Na calada da Noite

Um conto erótico de Clécia Fersozza
Categoria: Heterossexual
Contém 972 palavras
Data: 15/10/2010 18:14:12
Assuntos: Amor, Heterossexual, Sexo

NA CALADA DA NOITE

Naquela noite calma, já alta, encontrava-me nos meus aposentos, sonhando ao som do silêncio que o horário imperava. O sono era simplesmente delicado, enquanto que o sonho era singular... No sonho, sentia o perfume da lua, sentia a pele da madrugada, através da brisa. No sonho eu era beijada, tocada. No sonho eu beijava, tocava. Não durou muito este sonho, acordei-me ao ouvir um leve barulho; era o meu primo Roberto. Assustei-me com sua ousada presença em meu quarto, já que tia Cleonice também se encontrava em casa, embora entregue ao sono pesado costumeiro em seus aposentos.

- Que fazes aqui, Roberto? - perguntei-lhe em voz branda, quase que sussurrando.

- Estou sem sono e quero dormir contigo - respondeu-me com uma serenidade invejável. Parecia não ter medo de sermos pegos e, desta forma, dar, a saber, do relacionamento que mantemos às escondidas há um pouco mais de dois anos.

- E se a tia se acorda, Roberto? Pensastes no problema? - insisti.

- Sim, mas ela não vai acordar. Antes passei pelo seu quarto e escuto os roncos. Não tem por que se preocupar - tranquilizou-me, já me afagando e roubando-me beijos que me estremeciam, apesar da cisma que o medo de minha tia acordasse me metia!

- E Roberta, tua irmã? - precavi-me, uma vez que, assim como eu, seu sono é leve e esta costuma levantar-se muito durante a noite.

- Não se preocupe, ela jamais viria aqui, pois teme o escuro. Você bem sabe que só dorme no claro - respondia-me sem tirar a mão dos meus seios e sem descolar de meus lábios.

Apesar do receio, a excitação, o desejo de entrgar-me era intenso, justo porque há tempo não tínhamos nossos encontros secretos desde que passei a morar na mesma casa e sentia uma vontade que há quem diga ser, na verdade, necessidade! Então, não resisti. Deixei que suas mãos percorressem meu corpo, que seus beijos tirassem-me o fôlego. Não só concedi tais permissões como não hesitei em retribuir-lhe as carícias.

Roberto, então, sem fazer cerimônia, tira minha camisola, meu sutiã. Aperta-me os seios e eu o repreendo. Já havia lhe falado, em algum momento (não me recordo qual), que não gostava que os apertasse com tanta firmeza. Permitia-lhe, no máximo, que os acariciassem e que me provocasse excitação com o passear de sua língua quente, o que nunca resisti. E assim, continuamos as trocas de carícias, beijos ardentes e, pela primeira vez, despi o Roberto. Tirei-lhe a camiseta branca e seu calção. Já estava sem cueca. Desta vez Roberto deitou-se em minha cama e eu tomei o controle absoluto da situação. Fiquei por cima e beijava-lhe ardentemente, recordando-me assim do sonho onde aspirava a lua e embriagava-me das brisas. Enquanto isto, as mãos de Roberto percorriam meu corpo, tendo sempre como "ponto" de encontro constante minha cintura. Levanto-me, retiro a calcinha e logo assumo o "posto" de volta. Ajeito-me para que Roberto possa penetrar-me. Neste momento, encontro-me molhada e o coração parece voar. A sensação é indescritível, contudo, não havia conseguido extirpar o medo de sermos flagrados pela minha tia. Sinceramente, não consigo imaginar a situação. Realizava constantes movimentos deliciosos, o prazer marcava forte presença, mas, tínhamos que nos conter nos gemidos para evitar, a todo custo, chamar à atenção senão da minha tia, a de Roberta, que tem sono de passarinho.

Durante algum tempo permanecemos nesse ritmo e não conseguia chegar ao clímax. Sai de cima de Roberto, fui à janela e senti o vento festivo, as brisas radiantes beijarem-me as faces, vi a lua altiva, a contemplar as estrelas... pensei algumas coisas sobre a minha vida e isto foi em fração de segundos... como se tivesse acordado, voltei ao encontro de Roberto, que, curioso como é, foi à janela também como se quisesse verificar o que eu estava a observar e, nada vendo, nada percebendo, voltou ao meu encontro. Encontrava-me deitada e deitou-se em cima de mim, ainda erecto, ainda disposto e, novamente, pôs-se e penetrar-me com firmeza e carinho, beijando-me serenamente. Ainda sentia prazer, sentia deliciosa sensação e logo esta se misturou a outra mais intensa, quando senti Roberto ejacular... Ele até tentou, mas não consegui chegar ao orgasmo. Ficamos deitados, eu com a cabeça sobre seu peito e ele a alisar meus cabelos. Assim permanecemos creio que uns vinte minutos. Dado este curto tempo, decidi expulsá-lo do meu quarto. Nada pensado, impulso mesmo. Nem eu mesma, após pensar sobre isto consegui entender! Roberto, um meio teso segurou-me pelos cabelos e beijou-me a boca de um modo tão vulgar que me surpreendeu. Nunca havia me beijado de tal forma.

Alcançado o êxito do despejo, peguei a toalha e sai de mansinho pelos corredores até o banheiro. Tomei um rápido banho, ainda com certo medo de ser vista por Roberta ou até mesmo pela minha tia, voltei ao meu quarto enrolada na toalha. Vesti uma nova calcinha, pus minha camisola e um pouco de perfume. Como se estivesse sem sono, fui à janela e me pus a observar a rua no clarão das luzes e o céu sob a espreita da lua. Sentia as brisas soprando em meu rosto, como se estivessem e beijar-me e, comecei a sonhar tudo o que os meus olhos alcançavam naquela noite. De repente acordo-me como se tivesse saído de transe e já era manhã. "Foi tudo um sonho?" - pensei. A dúvida se sonho ou realidade era cruel, tomou conta de mim de modo que fiquei pensativa durante quase todo o dia. Mas antes disso, no banho, senti meu corpo cansado, como se passasse a noite em claro e, em meio ao banho, sentia na vagina, nos seios, nas pernas a sensação de ter transado naquela madrugada. E a certeza chegou-me já no finalzinho da tarde, quando meu primo retornou do trabalho e passou por mim, sussurrando-me no ouvido: "ontem tive contigo a melhor noite de amor!"


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