TEMA INICIAL: Born This Way - Lady Gaga
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A cidade toda estava concentrada naquele clube dançante. A festa estava animada, vários casais dançando. No exato momento em que a musica é trocada por uma mais atual, as portas do salão se abrem em um estrondo e Leonardo entra. Todos os presentes percebem a chegada do rapaz. Para quem não o conhecia, poderia julga-lo um Deus grego vestido num terno preto. Alto, forte e um sorriso radiante no rosto. Quem o via, e a expressão de felicidade em seu rosto, não sabia que seu coração, naquele momento batia descompassado, que lembranças dolorosas do passado estavam povoando seus pensamentos e que o único motivo de sua presença naquele lugar era vingança.
Aos poucos, Leonardo se movimenta para dentro do salão, em direção ao palco. Chegara o momento mais complicado de seu plano de vingança. O Retorno!
Em outro canto do salão, em estado catatônico, se encontra Diogo. Ele não podia acreditar em que seus olhos viam. Não era possível, que depois de tantos anos ele estava de volta. E mais lindo do que nunca. Seu coração batia freneticamente no peito, não tinha nenhuma reação, a não ser de admira-lo a distancia, enquanto ele se dirigia para o palco.
Emocionado demais para qualquer reação, Carlos Eduardo permanecia parado ao lado de sua família. Jamais esperava rever Leonardo, muito menos imaginava que ele estava tão lindo. Seu coração batia acelerado, suas lembranças transportadas para um passado, não muito distante, onde juras de amor eram trocadas por ambos. Naquele momento teve certeza que seu amor por Leonardo permanecerá vivo todos esses anos.
Anacleto permanecia parado com a mesma expressão dura. Em seu intimo, se perguntava o que aquele “sem moral” estava fazendo ali. Não o via mais como filho, pra ele, tinha apenas dois filhos. Ao seu lado, Fatima não continha a emoção de rever seu filho depois de tantos anos. A vontade que sentia era de sair correndo e abraça-lo, de ajoelhar-se a seus pés e pedir perdão pela sua fraqueza de anos atrás.
Kamila, que estava ao lado dos pais, também sentia a mesma emoção da mãe. Sua ligação com Leonardo era muito forte na época em que moravam juntos. A dor de saber que seu irmão, seu ídolo, era gay, não tinha nem comparação da dor que sentiu quando ele sumira, desaparecerá. Deus era testemunha de quanto o havia procurado. Em seu intimo, sentia medo da reação de Leonardo para consigo mesma, queria muito que seu irmão a perdoasse por não ter feito nada naquela época, apesar de ter 12 anos, já enfrentava o pai como gente grande.
Ao passar pelas pessoas presentes no salão, Leonardo pouco a pouco reconhecia cada rosto de seu passado. A expressão de seu rosto permanecia sempre da mesma forma, sempre sorridente. Em seu interior, cada rosto um pensamento. Foi assim ao passar por sua mãe, e vê-la emocionada, em seu rosto, uma forma de pedir perdão. Ao se deparar com o olhar de suplica de sua mãe, Leonardo sente uma vontade enorme de abraça-la. Sua irmã, tão linda! Leonardo sabia que chegará o momento de voltar e sentia-se preparado para qualquer eventualidade, só não saberia que a saudade da família iria bater forte em seu coração.
Sem deixar a emoção transparecer, Leonardo se depara com o olhar frio e duro de seu pai. Isso não o abala mais, e mantem o mesmo olhar, frio e duro para seu progenitor, porem sem deixar o sorriso cativante. Em sua mente se via com 17 anos, abandonado nas ruas da cidade, com frio e com fome. Isso e muitas outras coisas, devia ao seu pai.
Sem abalos pela passagem, Leonardo se depara com Carlos Eduardo, seu grande e único amor. Nesse momento seu emocional cai por terra e seu sorriso morre nos lábios. Carlos Eduardo (Cadu) estava mais lindo e gostoso que antes. O tempo somente lhe fizera bem, mas as marcas de uma traição ainda eram vivas em seu coração. Naquele exato momento, percebera que ainda o amava como antes, parece que todas as coisas, todas as pessoas a sua volta desapareceram e somente os dois permaneciam ali, um em frente ao outro. A magoa que sentira quando seu amor se recusara a ajuda-lo ainda era forte, mas ele não poderia em momento algum culpa-lo por agir assim, pois em seu intimo, tinha certeza que se Cadu tivesse feito o mesmo que ele em sua casa, não seria apenas um escorraçado de casa e sim dois.
Recuperando a razão, Leonardo se dirige ao centro do palco, onde a musica cessa.
Com sua voz mansa, sempre com sorriso no rosto, Leonardo começa a falar para todos.
_ Obrigado pela presença de todos vocês aqui nessa noite. Para quem não me conhece, me chamo Leonardo. E hoje estou aqui para agradecer pelos excelentes resultados obtidos nos últimos anos. E para comunicar também que a partir de hoje serei o chefe de todos vocês. Na verdade sou o dono da CS Corporation.
Em todo ambiente do salão, ouvia-se murmúrios.
_ Novos tempos estão por vir e grandes mudanças acontecerão. Gostaria de pedir a compreensão e desejar ótima festa. Boa noite a todos.
A musica volta a tocar e Leonardo se dirige a porta de saída, deixando grande parte dos presentes de boca aberta.
Ao atravessar a pista do salão, Leonardo é interceptado por Anacleto.
Anacleto – Rapaz, não sei o que você andou aprontando, mas nós não queremos você aqui.
Leonardo que já estava distante, volta e responde:
_ O que você pensa não me interessa!
E saiu do salão deixando Anacleto vermelho de raiva, Fatima com os olhos marejados e Kamila com sorriso de satisfação no rosto.
Já na parte de fora do salão, Leonardo para e respira fundo. Nunca imaginara que seu retorno seria tão difícil. Mas tinha um plano, e esse seria seguido a risca.
Já a caminho de seu carro, não repara no vulto atrás de si.
_Leonardo, espera!
Leonardo para e se volta para a voz que o chama. Não seria necessário olhar para ver quem o chamava. A voz de Carlos Eduardo estava impregnada em sua mente todos os anos que ficara longe.
Carlos Eduardo _ Espera Leo, não se lembra de mim?
Leonardo – Não!
E nisso entra no carro e sai cantando pneus.
Carlos Eduardo permanece parado, em sua mente o eco do Não gritava. “Como pode ter se esquecido de mim, se eu, em todos esses anos, nem um só dia deixei de pensar em você?”
Enquanto isso, em seu carro, a mente de Leonardo era um turbilhão de emoções. Emoções essas que ele não queria sentir, não podia sentir.
Ao estacionar seu carro na garagem e entrar em seu apartamento, é recebido por Jorge. Seu amante, como sempre estava somente de cueca box branca. Seu corpo era perfeito, todo malhado, todo definido. Só de olhar dava tesão. O sexo com Jorge era perfeito, ela sabia como estimular cada ponto erógeno do seu corpo.
Jorge _ Oi amor, como foi a festa?
Leonardo _ Tudo como o planejado. Todos já sabem que eu voltei. E quem não sabe vai saber em bem pouco tempo.
Jorge _ Que maravilha! Então, que tal a gente ir la pro quarto comemorar a primeira etapa com sucesso?
Jorge já chega se esfregando no corpo de Leonardo.
Leonardo _ Se importa de hoje não transarmos? Foi muito cansativo para mim essa festa, ver aquelas pessoas me deixou exausto, que prefiro me deitar mais cedo.
Jorge _ Claro que não meu amor, pode deitar-se.
Leonardo _ Obrigado.
Diz Leonardo já dirigindo-se para quarto afim de tomar uma chuveirada e se jogar na cama.
Enquanto a agua escorria por seu corpo, seus pensamentos estavam nos últimos acontecimentos. Rever todas as pessoas de seu passado, sua família. Sentia uma enorme saudade de sua mãe, de sua irmã, de seus amigos.
Esses pensamentos não saiam de sua cabeça e foi com eles que Leonardo adormeceu.
**Você não passa de um lixo, quero você fora de minha casa! Agora!
Leonardo _ Mas pra onde eu vou Pai?
Anacleto _ Não me chame de Pai por que eu não tenho filho maricas! Que vergonha Fatima, vai saber pra quantos essa criatura do capeta não andou dando o rabo!
Fatima _ Anacleto, por favor . . .
Anacleto _ Cala a boca Fatima! Quero esse bosta fora da minha casa agora mesmo, anda, cai fora, esta esperando o que?
Anacleto agarra Leonardo pelo braço e o joga no meio da rua.
Leonardo _ Pai, por favor sou seu filho!
Anacleto _ Não tenho filho igual a você, seu imundo! Some da minha frente!**
Leonardo acorda suando frio e assustado. Os momentos do passado ainda o perseguiam em sonho.
NA MANHA SEGUINTE. . .
Leonardo acorda com a campainha tocando incessantemente, o que ocasiona certa irritação, afinal de contas são apenas 8 horas da manha de domingo.
Meio relutante, Leonardo vai ate a porta, mal abre e como um raio entre uma pessoa já falando e gesticulando. Impossível não reconhecer seu melhor amigo, Pablo.
Pablo _ Meu Deus do Céu! Pensei que nunca mais iria abrir essa porta! Já estava cansando de tanto tocar a campainha! Mas como diz o ditado, a gente ganha por insistência não é? Enfim, quer dizer que você voltou mesmo? E você iria me procurar quando? Quando eu estivesse um velho caquético, morrendo numa cama de hospital? Ou quem sabe na próxima encarnação?
Leonardo _ Bom Dia pra você também, Pablo.
Pablo _ Bom, pelo menos lembra do meu nome.
Leonardo _ Como poderia esquecer?
Pablo _ Pois é, como poderia esquecer depois de 10 anos? Nem uma carta, nem um sinal de fumaça. NADA! Nesses 10 anos, eu fiquei sofrendo a sua ausência, seu palhaço! E me perguntando por que você não me procurou naquele dia?
Leonardo _ É muito complicado . . .
Pablo _ Complicado para quem, pra você ou para mim? Nós éramos os melhores amigos, aqueles de todas as horas. Mas você simplesmente não pensou nisso, resolveu fugir de tudo e de todos.
Leonardo _ E o que você esperava que eu fizesse? Se todas as pessoas a quem recorri me viraram as costas? Eu não estava em condições de ver meu melhor amigo olhar pra mim e dizer que não podia me ajudar. Então preferi guardar a sua imagem dos velhos tempos, onde sempre estávamos rindo ou armando alguma coisa juntos.
Pablo _ Você pensou que eu poderia te virar as costas? Por você ser gay? Não meu amigo, jamais faria isso. Nesse ponto eu te entendo muito bem. Eu não to magoado com você, por você ter seguido sua vida. Nem to magoado por você, nesses 10 anos nunca ter me procurado. Lembra quando conversávamos, dizendo que nossa amizade seria eterna? Então, nossa amizade sempre será eterna. Você sempre será meu melhor amigo, é como aquele ditado, que a distancia separa dois olhares mas não separa dois corações.
Nesse instante Leonardo abraça Pablo, e emocionados os dois sentem a força da verdadeira amizade, aquela que não julga, que não condena. Aquela que esta la para as horas boas e principalmente para as horas ruins.
“Sei que nossa amizade é verdadeira, e para todas as amizades verdadeiras, o tempo nunca passa, as distancias nunca existem, pois elas são eternas e nunca morrem.
Se temos defeitos. . . não nos importamos.
Nas horas incertas. . . sempre chegamos no momento certo. . .
Amigos sem cor . . .sem sexo . . .sem idade . . . Amigo e só amigo.
Nos amparamos . . .nos defendemos sem pedir. . .fazemos porque nos sentimos felizes em fazer.
Nos reverenciamos . . .adoramos . . .idolatramos . . .apreciamos . . .admiramos. . . Nos aceitamos sem querer mudanças.
Não tiramos a liberdade. . . não sufocamosA amizade não se força, mas tem uma força que se intensifica a cada instante.”
TEMA FINAL: Who Knew - Pink
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PROXIMO CAPITULO.
Anacleto – Você não serve para ser meu chefe!
Leonardo _ E você não serve para ser meu funcionário, você esta demitido!
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Carlos Eduardo _ Eu te amo, nunca deixei de te amar! Me perdoa pela minha covardia!
Leonardo _ Só tenho a agradecer pela sua covardia. Se não fosse por ela, hoje não estaria onde estou e não teria tudo o que tenho. Agora dizer que eu ainda te amo seria demais não concorda?
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Fatima _ Deus é testemunha de quanto eu rezei para que você ficasse bem meu filho. E só Ele pra saber quanta saudade eu tive de você meu filho querido!
Emocionado demais para falar, Leonardo abraça a mãe.