Eu estou sozinha andando pelas ruas de São Paulo, não nasci em Sampa e nenhum rosto era conhecido, sabe. Os passos nervosos dos transeuntes. O tempo era mais veloz, dinâmico e corria a passos de maratona. Passeio pelas lojas da Rua Oscar Freire e em seguida os meus olhos começam a brilhar. Muitas roupas da alta moda e costura, gostaria de um dia me vestir assim, com classe e estilo. Os meus dedos percorriam as peças de roupas da loja mais granfina da Rua como se eu tocasse de modo singelo as teclas de um piano. Eu agora me encontro em outro tempo, na promessa de outra vida bem diferente da minha.
Na minha vida, as mulheres estão de roupas curtas e vestidos colados, insinuando, principalmente, o desenho de seus quadris. A bunda na prostituição é a alma do negócio. Não adianta ter um corpo legal, a bunda é o melhor investimento de marketing pessoal. Na verdade, as garotas de programa se parecem mais umas viúvas carentes de homens pra lá de malandros, os seus vestidos curtinhos, apertadinhos, pretinhos básicos. O esmalte vermelho nas unhas, a marca da caçadora se preparando para dar o bote combinando com os seus batons carmesins. Aquele perfume forte que chega ao ambiente antes mesmo de seus passos em saltos altos enormes, um cheiro de fêmea que está copulando.
No entanto, penso que passo a maior parte do tempo despida, apenas carne e sangue. Acho que o nu é muito sensual, sabe. Mas uma roupa é a real essência de uma mulher, sua verdadeira intimidade, sua maneira de se colocar no mundo.
Estava lá numa dessas lojas de madame, quando um homem alto com entradas nos cabelos quase todos brancos me abordou querendo saber o meu nome. O nariz era aquilino e a sua voz era de metal. O tom me pareceu bem comercial do tipo de homem de negócios. “Você mora aqui por perto” Eu disse que não com a voz um pouco trêmula, fui pega totalmente despreparada. O meu vestido era comportado, não queria que pensassem que eu era puta. Fiquei pensando se dei na pinta ou coisa assim. “Você é muito gostosa!”. Eu desatei a rir de nervoso. Ele continuou a se insinuar para cima de mim. “Você quer um vestido desses”. Fiquei tão constrangida na hora que falei rapidamente sem pensar:- Eu prefiro dinheiro. O empresário colocou os fatos assim, de uma maneira brutal, então resolvi optar para o meu pragmatismo usual. Falei baixinho no ouvidinho dele: - Quinhentos reais. Ele sorriu perversamente e, comentou com um ar de artilheiro do futebol, que até pagaria mais pelo serviço. Nesse dia, eu não estava excitada. Fomos em direção ao trocador de roupas sem que ninguém nos observasse, então o puxei para dentro. Eu resolvi colocar um daqueles vestidos da loja para ter vontade de chupar o pau dele gostoso.
Eu estava elegante naquele vestido creme com um cintinho vermelho, tipo anos sessenta. Nunca chupei um pau pra valer com tanta classe, depois ele levantou o vestido vagarosamente e me colocou de quadro. Eu comecei a olhar pelo espelho a beleza do colar de pérolas saltitando pra frente e pra trás no meu pescoço à medida que ele comia a minha bunda de modo a chutar pro gol. Eu nem me masturbei e, muito menos, quis gozar. Eu estava mais feliz com a fantasia de ter trepado como uma dama. E as damas não fazem escândalo, sabe. As damas são mulheres discretas e sofisticadas. Ele gozou na camisinha. Eu comprei o vestido e saí com ele da loja.
O nome do meu blog é a Dama de Paus />