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As provas finais eram uma maldição para todos, menos para mim, pois isso me mantinha ocupado, estudando com Josh e América no quarto e na biblioteca. Só vi Travis de passagem, quando os horários mudaram por causa das provas. Fui para casa da América com ela nas férias de inverno, agradecido pelo Shepley ter ficado com Travis, pois assim eu não precisaria testemunhar as constantes demonstrações de afeto do casal.
Peguei um resfriado nos últimos quatro dias de férias, o que me deu um bom motivo para ficar deitado na cama. Travis disse que queria que fossemos amigos, mas não tinha me ligado. Fiquei aliviado por ter alguns dias parra chafurdar em auto piedade. Eu queria tirar isso de mim antes de voltar para a faculdade.
A viagem de volta à Eastern pareceu levar anos. Eu estava ansioso para o inicio do semestre na primavera, mas ainda para ver Travis de novo.
No primeiro dia de aula, uma energia estimulante varreu o corredor do campus, assim como um cobertor de neve. Novas turmas eram sinônimas de novos amigos e de um novo começo. Eu não tinha nenhuma aula com Travis, Parker, Shepley ou America, mas Finch estava em todas as minhas aulas.
Fiquei esperando por Travis na hora do almoço, mas, quando ele apareceu, só me deu uma piscadinha e foi se sentar na ponta da mesa, com o restante do pessoal da fraternidade. Tentei me concentrar na conversa da América e Finch sobre o jogo de futebol americano da temporada, mas a voz dele ficava chamando minha atenção. Ele estava entretendo o pessoal, contando suas aventuras e dos esbarrões com a lei que tivera durante as férias, e a novidade sobre o novo namorado de Trenton, que eles tinham conhecido numa noite no The Red Door. Eu me preparei para a menção de alguma garota ou até mesmo garoto que ele tivesse levado para casa ou conhecido, mas, se isso aconteceu, ele não contou para os amigos.
Bolas vermelhas e douradas ainda pendiam do teto do refeitório, balançando com a corrente vinda dos aquecedores. Puxei o cardigã em volta do corpo. Finch notou e me abraçou, esfregando meu braço. Eu sabia que estava prestando atenção demais, olhando na direção de Travis, esperando que ele erguesse o olhar para mim, mas ele parecia ter esquecido que eu estava à mesa.
Travis parecia indiferente às bordas de garotas e garotos, que se aproximavam dele depois das noticias sobre o nosso termino, mas também parecia satisfeito com o fato de nosso relacionamento ter voltado ao estado platônico, ainda que de modo forçado. Havíamos passado quase um mês longe um do outro, o que me deixou nervosos e inseguro sobre como agir perto dele.
Assim que Travis terminou de almoçar, senti meu coração palpitar quando ele parou atrás de mim, colocando as mãos no meu ombro.
- Como vão as aulas, Shep? – ele perguntou.
Shepley fez careta.
- O primeiro dia é um saco. Horas de planos de estudo e regras. Nem sei por que vim na primeira semana. E você?
- Hum... Faz parte do jogo. E você, Flor? – ele me perguntou.
- A mesma coisa – falei, tentando manter o tom casual na voz.
- Suas férias foram boas? – ele perguntou, brincando de me embalar de um lado para o outro.
- Muito boas – falei, fazendo o meu melhor para soar convincente.
- Legal. Tenho aula agora. Ate mais.
Fiquei olhando enquanto ele seguia em direção as porta, abrindo-as, depois acendia um cigarro.
- Huh – disse América, num tom agudo.
Ela observou enquanto Travis cortava caminho pelo verde ente a neve e depois balançou a cabeça.
- Que foi? – Shepley quis saber.
Ela apoiou o queixo na palma da mão parecendo confusa.
- Aquilo foi meio estranho, não foi?
- Como assim? – ele perguntou, colocando a trança loira de América para trás para beijar-lhe o pescoço.
Ela sorriu e se inclinou para que ele a beijasse.
- Ele está quase normal... tão normal quanto o Trav pode ser. O que está rolando com ele?
Shepley balançou a cabeça e deu de ombros.
- Não sei. Faz um tempinho que ele está assim.
- Que reviravolta é essa, Kevin? Ele está bem e você está infeliz – disse América, sem se preocupar com quem estivesse ouvindo.
- Você está infeliz – Shepley me perguntou, com uma expressão de surpresa.
Fiquei boquiaberto, e meu rosto pegou fogo de vvergonha.
- Não estou, Não!
America ficou remexendo a salada na tigela.
- Bem, ele está beirando o êxtase.
- Para com isso, Mare – falei, em tom de aviso.
Ela deu de ombros e deu mais uma garfada.
- Acho que ele está fingindo.
Shepley cutucou a namorada.
- América você vai na festa dia dos namorados comigo ou o quê?
- Você não pode me perguntar como um namorado normal? De um jeito legal?
- Eu te perguntei... varias vezes. Você fica me dizendo para perguntar depois.
Ela afundou na cadeira, fazendo biquinho.
- Eu não quero ir sem o Kevin.
O rosto dele se contorceu de frustração.
- Da última vez ele ficou com o Travis o tempo todo. Você mal viu o Kevin!
- Pare de ser criança, Mare – eu disse jogando um talo de aipo nela.
Finch me cutucou com o cotovelo.
- Eu te levaria, meu bem, mas esse lance de garoto de fraternidade não é minha praia. Desculpa.
- Para falar a verdade, essa é uma ótima idéia! - disse Shepley, com os olhos brilhando.
Finch fez careta só de pensar nisso.
- Eu não faço parte da Sigma Tau, Shep. Não faço parte de nada. Fraternidades são contra a minha religião.
- Por favor, Finch – pediu América.
- Já vi esse filme – resmunguei.
Finch olhou para mim com o canto do olho, e suspirou.
- Não é nada pessoal, Kevin. É só que você não faz o meu tipo.
- Eu sei – balancei a cabeça indiferente, tentando espantar meu profundo constrangimento. – Está tudo bem mesmo.
- Eu preciso de você lá. – disse América. – Fizemos um pacto, lembra? Nada de ir pra festa sozinhos.
- Você não vai ficar sozinha, Mare. Pare de ser tão dramática – falei, já irritado com a conversa.
- Você quer drama? Eu coloquei uma lata de lixo do lado da sua cama, segurei uma caixa de lenços de papel para você durante noites inteiras e me levantei duas vezes no meio da madrugada pra pegar remédio pra tosse quando você ficou doente nas férias! Você me deve essa!
Torci o nariz.
- Eu segurei seu cabelo enquanto você vomitava tantas vezes América Mason!
- Você espirrou na minha cara! – ela disse, apontando para o próprio naariz.
Assoprei a franja da frente dos olhos. Eu nunca conseguia discutir com a América quando ela estava determinada a conseguir o que queria.
- Tudo bem – falei entre dentes. – Finch? –perguntei com meu melhor sorriso falso. – Você vai comigo nessa festa idiota do Dia dos Namorados da Sig Tau?
Ele me abraçou junto a lateral do corpo.
- Vou, mas só por que você falou que a festa é idiota.
Fui andando com ele até a sala de aula depois do almoço, conversando sobre a festa de casais e sobre como nós dois a temíamos
Escolher um par de cadeiras na aula de fisiologia, e balancei a cabeça quando o professor começou a narrar o quarto plano de estudos do dia. A neve começou a cair de novo, batendo nas janelas, educadamente pedindo para entrar e depois escorrendo, desapontada, até o chão.
Assim que fomos dispensados, um garoto que eu tinha encontrado uma vês na casa da Sig Tau deu umas batidinhas na minha carteira enquanto passava, piscando para mim. Sorri educadamente para ele e olhei de relance para Finch, que abriu um sorriso irônico. Peguei o livro e notebook e os enfiei na mochila de qualquer jeito.
Pendurei a mochila nos ombros e fui caminhando com dificuldade até o Morgan, ao longo da calçada coberta de sal. Um grupo de estudantes tinha começado uma guerra de bolas de neve no gramado, e Finch estremeceu ao vê-los, cobertos por um pó incolor.
Senti o joelho vacilar e fiquei fazendo companhia a Finch enquanto ele terminava seu cigarro. America veio correndo a parou ao nosso lado esfregando as luvas verdes e brilhantes.
- Cadê o Shep? – perguntei.
- Foi pra casa. O Travis precisava de ajuda com alguma coisa, eu acho.
- Você não foi com ele?
- Eu não moro lá, Kevin.
- Apenas em teoria – Finch deu uma piscadinha.
América revirou os olhos.
- Eu gosto de ficar com meu namorado, me processe.
Finch lançou o cigarro na neve.
- Estou indo nessa. Vejo vocês no jantar?
Eu e America assentimos em resposta, sorrindo quando ele beijou primeiro a minha bochcha e depois a de America. Ele continuou nas calçadas úmidas, tomando cuidado para não ficar bem no meio e não pisar na neve. América balançou a cabeça ao ver o esforço dele.
- Ele é ridículo.
- Ele é da Florida, Mare. Não está acostumado com neve.
Ela deu uma risadinha e me puxou em direção à porta.
- Kevin!
Eu me virei e vi que Parkerr vinha apressado em minha direção, passando por Finch. Ele parou e tomou fôlego antes de falar. Ele riu baixinho ao ver o olhar fico e curioso de América.
- Eu ai... ufa! Eu ia perguntar se você quer comer alguma coisa hoje à noite.
- Ah. Eu, Hum... Eu já disse pro Finch que ia jantar com ele.
- Tudo bem. Não tem problema. Eu ia experimentar aquela hamburgueria nova no centro da cidade. Todo mundo está dizendo que é ótima.
-Quem sabe da próxima veez – falei, dando me conta do meu erro.Eu esperava que ele não entendesse minha resposta inesperada como um adiantamento. Ele assentiu e enfiou as mãos nos bolsos, voltando rapidamente pelo caminho por onde tinha vindo.
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Josh estava lendo seus livros novinho em folha e fez uma careta para America e para mim quando entramos no quarto. O humor dele não tinha melhorado desde que voltamos de férias.
Antes, eu passava tanto tempo no apartamento de Travis que acabava não ligando para os comentários e atitudes de Josh. Mas passar todos os fins de tarde e todas as noites com ela durante as duas semanas estava sendo insuportável.
- Ah, Josh. Como senti sua falta – disse América.
- O sentimento é mutuo – Josh resmungou, mantendo o olhar fixo no livro.
America ficou falando sobre seu dia e sobre os planos com Shepley para o fim de semana. Procuramos vídeos engraçados na internet e choramos de tanto rir. Josh bufou algumas vezes com o barulho, mas a ignoramos.
Fiquei contente com a visita de América. As horas passaram rápido e, não fiquei me perguntando se Travis teria me ligado, até que ela decidiu ir embora.
América bocejou e olhou para o relógio.
- Estou indo dormir, Kev... ah, merda! – ela disse, estalando os dedos. – Deixei meu nécessaire de maquiagem no apartamento do Shep.
- Isso não é nenhuma tragédia, Mare – falei, ainda dando umas risadinhas por causa do ultimo vídeo que tínhamos visto.
- Não seria uma tragédia se o meu anticoncepcional não estivesse lá. Vem comigo, preciso ir lá buscar o nécessaire.
- Você não pode pedir pro Shep vir trazer?
- O Travis está com o carro dele. Ele foi no Red com o Trent.
Senti náuseas.
- De novo? Por que ele está andando tanto com o Trent, afinal?
America deu de ombros.
- Isso importa? Vamos!
- Eu não quero encontrar o Travis. Vai ser estranho.
- Você alguma vez presta atenção no que eu falo? Ele não está lá. Está no Red, Vamos! – ela disse, choramingando e puxando meu braço.
Eu me levantei com uma leve resistência enquanto ela me arrastava apara fora do quarto.
- Finalmente – disse Josh.
Paramos o carro no estacionamento do prédio de Travis e percebi que a Harley dele estava estacionada debaixo das escadas, e que o Charger de Shepley não estava lá. Suspirei aliviado e segui America, subindo os degraus congelados.
- Cuidado – ela me avisou.
Se eu soubesse como seria perturbador por os pés ali de novo, não teria deixado America me convencer de ir até lá. Totó veio correndo a toda velocidade, batendo com tudo nas minhas pernas quando suas minúsculas patas não conseguiram frear. Eu o levantei, deixando que me cumprimentasse com lambidinhas. Pelo menos ele não tinha me esquecido.
Levei-o comigo até o apartamento, esperando enquanto America procurava o nécessaire.
- Eu sei que deixei aqui! – disse ela do banheiro, atravessando o corredor batendo os pés, seguindo em direção ao quarto de Shepley.
- Você olhou no armário da pia? – ele perguntou.
Olhei para o relógio.
- Anda logo, Mare. Precisamos ir embora.
América suspirou, frustrada, lá no quarto. Baixei o olhar para o relógio de novo, então dei um pulo quando a porta da frente se abriu com tudo atrás de mim. Travis entrou cambaleando, abraçado em Megan, que dava risadinhas com a boca encostada na dele. Ela segurava uma caixa que me chamou atenção, e senti náuseas quando me dei conta do que eram: camisinhas. Sua outra mão estava na nuca dele, e eu não conseguia saber quais braços estavam enrolados em volta de quem.
Ele ficou perplexo quando me viu ali, parado no meio da sala, e, ao vê-lo paralisado, Megan ergueu o olhar com um sorriso ainda no rosto.
- Beija-Flor – disse ele, espantado.
- achei – disse América saindo do quarto de Shepley.
- O que você está fazendo aqui? – ele me perguntou.
O cheiro de uísque entrava com o vento e os flocos de neve, e uma raiva incontrolável se sobrepôs a qualquer necessidade de fingir indiferença.
- A gente já estava de saída – rosnou América.
Ela me agarrou pela mão e passamos por eles.
Descemos voando os degraus em direção ao carro, e fiquei grato por estar quase chegando ao fim da escada, pois já sentia as lagrimas se acumularem em meus olhos. Quase cai para trás quando meu casaco ficou preso em algo no meio do caminho. América soltou minha mão e se virou no mesmo tempo que eu.
Travis tinha segurado meu casaco, e senti minhas orelhas pegarem fogo, ardendo no ar frio da noite. Tanto os lábios quanto o colarinhos dele estavam num tom ridículo de vermelho.
- Aonde você está indo? – ele me perguntou com um olhar meio bêbado, meio confuso.
- Para casa – retruquei, endireitando o casaco quando ele me soltou.
- O que está fazendo aqui?
Eu podia os pés de América esmagando a neve enquanto ela caminhava até mim, e Shepley desceu correndo as escadas para se postar atrás de Travis, com os olhos temerosos e fixos na namorada.
- Foi mau, se eu soubesse que estava aqui, não teria vindo.
Travis enfiou as mãos nos bolsos do casaco.
- Você pode vir quando quiser, Flor. Eu nunca quis que você ficasse longe.
Não consegui controlar a acides na voz.
- Não quero interromper – olhei para o alto da escada, onde estava Megan, com uma expressão presunçosa. – Curta sua noite – falei, me virando.
Ele me segurou pelo braço.
- Espera aí. Você está BRAVO?
Puxei com força o meu braço da pegada dele.
- Sabe de uma coisa... eu nem sei por que estou surpreso.
Ele retraiu as sobrancelhas.
- Não consigo acertar uma com você. Não consigo acertar uma com você! Você diz que não quer mais nada comigo... Eu estou aqui, triste pra cacete! Eu quebrei meu celular em milhões de pedacinhos pra não te ligar a cada minuto de cada maldito dia! Tenho que fingir que está tudo bem na faculdade, pra você poder ser feliz... E você está bravo comigo?! Voocê partiu a porra do meu coração!
As palavras dele escoavam na noite.
- Travis, você está bêbado. Deixa o Kevin ir pra casa – disse Shep. Ele agarrou os meus ombros e me puxou de encontro a si.
- Você me quer ou não? Você não pode continuar fazendo isso comigo, Flor!
- Eu não vim aqui pra te ver – falei, erguendo o olhar com raiva para ele.
- Eu não quero a Megan – disse ele com o olhar fixo nos meus lábios. – Eu só estou na merda de tão infeliz, Flor.
Os olhos dele ficaram embaçados e ele veio na minha direção, inclinando a cabeça para me beija.
Eu segurei o queixo dele, refreando-o.
- Tem batom dela na sua boca, Travis – falei com repulsa.
Ele deu um passo para trás e levantou a camiseta para limpar a boca. Ficou olhando para as faixas vermelhas no tecido branco e balançou a cabeça.
- Eu só queria esquecer. Só por uma droga de uma noite.
Limpei a lágrima que escapou.
- E eu não vou te impedir.
Tentei voltar para o Honda, mas ele me agarrou pelo braço de novo. No instante seguinte America estava batendo loucamente no braço dele com os punhos cerrados. Ele olhou para ela, piscando por um momento, incrédulo. Ela ergueu o punho e o acertou no peito, até que ele me soltou.
- Deixa o Kevin em paz, seu canalha!
Shepley a segurou, mas ela o afastou, virando-se para estapear o rosto de Travis. O som da mão dela batendo na bochecha dele foi rápido e alto, e me encolhi com o barulho. Todos ficaram paralisados por um instante, chocados com o súbito ataque de raiva de America.
Travis franziu a testa, mas não se defendeu. Shepley a agarrou novamente, segurando-a pelos punhos e puxando-a até o Honda, enquanto ele se debatia violentamente.
America lutava para se soltar, seus cabelos loiros chicoteando Shepley. Fiquei surpreso com sua determinação de chegar até Travis. Nos olhos geralmente doces e cheios de alegria de America, havia puro ódio.
- Como você pode fazer isso? Ele merecia mais de você, Travis!
- America, para! – Shepley gritou, mais alto do que eu já tinha ouvido gritar.
Ela deixou os braços penderem nas laterais do corpo enquanto olhava com raiva e incredulidade para o namorado.
- Você está defendendo o Travis?
Embora Shepley parecesse nervoso, ele se manteve firme.
- Foi o Kevin que terminou o namoro. Ele só está tentando seguir em frente.
Ela estreitou os olhos e puxou o braço da pegada dele.
- Bom, então por que você na vai pegar uma puta qualquer – olhou para Megan – no Red e traz ela pra trepar, e depois me diz se isso te ajuda a me esquecer?
- Mare – Shepley tentou segura-la, mas ela se esquivou, batendo a porta enquanto se sentava atrás do volante. Eu me sentei ao lado dela, tentando não olhar para Travis.
- Baby, não vai embora – Shepley implorou, se abaixando na altura da janela.
Ela deu partida no carro.
- Tem um lado certo e um errado, Shep. E você está do lado errado.
- Eu estou do seu lado – ele disse, com desespero nos olhos.
- Não está mais – ela retrucou, dando marcha ré.
- America? America! – Shepley gritou, enquanto ela seguia em alta velocidade em direção a estrada, deixando-o para trás.
- Mare, coe não pode terminar com ele por causa disso. Ele está certo. Ela colocou a mão na minha e apertou de leve.
- Não está, não. Nada do que aconteceu foi certo.
Quando paramos o carro no estacionamento ao lado do Morgan, o celular de América tocou. Ela revirou os olhos e atendeu.
- Não quero que você me ligue mais. Tô falando sério Shep – disse ela. – Não, você não está... por que eu não quero que você me ligue, eis o motivo. Você não pode defender o que ele fez. Você não pode passar a mão na cabeça do Travis quando ele magoou o Kevin desse jeito, e ainda ficar comigo... É exatamente isso que eu quero dizer, Shepley! Isso não importa! O Kevin não trepou com o primeiro cara que viu pela frente! O problema não é o Travis Shepley. Ele não pediu que você o defendesse. Cansei de falar sobre isso. Não me liga de novo. Tchau. – ela saiu em um impulso do carro e foi batendo os pés, cruzando a rua e subindo os degraus. Tentei acompanhar seus passos, esperando ouvir o lado dele da conversa.
Quando o celular dela tocou de novo, ela desligou.
- O Travis fez o Shepley levar a Megan pra casa. Ele queria passar aqui na volta.
- Você devia ter deixado, Mare.
- Não, você é meu melhor amigo. Eu não consigo engolir o que presenciei hoje, e não posso ficar com alguém que defenda uma coisa dessas. Fim de papo, Kevin. Estou falando sério.
Assenti e ela abraçou meus ombros, me puxando para o lado enquanto subíamos as escadas em direção ao quarto. Josh já estava dormindo, e nem fui tomar banho, me deitando completamente vestido, com casaco tudo. Eu não conseguia parar de pensar em Travis entrando pela porta com Megan, ou no batom vermelho em seu rosto. Tentei bloquear as imagens nojentas que teriam acontecido se eu não estivesse lá, sentindo varias emoções e parando no desespero.
Shepley estava certo. Eu não tinha o direito de ficar bravo, mas isso não ajudava a ignorar a dor.
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Finch balançou a cabeça quando me sentei ao lado dele. Eu sabia que estava com uma aparecia péssima; mal tive energia para trocar de roupa e escovar os dentes. Só havia dormido uma hora na noite anterior, incapaz de afastar o batom vermelho na boca de Travis e a culpa pelo fim do namoro de Shepley e America.
America prefferiu ficar na cama, sabedo que uma vez que a raiva passasse, ela entraria em depressão. Ela amava Shepley e, embora estivesse determinada a terminar o namoro por que ele tinha escolhido o lado errado, estava preparada para sofrer com as conseqüências de sua decisão.
Depois da aula, Finch me levou até o refeitório. Como eu temia, Shepley estava esperando America na porta. Quando me viu, não hesitou.
- Cadê a Mare?
- Ela não veio pra aula hoje.
- Ela ficou no quarto? – ele me perguntou, se virando em direção ao Morgan.
- Sinto muito, Shepley.
Ele ficou paralisado e depois se virou. Seu rosto era de um homem que tinha chegado ao seu limite.
- Eu queria que você e o Travis ficassem juntos logo, merda! Vocês são como um maldito tornado! Quando estão felizes, é tudo paz, amor, e borboletas. Quando estão bravos, derrubam a droga do mundo inteiro com vocês!
Ele se afastou batendo os pés, e soltei o ar que estava prendendo.
-Essa foi boa
Finch me puxou para dentro do refeitório.
- O mundo inteiro. Uau. Você acha que consegue trabalhar no seu vodu antes da prova de sexta?
- Vou ver o que posso fazer.
Finch escolheu uma mesa diferente, fiquei mais do que feliz em segui-lo. Travis foi se sentar com o pessoal da fraternidade, mas não comeu e não ficou lá por muito tempo. Ele notou minha presença quando estava saindo, mas não parou.
- Então a America e o Shepley terminaram também, hein? – Finch me perguntou enquanto comia.
Contei tudo a ele, e Finch me deu tapinha nas costas.
- Você não pode controlar as decisões que eles tomam, Kevin. Então acho que não vamos a festa do Dia dos Namorados da Sig Tau, né?
- Parece que não.
Ele sorriu.
- Mesmo assim vou te levar pra sair. Vou levar você e a Mare, vai ser divertido.
Eu me apoiei no ombro dele.
- Você é o máximo, Finch.
- Eu sei.
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Continua...
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Eu sei que demorei, não me matem! Prometo não demorar muito no próximo...
GATINHA ANGEL: já já tudo se ajeito e que bom q está gostando <3
CINTIA C: rsrs eles voltam rsrs não vai demorar muito.... beijinhos <3
BAIXINHAAA: KKKK acho que ninguém gostou deles separaram (quem gostaria??) kkkk mas eles voltam viu, bem que eu queria pular, mais tem algumas “informações importantes” que complementam a historia kkk <3
WILLIAN26: Eita, o Travis meio que desistiu, mais ainda da pra perceber que ele continua amando o KevinGORDIN.LEITOR: eita, nem sei o que falar do Kevin, só sei que ele foi muito orgulhoso, ora não “correr atrás” do Trav, mas o bixinho ainda de ciúmes do Trav... tbm to querendo roubar o Travis pra mim kkkk vamos ver o que vc vai achar desse capitulo, to curiosa rsrs Beijos meu lindo!!! <3
HENRINOVEMBRO: tbm fiquei triste, mas fazer o que né.... o Travis ainda ama o Kevin e o kevin ama o Travis, mas o tapado é orgulhoso demais... Meu Deus menino kkkkk quero saber de quem é o cu que vc vai costurar kkkkk prometo não demorar muito não viu no próximo....
HB: é, foi mesmo.... acho que o mais orgulhoso é o Kevin, pelo Travis eles nem teriam se separado.... Fico muito feliz que esteja gostando assim, Beijos Lindo <3 <3
ROBINHUU19-87: Olha que descarado kkkkkk sei bem como todo pisciano é kkkk se é um safado isso sim kkkk mas quem não seria assim se tivesse um Travis da vida junto, hein kkkkk