Gente esse é o penúltimo episódio de A História de Nós Três. Muitas coisas ainda vão acontecer. Eu agradeço a todos pelo ajuda e pelo apoio vou dizer aqui o nome de algumas pessoas queridas por mim: Gordinhusex (meu primeiro coments), Victor (marcint), diiegoh', aleguto (vamos começar comprar e usar camisinha né baby), DayaDment, CrisBR, Poncho, BReally, jajazinho, , Eriick, minerva35, PatoS2, negagostosa, Menininho dos amigos, Filha da lua, sunshyne1, Caiike, ze carlos, Klaos, Heittor, Viiih, ingrid♥, Plutão, tzinho, gutofeliz, rb_pr, Leo dlç, Rogi Lindo, Lello_SSA, Diêguito'o, TavinhoeDé, SaSilva. Gente desculpa se eu esqueci alguém, mas adoro todos vocês.
Quero agredecer a turma do msn pelos altos papos, nossa vocês são de excelência. E desculpa realmente por não mostrar a fotos ou contar mais detalhes da minha vida, espero que entendam, não posso expor as pessoas que amo, mais do que estou expondo com esses contos. Obrigado aos heteros que leem as minhas histórias, é bom tocar o coração das pessoas e aos estrangeiros... obrigado pelos emails.
E mais uma vez obrigado por lerem a minha história. Que nada mais é a história de alguém que procura a felicidade.
“Meu Deus... Qual foi o resultado Larissa? Não fomos aprovados? Me diz? O juiz não quer o bebê com dois homossexuais?”
- Me fala logo Larissa... não conseguimos?! - perguntei aflito.
- Não... – ela disse seriamente.
Segurei a mão do Mauricio e o chão nos engoliu. Todos os projetos e planos caíram por terra. Aquele noticia caiu como uma bomba, já estava tudo preparado o quarto, o berço, havíamos trocado de carro. Tudo para receber um bebe que jamais teríamos.
- Mauricio... Pedro... vocês não só conseguiram a guarda da criança, como ele já está ali no carro. – disse ela apontando enquanto uma outra mulher trazia a criança.
- Não brinca comigo... – falei chorando e olhando para o Mauricio. – Nós conseguimos?!
- Sim... conseguimos. – ele disse rindo e muito emocionado.
- Podemos entrar?! – perguntou a mulher que estava com a Larissa.
- Claro... – disse enxugando as lágrimas.
- Bem... quem vai ser o primeiro a segurar o bebê? – perguntou a mulher.
- Amor... você. – eu falei passando a mão direita na costa do Mauricio.
- Opa.. isso com bastante cuidado. – ela disse passando o bebê para o meu marido.
- Olha como ele é lindo amor... parece um anjinho. – ele disse enquanto fazia carinho no bebê. – Paulo... o nosso Paulinho.
- Então Mauricio... Pedro... nessa pasta encontram-se os documentos do bebê... na verdade ele se chama Henrique, mas você podem dar entrada no cartório pedindo anulação de nome. – ela disse me dando uma pasta azul.
- Nossa Larissa... obrigado mesmo, estou muito emocionado. – falei abraçando ela.
- Não se preocupa... eu fico feliz em fazer uma família se unir... vocês ficam perfeitos juntos. Mas vocês não vão se livrar tão fácil de mim não. – ela disse rindo e visivelmente emocionada. – Vamos fazer visitas periódicas, duas vezes na semana e vamos diminuindo com o tempo.
- Claro... e eu nunca iria querer me livrar de você. Você é o meu anjo.
- Bem rapazes temos que ir...e cuidado do anjinho.
- Eu é que agradeço... – disse levando as duas para a porta. – E não esquece... terça-feira que vem esteja preparada. – falei abraçando a Larissa.
Fechei a porta e agradeci a Deus e corri para a sala. A cena que eu vi... nunca... nunca vou esquecer. O Mauricio sentado no chão brincando com o bebê. Peguei o telefone e liguei para todos da minha família. Não levou nem 15 minutos todos estavam lá para conhecer o Paulinho. Minha mãe e minha irmã choraram horrores juntamente comigo. O Mauricio estava todo orgulhoso, o papai mais lindo que eu já vi na minha vida.
- Nossa ele é a coisa mais fofa. – disse minha irmã.
- Ele é... legal. – disse o Phelip.
- Puxa maninho não fica com ciúme, eu ainda amo você. Você vai ser para sempre meu bebê.
- Para...
- Pedro... tome jeito. Agora você é pai. – disse a minha mãe.
- Obrigado mãe. – ele disse.
- Hummm... filhinho da mamãe. – falei abraçando ele.
- Temos que comemorar... meu primeiro neto. – disse meu pai.
- Vamos marcar uma viagem. Que tal irmos para a casa de praia?! – perguntou minha mãe.
Olhei para a Priscila e baixei a cabeça. Tocar no meu irmão ainda doía muito. Já tinha passado um ano, mas mesmo assim saber que eu estava feliz e ele morto me deixava com uma aflição.
- Mãe... é melhor fazer em outro lugar. – falou a Priscila.
- É a ultima vez que fomos para a casa de praia foi com o Paulo. – falei abaixando a cabeça.
- Ok. Podemos fazer uma reunião lá em casa, chamar alguns amigos e parentes. – disse meu pai.
A família foi embora de tarde, apenas a mãe do Mauricio iria dormir conosco para que nós pudéssemos aprender como era cuidar de uma criança. O Paulinho já estava com 9 meses. Então não tínhamos com o que se preocupar. A primeira noite foi tranquila ele não estranhou e dormiu cedo. A mãe do Mauricio dormiu no quarto com ele na primeira semana, até comprarmos uma babá eletrônica.
Na sexta-feira foi a visita da Larissa. Conversamos a tarde toda. E ela comprovou que estávamos tratando o menino bem. De tarde eu e o Mauricio fomos registrar o nome dele. Na verdade deixamos o Henrique. E nos registramos como pais dele. Éramos pai do Paulo Henrique Elias Soares. E como eu e o Mauricio pegamos 4 meses de folga do trabalho, apenas curtíamos o nosso bebê.
A Luciana ficou responsável juntamente com a minha mãe de organizarem o nosso “Chá de Bebê – Com o Bebê”. Cheguei em casa e o jardim estava lindo. Todo azul e branco. Todo mundo abraçou e paparicou o nosso filhinho. Minha tia até disse que ele parecia comigo. Mas só o tempo diria como ficaria o meu filhotinho. Não desgrudamos um segundo dele. A cada dia que passava eu amava mais aquele garoto, mais do que a própria vida.
Tivemos dificuldades para voltar para casa. Nosso filho ganhou milhões de presentes. Era uma criança amada. Cativou a todos, com aquela carinha de anjo. Estamos exaustos, fui para o banheiro e dei banho no Paulinho, enquanto o Mauricio o secava, eu fui tomar banho e quando terminei foi a vez do Mauricio tomar banho. Estávamos nos acostumando a nova rotina. Meu medo foi que quando tivéssemos esse filho nossa vida sexual não seria mais a mesma, eu estava enganado.
Quando cheguei no quarto depois de fazer o bebê dormir fui praticamente atacado pelo Mauricio. Ele me beijava e me apertava com sua pegada forte. Transamos três vezes naquela noite, mas sem fazer muita zoada. Afinal tínhamos uma criança agora.
Acordei no outro dia e o Mauricio não estava na cama. Levantei e fui até o quarto do bebê e ele não estava lá também. Fui até a sala e o Mauricio estava tomando um café e o bebê estava sentando no cercadinho assistindo aos the backyardigans.
- Bom dia... meus amores. – falei.
- Bom dia papai dorminhoco. – ele disse rindo.
- Depois da noite de ontem né?! – falei rindo. – Amor... ele entende alguma coisa?!
- Amor... como eu posso explicar... humm... tá a visão dele é igual a nossa, mas ele enxerga melhor de perto. Ele consegue distinguir as coisas, objetos, as pessoas. Ele sabe que tem um pai lindo e maravilhoso, mesmo tendo acordado há pouco tempo. - Ele disse me fazendo sentar no colo dele.
- Bobo... ele é perfeito. Pensei que ia ser chorão... minha mãe disse que como bebê eu fui horrível. Chorava muito, era chato. – falei beijando o pescoço dele.
- Ainda bem que você não é mais bebê. – ele disse rindo.
- Nossa eu tenho tantas dúvidas.
- Calma amor. O importante é que ele tem saúde, já tem alguns dentes. Ou seja, a parte da choradeira não vamos enfrentar mais. Os dentes nas crianças é a pior parte por que eles tem que fazer um buraco na gengiva quando ele cresce, por isso as crianças ficam inquietas.
- Olha... Mauricio também é cultura. – falei. – Xii amor... temos que comprar um bebê conforto para colocar no nosso carro.
- Nos dois carros na verdade né?! – ele disse. – Vou tomar um banho e vou chamar o Phelip para ir levando o bebê.
- Claro. – falei me levantando e tirando o Paulinho do cercado. – Né... vamo compa a cadeilinha meu bebê?! – perguntei fazendo voz infantil, quem é pai ou mãe sabe do que eu estou falando.
O meu irmão foi conosco comprar as cadeiras de bebê para carro. Quando chegamos na loja um pouco depois da hora do almoço estava tudo silencioso. E ouvimos um estrondo forte, como se fosse um tiro. O meu único reflexo foi abaixar e proteger a cabeça do meu filho. O Mauricio e o Phelip ficaram atrás de uma prateleira de moveis.
- Amor... você está bem?! – o Mauricio gritou.
- Meu Deus... – pensava comigo mesmo. – Calma... protege o teu filho. Paulo... me ajuda. – eu rezava baixo tentando não gritar.
Abaixo fiquei avançando pela loja procurando sinal de perigo. Estava morrendo de medo, mas não deixaria nada de mal acontecesse com o Paulinho. Cheguei perto de uma mulher que estava chorando muito abaixada por trás de um balcão.
- Senhora, pelo Amor de Deus... o que está acontecendo?!! – perguntei.
- Meu Deus... uma quadrilha entrou na loja e saiu atirando em tudo e em todos. Quando estava para sair a Policia chegou pelo outro lado da loja e trocaram tiros. Estou escondida aqui há 20 minutos... eu não quero morrer. – ela disse chorando baixo.
- Calma... vai tudo ficar bem! Vamos tentar sair daqui... encontrar uma saída. Segura na minha mochila. – falei continuando pela frente.
- De longe pude avistar o meu irmão e o Mauricio que estavam rastejando pelo chão tentando chegar aonde eu estava. – fiquei mais tranquilo.
Quando eu vejo alguém se aproximar. Peço para a senhora cuidar do Paulinho e coloco eles entre umas caixas. E busco alguma coisa para me defender. Quando escuto mais disparado e um homem cai do meu lado morto. Eu faço força para não gritar, quando escuto meu bebê chorando e a voz da mulher tentando acalma-lo cantando alguma música. Sou surpreendido por um homem que pede para eu virar para a parede. A única coisa que em pensava era no meu filho. Ele escuta o choro do Paulinho e tira a mulher pelos cabelos de trás das caixas.
- Então foi você sua vadia... que chamou a policia... – gritou o bandido.
- Não me mata... eu to com o meu neto. – gritou a mulher segurando o Paulinho.
- Seu neto é... por sua culpa meu irmão morreu... sua maldita... – gritei.
- Moço pelo amor de Deus... pensa bem... você pode se entregar... pensa com cuidado. – disse levando um murro no rosto. – Por favor não faça mal a gente, deixa ela e a criança ir embora... eu fico.. eu fico... pode me usar como escudo humano, mas deixa a criança ir. – supliquei com a boca sangrando.
O homem me deu outro soco e eu cai no chão. Ele chegou em cima de mim e me deu dois chutes. Eu não me importava com a dor, e sim com a vida do meu filho. Eu me achava sortudo, nunca havia sido assaltado na vida. E a primeira vez que fui iria morrer.
- Pelo Amor de Deus não bate mais nele!! – gritou a mulher.
Olhei para o lado e vi o Mauricio e o Phelip chorando. Olhei para os olhos do Phelip e reconheci... foi como se fosse o mesmo olhar do Paulo quando demos uma surra no gordinho. O Phelip se levantou e avançou para cima do bandido que virou e disparou a arma. O Mauricio praticamente se jogou e conseguiu tirar a arma das mãos dele e os dois caíram no chão brigando. Pedi para a mulher correr e se esconder e eu corri para cima do Phelip.
- Não... denovo não... eu não posso te perder!! – gritei levantando.
Tirei o Mauricio de cima do ladrão e pedi para ele acudir o meu irmão. Não sei o que deu em mim. Vi naquele homem o Márcio. E comecei a chutar ele. E a bater nele.
- Aquela criança seu desgraçado era o meu filho... esse menino que tu acabou de dar um tiro é meu irmão caçula. Tu mexeu com a pessoa errado no dia errado. – gritava enquanto batia nele.
A policia chegou e juntos vinheram os paramédicos. Que levaram meu irmão para o hospital. Desesperado corri atrás da mulher e ela estava dentro da dispensa com o meu filho. Agradeci muito a ela. Eu estava todo quebrado, mas não me importava queria saber como estava meu irmão. Segui na ambulância para o hospital e sentei na cadeira da sala de espera. E comecei a orar baixo. Aquilo não podia estar acontecendo. Minha família chegou no hospital depois de alguns minutos e eu pedi para a mãe do Mauricio levar o Paulinho para casa. Depois de algum tempo o Mauricio aparece coberto de sangue. Eu o abracei chorando. E ele me levou para o Carlos me examinar. Depois de uma bateria de exames e alguns pontos no rosto eu estava novo em folha.
Estava tremendo no consultório. Não conseguia esquecer a cena do olhar do Philip.
- Calma... vai dar tudo certo. – disse o Mauricio chorando. – Eu fiquei com tanto medo de te perder... quando eu vi aquele filho da puta te agredindo quis levantar e o teu irmão não deixou. E eu deixei ele levar o tiro por mim.
- Acho que Deus me odeia?! - falei sem olhar nos olhos dele.
- Não amor... não te odeia. Ele te ama. Para de falar besteira.
- Toda vez que algo de bom acontece na nossa vida, algo de ruim acontece.
- Temos que ser fortes, temos um filho agora.
- Aí... meu Deus... o Paulinho... - disse chorando igual a uma criança. - O que a Larissa vai dizer... na segunda semana e já acontece isso. Vão tomar ele da gente.
- Não me faz sentir mais culpado. Ok... Temos que ser fortes agora um para o outro. Eu não vou deixar você cair. - ele disse me abraçando forte.
- Tudo bem... eu sei... eu sei... e você não teve culpa de nada... ok. Meu irmão sabia o que estava fazendo. E eu não conseguiria sem você... vamos orar... ora comigo por favor.
Começamos a orar no consultório. A sala de espera estava cheia de amigos e familiares. Todos formaram uma corrente de oração. Eu fiquei de joelhos no chão e olhei para cima.
- Paulo... eu falhei. Não consegui proteger o nosso irmãozinho. Eu preciso muito de você aqui. Me ajuda... salva o nosso irmão... eu não consigo mais sem você. – cai no chão e fui amparado por uma pessoa.
- Calma filho... – disse a mulher.
Eu olhei e tomei um susto. Era a mãe do Márcio. Eu estava tão fraco e tão abatido que não me importei. Naquele momento eu não ligava mais para nada. Chorei junto a ela. Ficamos uns minutos abraçados e eu perguntei o motivo dela estar no hospital.
- Meu filho... descobriu pelo facebook uma corrente de oração pelo seu irmão. E ele resolveu vir até aqui. Pedro, eu sei que aconteceram coisas nas nossas vidas. E sei que eu não deveria estar aqui, mas nesse momento todos precisam de ajuda e suporte. Sei que errei na criação do Márcio, mas ele e o Júnior são diferentes um do outro. O Márcio está pagando pelo erro dele.
- Obrigado. Muito obrigado. Eu queria poder falar que eu perdoo o Márcio, mas o que aconteceu hoje... só me fez odiar ainda mais ele. – falei chorando e abraçando ela.
- Eu sei querido, mas você é pai. Você vai entender o que eu sinto... aos nossos olhos eles são perfeitos, não importa o que fazem ou o que se tornaram. – ela disse chorando. – Está a turma toda do colégio do Phelip aqui no hospital, teu irmão é muito querido. Vamos nos juntar a eles Pedro.
A sala de espera estava completamente lotada. Alguns enfermeiros pediram para as pessoas saírem porque estava ficando realmente apertado. Estávamos todos aflitos, o Mauricio e a minha irmã que trabalhavam no hospital ficavam nos atualizando, mas o Phelip já estava há 5 horas em cirurgia. A Priscila estava amanhecida havia feito um plantão e não arredou o pé do hospital. Meus pais estavam um caco, com medo de perder mais um filho. O médico responsável pela cirurgia do meu irmão chegou na sala de espera e todos ficaram parados esperando uma resposta.
“E então Doutor?!! Como está o meu irmão?”