Amor de Oficina - Parte V

Um conto erótico de Fernando
Categoria: Homossexual
Contém 1196 palavras
Data: 15/03/2015 12:32:26

Acordei no outro dia revigorado. Tomei um banho e fui para aula alegre. Na hora do almoço aconteceu algo interessante.

Estava eu fazendo um simples filé de frango para eu comer quando alguém bate na porta. Abaixei o fogo e fui ver quem era.

Era uma menina, baixinha, ruiva de olhos verdes. Ela sorriu pra mim e já falou:

- Oi! Meu nome é Nathália. Me chame de Nat. Você tem pimenta do reino? A minha acabou! – Ela era meio agitado.

- Ããn... Tenho sim. Aliás, meu nome é Fernando. Me chame de Nando. Entre! – Ela entrou já falando no mesmo ritmo agitado:

- Mil desculpas! Eu sou meio agitada. Acho que você percebeu né?

- Aham – Dei um risinho. Ela também riu. Peguei a pimenta-do-reino em um pote onde eu guardava temperos e entreguei para ela.

- Como você imaginou que eu teria? – Perguntei curioso.

- Ah, minha kitnet é bem em cima da sua. Senti o cheiro de comida boa. Imaginei que você teria. Veja só! Estava certa! – Eu ri. Ela era meio maluquinha. Eu gostei dela.

- Obrigada! Aliás, está um ótimo cheiro agora – Ela falou olhando o fogão.

- É que eu tomei banho agora... – Brinquei. Ele deu uma gargalhada gostosa.

- Bobo! To falando da comida!

- Ahhh! Isso explica muita coisa! – Nós rimos.

- Ei, quer almoçar aqui? Eu fiz frango para sobrar...

- Não, não! Você fez para sobrar. Deve ter um motivo. Nem que seja a janta de hoje!

- Você seria um bom motivo para não sobrar... – Ela sorriu para mim. Percebi que ela tinha uma aliança. Devia namorar. Antes de eu completar para me explicar, ela falou:

- Bom, se é assim, eu aceito. Só vou trancar minha casa, que ficou aberta – Sorri para ela.

Arrumei uma mesa bonitinho. Arrumei o prato meu e dela na mesa. Fiz um suco de laranja. Natural, claro. Não gosto de suco de saquinho.

Na hora que ela chegou, se assustou com a mesa arrumadinha. Ela sorriu para mim e falou:

- Não sabia que homens sabiam fazer isso. Meu namorado nunca fez isso para mim... – Ela falou meio triste.

- Não são todos que tem essa capacidade – Ela riu e começamos a almoçar.

Você pode até achar que eu estava dando em cima dela. Errado. Eu apenas estava sendo gentil e tentando fazer uma amiga. Ela parecia ser uma pessoa. Eu estava feliz por ter conhecido Nick. Por conta disso eu resolvi arriscar em fazer mais um amigo.

Minha comida (sem duplo sentido, por favor) nunca foi tão elogiada. Mesmo sendo um filé de frango simples com um arroz temperado na hora, Nat elogiou muito.

Além do almoço, nós conversamos bastante. Em 30 min ela me contou a vida inteira dela. Eu já sabia das brigas do namorado dela. Quem era o namorado dela (gatooooooo) e tudo mais.

Depois ela foi embora pois tinha aula. Fiz minha inscrição para a equipe. Respondi tudo com sinceridade. Se eles me quisessem, teriam que me querer do jeito que eu era. Exceto por eu ser gay, isso eu ainda mantinha segredo.

O último campo do questionário era o celular. Coloquei meu celular para contato. No mesmo dia, a noite, recebi uma mensagem do Nick.

Nick: “Então você realmente se inscreveu...”

Eu: “Não sentiu firmeza na minha colocação?”

Nick: “Não é isso...”

Eu: “O que é?”

Nick: “Nada... Podemos marcar sua entrevista?”

Eu: “Qualquer horário”

Nick: “Me fala quando você pode”

Eu: “Me fala quando VOCÊ pode”

Nick: “Mas e suas aulas?”

Eu: “Não ligo...”

Nick: “Esse é o espirito! Pode ser amanhã as 10?”

Eu: “Claro. Onde?”

Nick: “Na oficina”

Depois de combinado minha entrevista, não fiz mais nada. Apenas jantei, tomei um banho, estudei um pouco de calculo e dormi. Nada muito importante nem interessante.

No outro dia acordei cedo, tomei um banho e fui para aula. Eu tinha aula até as 9:30 da manhã. Durante a aula, eu li alguma coisa na internet sobre baja, sobre a equipe, sobre Nick (sim, eu stalkiei ele no facebook) e sobre suspensão.

Eu estava mais fodido do que eu imaginava. Pelo pouco que eu li, projetar uma suspensão parecia ser algo extremante complexo e trabalhoso. Mas, talvez, Nick valesse a pena.

Depois que o professor terminou a aula, fui até o RA (Restaurante Acadêmico, mas que funcionava como lanchonete nas horas diferentes do almoço), tomei um café sem açúcar, comi um salgado e fui.

A UNIFEI é relativamente pequena, cheguei na porta da oficina faltando 20 min para minha entrevista. A porta estava fechada. Fiquei imaginando se não teria errado a hora ou o local, olhei meu celular, mais precisamente minha conversa com Nick, para saber se não tinha errado nada. Estava tudo certo.

Era mais ou menos 10:10. Eu já estava preocupado... Será que Nick tinha se esquecido? Na hora que eu peguei meu celular para mandar um whats para ele, um cara saiu de trás da oficina. Eu não lembrava dele, mas ele estava com a camiseta da equipe.

- Você é o Fernando?

- Sim, sou eu mesmo!

- Mil perdões! Esquecemos de avisar que tem uma entrada por trás da oficina... Me acompanhe, Nick e o outros estão lá dentro – Respirei fundo e respondi.

- Sem problemas! – Ele virou e segui ele.

Chegamos em uma portinha simples, azul. Respirei fundo e entrei.

Estavam apenas 4 pessoas na sala.

Sim, sala. Não era a oficina. É, eu também achei que seria, mas não era. Frustrante? Talvez.

Mas haviam 4 pessoas na sala. Eu, Nick, que sorriu e me cumprimentou com um aperto de mãos firme. Um cara, chamado Alex, que era o outro membro de suspensão e mais um, chamado Flávio, que era o capitão geral. Esse eu reconheci pelo workshop.

Eles fizeram um monte de perguntas. Eu estava calmo. Muito estranho isso, nessas situações eu ficava nervoso. Não dessa vez. Eu respondi tudo com fluidez e calma. Pela cara que Nick fazia, eu estava indo bem.

A entrevista durou menos de 30 minutos. Após isso, Alex e Flávio saíram apressados, pois estava atrasados para a aula. Fiquei sozinho com Nick. Ele sorriu para mim e falou:

- Hei, quer conhecer a oficina? Ela é ali, naquela porta! – Ele falou apontando para uma porta, também azul. Meus pensamentos estavam a mil. Somente eu e ele... Não. Ele era hétero. Tinha namorada.

- Por que não? – Ele deu um sorriso e se levantou. Eu segui ele. Ele mexeu num bolo de chaves até achar a certa. Ele destrancou a porta. Antes de abrir ele me encarou.

Nossa encarada durou vários segundos. Eu olhava aquela boca sexy dele, com aquela barba mal feita... Ele me olhava... diferente... Ele se inclinou levemente na minha direção. O silencio tomou conta da sala. Meu coração parecia que ia explodir...

Por fim, Nick abriu a porta e entrou na oficina. Eu entrei atrás dele.

FINALMENTE a oficina chegou. Mas essa é apenas a primeira da história. Pode ser que seja a mais importante, pode ser que não. Eu até hoje não tenho certeza se essa foi a oficina mais significativa da minha vida.

Mas uma coisa é certa. Essa oficina, definitivamente mudou a minha vida. Se é para melhor ou pior, vocês descobrirão mais a frente, no decorrer da história. Tenham calma. Tudo no seu tempo.


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Comentários

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Não fiquei sem graça kkk. Você escreve muito bem e não me canso de dizer isso. Olha, gostei da atitude do Raniel e ele realmente não é uma má pessoa. Ahh, se possível, faça sim uma parte do conto do ponto de vista do Dante. Seria bem legal. Fiquei curioso com a atitude do irmão do Rafael. Eu acho que ele desconfiou que há alguma coisa entre o Dante e o Rafa. Ok, de qualquer forma seu conto é incrível. Obs : Eu acho o Rafa muito fofo. A forma como ele fala do Dante é incrível. Bjs.

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Gostando também, já ansioso pelo próximo. 10 : )

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Nossa! A pessoa faz um suspense! Kkkkk é pra ficar matando na unha kkkkk

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Acho q as coisas vão começar a melhorar um pokinho pro Fernando.

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Bem legal, estou lendo Irmão Ogro também. Seus contos são maravilhosos, parabéns.

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