ele chegou em mim e me colocou com as pernas abertas e os braços apoiados no sofá. Lambeu meu ânus e meteu mais uma vez. Nossa, estava no segundo round, totalmente anestesiado e amando aquilo. Sem noção de nada, apenas queria senti-lo dentro de mim. Uns dez minutos depois voltou a gozar. Eu estava estafado. O efeito da coca durou uns trinta minutos. Tinha chegado em sua casa às 14.30h e ia embora pelas 18.30h. Foi das melhores tardes da minha vida.
O tempo foi passando. Era Outubro, meados de Outubro. Nunca mais consumi coca até porque não queria ficar viciado. E também não fumava maconha com tanta frequência como dantes. Fumava de dois em dois dias, vá. Minha relação com Diogo estava um caco... Ele não me falava, uma vez que eu (mais uma vez!) deixei escapar que tinha experimentado coca. Ele tinha perdido toda a confiança em mim. Bem... eu também tinha razões para não confiar nele. Continuei minha relação estritamente sexual com Neil. Ele era um máximo e eu adorava ele. Mas não que o quisesse como namorado...
Carlota entretanto tinha terminado o namoro com Daniel. Depois de tanto amor, de tanta coisa acabaram de um dia para o outro. 'Cansei dela', dizia ele. Eu não podia estar mais desapontado com essa coisa chamada de amor. Irene estava a mesma pessoa, genuína e fiel a si própria. Filipe tinha as suas meninas de uma noite. Nosso grupo se separou. Irene não falava mais com Daniel por causa do que ele tinha feito a Carlota, e obviamente que Carlota não queria ver Daniel nem pintado de ouro. Eu e Filipe éramos os meios-termos, pois falávamos para as duas partes do grupo. Daniel tinha-se envolvido com Renata (voltou ao ataque!) e as coisas estavam-se a encaminhar entre os dois. Pelo meio houve uma briga entre Carlota e Renata que acabou com a última no chão. É, turbulência pode bem ser o termo a designar o nosso grupo.
Isso tudo foi afetando meu empenho na escola. Estávamos ainda no início do ano, mas alguns professores já me conheciam e viam que eu estava bem apagado. Não tirava notas negativas, mas não era o mesmo.
As folhas iam caindo... eu também...
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esse é o 6º capítulo. bem... pra ser sincero sinto que foi o pior que escrevi. esses meses vão ser meio tempestade. por isso esperem capítulos um pouco cinzentos. mas um cinzento que pode ser tingido com algum amor. sei lá... comentem, dêem notas... abraços!